CAP. 31 - Caprichos Impecáveis

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Jason:

Assim que noto que Alice fechou os olhos, cesso a sua história para dormir... O meu objetivo estava completo.

Seguro o seu corpo em minhas mãos, carregando-a cuidadosamente até o meu quarto. O pequeno Bons Sonhos já estava a esperando entre os lençóis.

Claro, que para a maioria, ele causaria pesadelos incessantes caso fosse rejeitado por seu jeito brincalhão de desaparecer dos olhos de quem o tivesse perto.

Mas Alice... O havia aceitado de bom grado, estava demonstrando-se tão compreensiva perante aos meu brinquedos, ato que jamais alguém havia tido. Bons Sonhos iria tratá-la bem...

Qualquer um em sua situação iria conter ao menos uma pontada de medo no peito, ao menos iria dizer para mim que não gostaria de dormir mais aqui. Isto já aconteceu com as damas que passaram por aqui, por isso sabia que Alice era diferente das demais...

- Durma bem, doce boneca...

Como uma garota tão bela, mas com um olhar tão ameaçador, pode ter passado por coisas tão difíceis... Oh, queria compreendê-la cada vez mais, este era o meu desejo.

Coloco o manto sobre seu corpo, observando a curta camisola cair sobre suas pernas pálidas... Queria tanto tocá-la... Mas preciso me controlar ainda...

Eu poderia... Roubar um simples e doce beijo de seus lábios... Alice nem sequer notaria em seu sono profundo...

Aproximo o meu rosto do seu, observando a sombra escura que contornava os seus olhos, descendo minha visão para os seus lábios rubros escuros...

Encosto tão levemente os meus lábios nos seus, sentindo apenas a leveza que eles continham... Logo me afasto, antes que eu os devorasse.

Alice não era completamente minha... Mas seria, muito em breve, apenas minha... Confiava em minha intuição de que desta vez, teria achado a dama correta para mim.

Encosto a porta do quarto, vendo seus leves suspiros entre os lençóis... Ah, Alice merecia ser tratada excepcionalmente bem após tudo o que passou, mas ainda não descobri tudo.

Ando pelo corredor, indo em direção ao sofá vermelho, passando meus dedos por seu estofado ao dar a volta sobre ele.

Assim que sento e pego o livro, cujo estava lendo alguns minutos atrás, algo empurra a porta de entrada.

- Conseguiu cumprir as ordens, Liquirizia?

O pequeno rato preto corre até mim com a sua manivela em corda infinita.

Havia em sua boca uma pasta lacrada...

- Vejamos... Que interessante... Ficha médica e psiquiatra de Alice Liddell... Hospício Rutledge.

Abro-a cuidadosamente... Haviam várias folhas para serem lidas, as quais foram juntadas pelos anos, em que Alice havia ficada internada em observação.

- Espero não ter dado tanto trabalho para encontrar isto, senhor Liquirizia.

Mas ele apenas balança sua cabeça em negação, era feliz por sua lealdade.

- Irei lhe pedir um último favor, fiel amigo... Alice não deveria ter muitos pertences para a viagem na noite em que fugiu. Encontre-os e os traga até mim.

O pequeno rato sai em disparada pela porta... A sua vantagem em relação aos outros era a sua velocidade implacável e a força que continha em sua boca de ferro, além de ter sido criado especialmente por mim.

Ah, a noite seria longa... Mas meus olhos coçavam em êxtase para ler o que haveria em seus arquivos pessoais. Uma garota tão especial quanto ela... Obviamente não teria tudo o que precisava saber nestas folhas, mas já seria um começo.

Não precisava necessariamente dormir, mas poderia se caso quisesse. Era um de meus caprichos.

Queria impressiona-la a qualquer custo... E fazê-la ficar junto a mim... Para sempre.

Jason, The Toy Maker - O Outro Lado do GumeOnde histórias criam vida. Descubra agora