capítulo 45| abaixe a guarda

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L O R E N Z O

— não abaixe a sua guarda. — explico pela terceira vez e Laura ainda não entende.

Me aproximo dela me posicionando atrás do seu corpo e arrumo sua postura.

— faça assim.— instruo e ela vira o rosto para me encarar e não gosto de que enxergo em seus olhos.

Não, definitivamente não gosto.

Um fogo que não existe dentro de mim, não por ela.

A única loira capaz de me incendiar por inteiro está na outra sala treinando com o pai.

— eu... é... eu... acho que entendi. — responde engolindo em seco e me afasto antes que ela confunda as coisas.

— então fique na defensiva, vou tentar te atacar.— explico e acertaria um golpe no seu braço, mas ela conseguiu defender.

— isso aí garota.— falo orgulhoso, ela sorri dando pulinhos para me abraçar e deixando um beijo no meu rosto.

— obrigada, não teria conseguido sem as suas instruções.

— vamos tentar outra vez só que mais rápido, duas vezes tudo bem?

—sim. —diz, voltando a posição dela e me afasto ficando em guarda e tento acerta-la duas vezes seguidas e me surpreendi quando não só se defendeu mas também me atacou.

Um soco no braço, isso me faz sorrir.

— ora, ora, ora... então você não é tão ruim quanto eu pensava.

— eu sou muito boa para aqueles que querem ver.— explica, o sorriso lascivo em seus lábios não esconde o duplo sentido da sua fala.

— eles tem sorte, você é uma boa garota... tem falado com seus pais?

A mudança brusca de expressão me faz ficar arrependido pela pergunta.

— sim... mamãe disse que eles mudaram de casa porquê a antiga foi tomada pelo banco por causa dos empréstimos do papai.

— sinto muito Laura, deve tá sendo ruim pra caralho não poder fazer nada em relação à isso.

Me aproximo dela e abre um sorriso triste antes de prosseguir.

— Lucca disse que vamos dar um jeito, no momento ele é tudo que tenho, já que a nossa mãe ainda prefere a gente aqui ao invés do seu lado.

Ela me abraça e suspiro acariciando suas costas.

Me pergunto o quão doloroso está sendo para ela, vê toda a sua vida desmoronar aos poucos. Meu tio deveria se tocar e tomar vergonha na cara, será que não consegue enxergar que só está fazendo mal para os filhos, e a tia Júlia... aquela aproveitadora não fez nada com o dinheiro que pediu para mamãe ao longo desses anos.

São dois inúteis morando juntos e afetando os filhos.

—ei! Vai ficar tudo bem ok? — questiono me afastando para fitar seu olhar triste.

—obrigada, acho que não precisamos mais treinar... quer sair comigo como da última vez nós podem...— o pigarro vindo da porta nos faz virar e encarar a loira que tem me tirado o sono.

O Sucessor: Família Ferrari - livro IIOnde histórias criam vida. Descubra agora