CAP. 130 - Odor Marcante

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Assim que Jason estava prestes a abrir a porta e minhas mãos ficavam a um segundo de arruinar o seu rosto perfeito com a minha lâmina, algo aparece por de trás de suas costas.

Os olhos esverdeados de um felino e um sorriso anormal flutuavam no ar, apenas isso. E um daqueles olhos pisca para mim, como se fosse um sinal para deixar aquilo acontecer.

O que Cheshire estava fazendo ali ou o que queria dizer eu não saberia exatamente, porém a sua interferência era somente para os meus olhos verem, Jason não o havia notado flutuando atrás de si...

- Ótimo, mas não faça nada que eu precise te matar depois.

Digo tranquilamente, confiando na presença de Cheshire que sorri ainda mais com a minha resposta, sumindo completamente em seguida.

- Obrigado por confiar em mim, querida.

E Jason entra por aquela porta moderna, enquanto eu corroía-me por dentro, querendo entrar junto a ele e matar tanto Edward quanto Jason.

Assim que a porta é fechada, sinto aqueles dedos cobertos por luvas brancas de seda me puxarem, tampando a minha boca para nada ser dito.

Cheshire me leva até o final do corredor, o mais longe possível da entrada da suíte, para ninguém nos escutar.

C. - Preste bem atenção, Alice. Não temos muito tempo!

- Qual é o seu plano?

C. - Darei um pouco dos meus dons a você. Não se importa em as vezes cuspir bolas de pelos, não é?

Ele diz sarcásticamente, enquanto eu o encarava um tanto sem entender, até às coisas realmente fazerem sentido.

Cheshire retira a sua luva branca, não esperando uma confirmação de minha parte se realmente queria aquilo... Mas o tempo era curto e Jason já havia entrado a alguns segundos.

C. - Talvez seja um pouco desconfortável... Mas será temporário.

Seus dedos tocam sobre a pele do meu rosto, arrepiando todo o meu corpo, fazendo calafrios passarem por minha pele.

C. - Isto é puramente profissional, não existe outra forma de fazermos isso.

Ele puxa-me contra a sua face, encostando os seus lábios nos meus de forma tão intensa que arregalo os olhos com aquele beijo, jamais imaginando que fossemos fazer isso algum dia.

Até mesmo tento me soltar, pois algo estava modificando os meus ossos, era doloroso... Porém Cheshire segurava o meu rosto de modo tão forte, deixando os meus lábios colados nos seus, que não poderia me mover até aquilo acabar.

Minha audição e visão estavam diferentes após a nossa separação, nem as cores dos meus cabelos reconhecia mais ao me encarar nas vidraças ao nosso redor. Entretanto o mais bizarro era a enorme calda que havia surgido atrás de mim.

C. - Agora poderá ver como eu vejo e se mover como eu me movo, sem que eles a enxerguem.

Ainda estava sem palavras para aquilo, assimilando tudo o que acabou de acontecer, tocando em meus lábios de forma boba.

Passo os meus dedos em minha cabeça, percebendo que minhas orelhas eram iguais às de Cheshire, sentindo cada detalhe daquele novo corpo, mesmo que as cores em meu visual não fossem azuis como as dele, pois o preto e o branco dominavam a minha imagem.

- Como você faz para desaparecer e entrar nos lugares com tanta facilidade?

C. - Basta apenas imaginar para acontecer... Você é boa nisso.

Observo-o desintegrar-se no ar, tornando-se aquela fumaça incolor e esgueirando-se através da parede da suíte.

Parecia ser fácil... E eu tinha pouco tempo para conseguir aprender a fazer isso. Fecho os meus olhos e imagino exatamente o que havia acontecido com Cheshire.

Sinto o meu corpo começar a flutuar, abrindo os meus olhos para ver aquilo. Meus pés estavam desaparecendo... E gradativamente todo o meu corpo.

Logo estava totalmente fundida com o ar, como se fizesse parte dele, movendo-me para onde quisesse, invisível.

Atravesso a parede, como se ela nem sequer existisse, entrando na sala de estar da suíte e não deixando aquela forma invisível.

Mas Jason e Edward não estavam ali... O que me deixa ainda mais apreensiva.

Observo o sorriso de Cheshire me guiar e mostrar para onde deveria ir... Então eu o sigo pelo ar, escutando as risadas de Edward cada vez mais próximas.

Havia um jardim aquático particular dentro da suíte, atravessando vários cômodos... E eles estavam ali, andando em meio a ele.

Estava tão próxima a eles, como se realmente participasse daquele momento, mas ninguém poderia saber que eu encontrava-me ali... Até os olhos de Jason me fitarem, deixando-me sem reação.

Como ele poderia me ver..? Isso não seria possível... Seus olhos verdes estavam faiscando em minha direção...

- Edward, posso lhe pedir um favor?

E. - Claro, o que quiser!

- Poderia buscar o champanhe que estávamos bebendo? Realmente gostei daquilo.

E. - Claro, como quiser! Quero que sinta-se a vontade comigo.

Observava Edward sair do jardim, entrando na parte interna da suíte, enquanto Jason volta a olhar para mim.

- Não posso ver você, mas sei exatamente aonde está... O seu cheiro tornou-se extremamente marcante e não existe mais ninguém que possa tê-lo.

Sento sobre uma das plantas daquele jardim, um enorme cogumelo próximo a Jason, deixando o meu corpo ficar visível para ele...

Ele me encara em surpresa, até mesmo se assustando com a minha aparência. Mas logo um sorriso surge de seus lábios, aproximando-se de mim lentamente...

- Sabe que odeio gatos... Mas você tornou-se uma excessão.

 Mas você tornou-se uma excessão

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Jason, The Toy Maker - O Outro Lado do GumeOnde histórias criam vida. Descubra agora