CAP. 147 - O Valete

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- Mas eu ainda sou A Alice! Posso lutar tão bem quanto qualquer um aqui!!

Sua mão apertava ainda mais o meu pulso, puxando-me sem hesitar.

C. - Será que ainda não percebeu ou não fui claro? Do jeito que seu filho está crescendo, ao final do dia você o dará a luz!

Estávamos entrando em um quarto do dirigível, o qual parecia ser do próprio Chapeleiro. Era grande e espaçoso, com todos os detalhes feitos em ouro maciço.

- Deus, eu não estou pronta para isso!

Tentava não entrar em pânico, mas meus olhos diziam ao contrário. Suspirava de forma tão forte, sentindo o meu coração errar as batidas em temor.

Chapeleiro fecha a porta do quarto, deixando-nos a sós enquanto a guerra acima de nós acontecia desenfreadamente.

C. - Nunca a vi com medo.

- E eu não quero ter medo! E muito menos ser mãe agora!

Implorava com o meu olhar, desesperada, sem saber o que fazer... Ao mesmo tempo, sentindo aquele pequeno ser em minha barriga crescer lentamente.

C. - Sei que pode parecer algo assustador, mas é apenas uma criança, fruto do amor de vocês. Então o que lhe dá medo, Alice?

- Estar desenvolvendo-se totalmente em um dia?!? Jamais cogitei ser mãe, e em apenas algumas horas, já estou quase parindo!!

C. - O certo a se fazer é deixar essa criança terminar de se constituir, não podemos tentar impedir isso... Aliás, não sabemos o que ele é.

- O que quer dizer com isso?

C. - Mal sabe você o que Jason é, muito menos o que você é... Então o que será esse novo ser?

- Preciso achar Jason...

C. - Nós iremos acha-lo. Pedi para que o Carpinteiro invadisse por terra, junto de outra parte dos meus exércitos. Dará tudo certo.

- Deveria estar lá... Lá em baixo, lutando, liderando, guiando...

C. - É isso realmente o que quer?

- Sim.

C. - Então, lhe darei o que deseja.

Sigo-o para fora de seu quarto, surpresa, indo novamente para o piso ao céu aberto, observando os tiros serem dados por todos os lados.

C. - Se realmente sabe o que está fazendo... Então boa sorte. Confiamos em você. Todos nós.

Acento com a cabeça, apertando a mão de Tarrant em seguida, preparada para fazer o que fui criada para ser.

Corro até uma sacada livre do dirigível, pulando por cima da mesma, caindo céu abaixo.

- Estou indo, meu amor!

Invoco meu guarda-chuvas, abrindo-o sobre o ar, fazendo-me pairar e flutuar enquanto caia, diminuindo a velocidade de minha queda.

Logo as nuvens não estavam mais ocultando a minha visão, deixando-me ver claramente o terreno abaixo.

Estávamos voando praticamente sobre o castelo da Rainha, com mais e mais aviões vermelhos saindo das torres de combate.

Se quisesse que isso parasse, dizimando todos os seus soldados, teria que acertar o seu coração... E matá-la de uma vez por todas, sem voltas.

Poderia observar os exércitos do Carpinteiro, com centenas de catapultas ao redor das muralhas, atirando pedras em chamas, com o fogo azul as consumindo.

Seus soldados vestiam uma armadura branca, aquática e de ponta, com capacetes que armazenavam água para a sua respiração. Continham uma tecnologia fascinante, armas que ainda não teria visto, disparavam algum tipo de raio claro contra as cartas, desintegrando-as.

Era visível onde o Carpinteiro estava, no gigantesco navio terrestre, o qual se movia-se cada vez mais rápido pela terra, quebrando os muros do castelo de copas.

Vários outros navios, porém menores, o cercavam, dando cobertura, dizimando tudo ao seu redor.

Iria pousar dentro dos muros do castelo, lutar contra aquelas bestas de forma rápida e buscar por Jason o quanto antes.

Iria pousar dentro dos muros do castelo, lutar contra aquelas bestas de forma rápida e buscar por Jason o quanto antes

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Acabo pousando em uma das diversas torres do castelo, e já de imediato, várias cartas corriam para me deter.

Minha Lâmina Vorpal não era tão eficiente para derrubá-las, então não teria opção melhor e mais prática do que meu cavalo prateado em chamas.

Uma por uma foram derrubadas, enquanto descia torre abaixo, afim de chegar ao centro da podridão de carne vermelha que era aquele lugar.

Utilizo também o meu atirador de pimenta em sua melhor versão, o qual teria o efeito de uma metralhadora, porém muito mais forte e fatal, queimando os corpos das vítimas a cada tiro. Mirava cegamente nas cartas sobre as muralhas vermelhas.

Porém, quanto mais cartas abatia, mais apareciam... Não saberia dizer como, mas elas pareciam se múltiplicar e serem infinitas.

Estava no pátio central, cercada por elas, destruindo-as, esperando com que logo os exércitos aliados chegassem. Mas encontrava-me só.

E, por um momento, elas param de atacar, fazendo um enorme círculo ao meu redor, mantendo uma distância segura, deixando-me apreensiva e presa entre elas.

O portão interno e central do castelo abre-se, enquanto as cartas formavam um caminho ao seu meio, liberando a minha visão até essa entrada suspeita para castelo adentro.

Encaro-o impaciente, enquanto suas madeiras rangiam ao abrir dentre as folhagens, escuro em seu interior... Não enxergava nada.

E de dentro de si, a silhueta de um homem começa a surgir... Mas não era Jason ou qualquer pessoa que já conhecesse, mesmo que fosse alto. Mas com certeza não era meu aliado.

?. - É um prazer finalmente conhecê-la, Alice... - Ele diz enquanto caminhava lentamente por dentre as cartas. - Deixe-me apresentar-me cordialmente, querida. Eu sou Valete.

 Eu sou Valete

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Jason, The Toy Maker - O Outro Lado do GumeOnde histórias criam vida. Descubra agora