CAP. 75 - Breve Aprendizado

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- Sim, estava procurando por você.

- Há, pensei que estava procurando uma saída.

- Saída? Por que eu iria querer uma saída?

Digo em tom sarcástico, enquanto caminho até Jason, confrontando-o.

- Não tenho ideia... Afinal, não existem motivos para querer fugir de mim.

- Claro, seria uma tola se fizesse isso...

Falo passando minha mão sobre o seu peitoral, brincando com Jason, sentindo as veias negras saltadas por seus músculos, as quais estavam ligadas a caixa de música em seu peito.

- Por que está me provocando, querida? Está querendo mais?

- Mais? Bem... Acho que antes de qualquer coisa, preciso comer... Estou me contorcendo em fome.

- Ah, eu estava trabalhando agora. Mas, preparei um chá para a senhorita, quero que tome junto a mim em minha oficina.

- Ótimo, fico feliz por não morrer de fome.

- Há, se eu fosse um homem muito maligno, deixaria a senhorita apodrecer naquela cela, sem comida e água. Mas, fique tranquila... De fome não irá morrer.

- Nossa, agradeço por você ser "bonzinho" comigo.

Começamos a andar pelo corredor, até atravessarmos a porta que daria para o seu local de trabalho, o qual eu quase havia sido morta e transformada em boneca.

- Aliás... Ficou incrivelmente linda nestas roupas. Sabia que iria combinar com a senhorita.

- Acho que nunca me senti tão confortável em uma roupa... Não sabia que utilizar calças era tão bom assim. Quanto ao símbolo na gargantilha...

- Sei muito mais do que pensa sobre a senhorita...

Começo a observar aquela oficina macabra, lembrando-me de algumas noites atrás, o sufoco que havia passado aqui... Jason estava colocando o seu colete marrom habitual, com uma camisa branca por baixo.

Havia me lembrado que Jason havia partido a mesa de ferro ao meio, onde eu estava deitada. Mas agora ela encontrava-se inteira, com um bule de chá e um prato com um café da manhã completo: pães torrados com margarina, um ovo frito e três farias de bacon, além de alguns biscoitos de sabores e cores diversos.

Jason puxa uma pequena cadeira de ferro para mim sentar-me à frente da mesa, o que faço no mesmo instante.

Logo pego um pedaço da torrada, dando a minha primeira mordida... Mas, então escuro o barulho de algo ser serrado próximo a mim...

Assim que olho para o lado, observo Jason com um serrote em sua mão, desmembrando um braço de um busto já cortado, sem cabeça e pernas...

Neste instante, até mesmo paro de comer ao ver aquilo, fazendo Jason me encarar em dúvida.

- O que foi, querida?

- ... O que está fazendo?

- Trabalhando?

Começo a comer a torrada outra vez, mas não tirando os olhos do que Jason estava fazendo... Sentia muita fome para ter um enjôo e não querer mais comer vendo aquela cena.

Claramente era o corpo de um garoto o qual estava sendo serrado... Observava Jason andar, pegando pedaços de pano de pelúcia, começando a costurar o mesmo pelos membros decepados...

Ele limpava o sangue que insistia em escorrer, não deixando aquilo se alastrar, fazendo a cera morna escorrer pela parte da pele aberta, estancando o sangramento.

Jason, The Toy Maker - O Outro Lado do GumeOnde histórias criam vida. Descubra agora