๑Dark Romance๑. +18
- Querida Alice Liddell... O seu País das Maravilhas será meu!
Suas palavras eram tão doces, assim como a sua feição e o seu jeito encantador. Mas, as coisas muitas vezes não são o que parecem ser...
Jason não era apenas um home...
Essa música é tão perfeita que teria que colocar a tradução toda dela aqui.
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Aproximo-me da porta do ateliê, para tentar ouvir mais de perto aquela conversa animada e estranha demais...
Porém, estava chovendo, e parecia aumentar cada vez mais, abafando qualquer som ou ruído longe o suficiente.
Abro a porta cuidadosamente, tentando não acordar Glutton ao chão, tocando na maçaneta de forma suave, até vira-la e passar pelo vão da porta.
Conseguia escutar mais claramente, já tendo certeza de que era realmente uma mulher a qual estava conversando de forma alta e escandalosa.
Eu precisava ver o que estava acontecendo... E para a minha sorte, a porta ao final do corredor, que daria para o balcão da loja, estava aberta.
Pelo menos já estava sem meus sapatos, assim o barulho que fazia era nulo, indo esgueiradamente até o final do corredor...
Fico de joelhos no chão, percebendo que Jason estava atrás do balcão... Queria colocar apenas a minha cabeça próxima ao chão, através da barragem da porta, para espionar quem estava ali.
Conseguia ouvir as risadas de forma muito clara, até uma conversa se suceder, junto de minha visão para a mulher parada atrás do balcão.
?. - Ah... Quanta bondade a sua, Jason...
Seus cabelos eram loiros, compridos e ondulados, ela não parava de pegar neles. Os olhos eram azuis, enquanto seu vestido era de classe média, rosado, com um colar de pérolas em seu pescoço. Utilizava um chapéu bege, o qual era amarrado abaixo de seu pescoço... Parecia ser uma grande nojenta.
- Não se preocupe, é apenas o meu trabalho, querida.
Ela ria igual a uma idiota de tudo o que ele falava... Aquilo estava subindo a minha pressão.
?. - Fez muito mais do que isso... Deste jeito, terei que vir aqui todos os dias ver você e apreciar o seu belo trabalho...
Jason retribuiu com um riso sínico, retirando sua cartola e passando a mão por seus cabelos ruivos.
- Imagine, minha cara, seria demais para a senhorita vir aqui todos os dias me ver.
?. - Claro que não... Se desse-me permissão, poderia até mesmo morar com você...
E sua última risada foi a gota da água para mim. O ódio já havia tomado conta do meu corpo.
Assim que levanto do chão e vou em direção ao ateliê novamente, Cheshire estava parado no final da outra ponta do corredor, encarando-me ao longe.
C. - Muito bem, Alice... Não servirá de nada se não estiver com raiva.
Sua voz era como um sussurro, sumindo logo em seguida, estimulando-me ainda mais em fazer o que estava pensando em fazer.
Entro no ateliê quase arrombando a porta, acordando Glutton ao chão em um pulo.
G. - O que está acontecendo??
Mas não o respondo, apenas caminho em passos duros até o cavalo de brinquedo que estava com sua tinta meio seca.
G. - Alice?
- Irei mostrar o meu brinquedo para Jason.
As risadas não paravam, fazendo-me quase correr em meio ao corredor, enquanto escutava Mr. Glutton rastejar-se atrás de mim.
G. - Você não pode ir desta forma à loja!!
Chuto a porta que daria para trás do balcão da loja, fazendo a cabeça de Jason virar-se para mim imediatamente.
Os olhos perolados da mulher vidravam-me em incompreensão. Eu nem sequer encarei o rosto de Jason, agora ele não era o meu foco.
Continuo caminhando, com os olhares perdidos sobre mim, enquanto empunhava em minhas mãos a enorme "arma".
?. - O quê..? Quem é ela?
Continuo andando, desta vez para fora do balcão, indo em direção a garota, a qual se afastava em passos lentos, sem saber como reagir ou o que iria acontecer.
?. - .. Jason? Quem é ela? O que está acontecendo??
- Não irá nos apresentar, Jason?
Percebo que estava em sua frente no balcão, enquanto o medo não parava de vir daquela garota esnobe e nojenta.
Viro o meu pescoço para Jason, encarando a sua face, revelando todo o meu ódio em uma só palavra, mas ele parecia apático.
- NÃO IRÁ NÓS APRESENTAR?!?
A mulher ameaça sair correndo após o meu grito, mas corro atrás dela, fazendo-a gritar pela loja vazia.
?. - JASON! ME AJUDE!! ELA É LOUCA!!
Apenas escuto um estalar de dedos, o qual fecha toda a loja em um segundo, fazendo as cortinas descerem, as janelas se fecharem e a porta principal ser trancada.
- POR QUE NÃO ESTÁ RINDO AGORA??
A vagabunda começa a gritar ao se ver encurralada contra as estantes de brinquedos, quase chorando em meio às súplicas.
- Gostaria de vir aqui todos os dias ver Jason, não é?
Mas ela nada responde, apenas chorava histericamente. Fraca, patética.
- ENTÃO FICARÁ AQUI PARA SEMPRE!
Seguro o cavalo de brinquedo com minhas duas mãos, girando ele em torno da frente do meu corpo, acertando a cabeça da mulher em cheio.
- VADIA, VADIA!!!
A força foi tanta que sua cabeça rolou para fora do pescoço, sendo amassada ao meio, ouvindo apenas o seu último grito se desfazer suavemente antes da morte.
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