CAP. 100 - Arbustos

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Meu desejo era sair correndo pelas ruas de Londres, explorar cada novo lugar e cada coisa bizarra que havia em minha frente.

- O que é aquilo vermelho?

- Aquilo é chamado de ônibus, querida. As pessoas utilizam para chegarem aos lugares de forma mais rápida... Como se fosse uma espécie de trem, só que muito mais prático.

- E aquelas coisas menores se movendo?

Digo ao puxar sua mão, andando entusiasmada pela calçada de pedras polidas.

- São automóveis, em sua maioria carros. A grande parte das pessoas contém um próprio para se locomover mais facilmente.

- Fascinante! Por que você não mantém sua loja por aqui?

- Bem, digamos que as pessoas não são tão burras nesta época.

- Quer dizer que eu sou burra?

- Não, querida... Apenas que, para mim, as coisas são muito mais simples em uma época retrógrada. Afinal, aqui assassinatos são investigados de forma mais "pegajosa".

- Hm, até que faz sentido... Como é a polícia por aqui?

- São uma pedra no meu sapato. Raramente faço algo "mal visto" neste tempo.

Jason segurava em minha mão de forma forte, como se eu não pudesse mais soltá-lo... Acho que isso sim era o significado de "pegajoso".

- Está quase arrancando a minha mão fora...

- Perdoe-me, mas é apenas uma leve precaução.

- Por que acha que eu fujiria? Já disse que amo você!

- Sabe que sou um homem que não gosta de correr riscos.

- Então era melhor ter me algemado em você.

Falo em tom sarcástico, tentando arrancar minha mão da sua, segurando dentre seu braço, enganchando de forma mais livre.

- Me dando novas ideias! Obrigado querida.

- ... O que eles estão segurando?

A maioria das pessoas continha algo tão estranho nas mãos, o qual brilhava em uma pequena telinha, onde não paravam de cutucar.

- Isto, querida, é algo que não deve chegar nem perto... Irá acabar com a sua mente e deixá-la burra e irritante. Chamam de celular.

- Quase todos parecem ter um...

- Realmente, por isto quase todos aqui são ignorantes, com pensamentos focados neles mesmos... Isto irá acabar com toda a sua bela essência.

- Com você falando assim, parece até mesmo que é a pior coisa que já inventaram.

- E quem sabe não seja.

Continuamos caminhando por aquelas ruas, até Jason parar repentinamente ao ficarmos prestes a atravessarmos as calçadas, junto com várias outras pessoas.

- Olhe para cima... Quando a luz está vermelha, nós não podemos passar. Quando está verde, é a nossa vez. Mas é sempre bom olhar para os lados.

- Muito obrigado, professor Jason. - Digo batendo levemente em seu braço.

Andamos em silêncio, me deixando totalmente perdida com aquelas inovadoras imagens... Era magnífico. Mas ao mesmo tempo, percebia que alguns olhares estavam focados em nós, como se fossemos "diferentes"...

- Por que estão nos olhando assim? - Falo próxima ao seu ouvido, tentando cochichar.

- Quando alguém se veste bem, tende a chamar atenção por sua classe e bom gosto.

Jason, The Toy Maker - O Outro Lado do GumeOnde histórias criam vida. Descubra agora