CAP. 151 - Passado & Presente

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Tudo tornava-se a minha força. As dificuldades, o amor, as memórias, as experiências, a ganância por tê-lo outra vez.

Estava sobre o convés, junto de vários outros soldados, enquanto o navio disparava erradicamente para o subsolo do castelo.

Segurava sobre as bordas de madeira, fazendo o chão inclinar em sua descida, observando a carne vermelha, que compunha as paredes, serem dilaceradas.

Segurava sobre as bordas de madeira, fazendo o chão inclinar em sua descida, observando a carne vermelha, que compunha as paredes, serem dilaceradas

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Uma sombra nos consome, deixando o céu escuro, fazendo-me olhar para cima em apreensão, mas não passava da embarcação a vapor do Chapeleiro.

Correntes caem do balão de Tarrant, enquanto soldados das suas legiões trabalhavam entre si, conectando as duas embarcações voadoras, tornando-se uma só.

C. - Eu estive lá dentro... - O gato sorridente aparece como mágica por minhas costas.

- Como está Jason??

C. - Não deveria se preocupar com Jason... Mas sim com quem irá encontrar quando chegar ao trono da Rainha.

Um estrondo se faz em nossa frente, pois um exército de cartas estourava abaixo de nós, provenientes da sala do trono. Milhares deles, sendo erradicados totalmente.

Assim que volto minha atenção novamente para Cheshire, ele já havia sumido outra vez...

- Odeio suas charadas em maus momentos.

Logo estávamos frente a uma enorme parede de carne viva, onde os cipós eram vermelhos e contorcidos, em uma parede resistente, abaixo do chão. A sala protegida, ali encontrava-se a Rainha.

As balas de canhão e a tecnologia de ponta em seus raios inconstantes tentavam dilacerar aquela contaminação, mas via que estava sendo complexo e lento.

Aquela vegetação exótica de carne estava tentando regenerar-se a todo custo, pois para destruí-la realmente, seria necessário matar a Rainha Vermelha.

E. - Não vamos conseguir entrar tão cedo ali dentro!

A voz de Edward ecoa pelo ar, fazendo-me olhar para a minha barriga, que a aquela altura, já parecia conter 6 meses de gravidez.

- E muito menos tempo!!

Se quiséssemos entrar logo naquele covil, teríamos que passar pela porta de entrada.

- Teremos que descer lá embaixo!

E. - Perdeu o juízo, Alice??

- Se eu tivesse algum juízo, nada aqui existiria!

Observo para a altura em que estávamos, enquanto o Carpinteiro olhava-me fixamente, imaginando o que eu iria fazer em seguida.

E. - Avisem Tarrant para descermos e escoltarmos Alice!! AGORA! - Ele berra aos seus soldados.

Ele correr até mim, em meio ao seu suor e cabelos ruivos úmidos, procurando alguma forma em descer do navio de forma rápida, sem sermos atacados pelos exércitos de cartas ao chão.

- Sinto muito Edward, mas o tempo de Jason é curto. - Digo ao segurar sua mão, dando um sorriso de despedida a ele...

Desfaço-me de seu toque sobre meus dedos, dissolvendo-me em dezenas de borboletas, voando até a imensa porta da sala real.

Passava entre todas as cartas, todos os soldados de ambas as legiões, sem ser percebida... Com um único objetivo.

A porta estava fechada novamente após expelir todas as cartas para fora, mas ao seu redor havia ficado vazio até então... O silêncio era ensurdecedor.

Parecia estar sendo mais fácil do que deveria ser

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Parecia estar sendo mais fácil do que deveria ser... Assim que materializo-me novamente sobre o chão, tocando na maçaneta, consigo chegar, finalmente, até a Rainha.

Era como se fosse apenas para EU estar ali, sozinha, enfrentando-a... Provavelmente era para ser assim.

Caminhava sobre uma ponte vermelha de carne, suspensa por cordas vivas sangrentas e pulsantes, observando ao longe, o seu trono.

Escutava-a rir, de forma abafada pela distância, mas ainda assim ecoava pelo imenso salão...

E logo pude ver, acima do trono, algo suspenso sobre ele... Amarrado dentre vários cipós, apertado em meio a eles, totalmente imóvel e com os olhos verdes vazios... Jason.

Ele estava ali, vivo, mas ao mesmo tempo sem consciência... Parecia estar em uma espécie de transe conduzido por ela.

Seus cabelos longos e ruivos estavam caídos para baixo, suas vestes continham manchas de sangue que não eram dele. Encarava o vazio por seus belos olhos esmeraldas, sem poder ter noção do que acontecia.

A cada segundo que eu o observava, percebia que o amava cada vez mais... E faria de tudo para acabar com aquela agonia.

Apressava o meu passo de forma ansiosa, chegando em disparada para o trono, onde poderia ver que a Rainha não encarava-me, pois estava cabisbaixa.

E, quando estou quase frente a frente com a mesma, seu rosto levanta-se para observar-me, deixando-me imóvel e sem reação.

Havia visto uma foto... Apenas uma foto em meio a oficina de Jason... No momento em que vi, não saberia quem era, mas agora as peças se encaixavam... E aquilo foi o suficiente para saber quem era aquela mulher. Tudo fazia sentido.

TUDO passava por minha cabeça naquele instante, todas as lembranças com Jason, como se fosse um sonho... Uma bela história... Que gostaria de viver outra vez.

A Rainha Vermelha havia assumido a forma de Amélia.

Jason, The Toy Maker - O Outro Lado do GumeOnde histórias criam vida. Descubra agora