capítulo 53| destino selado

1.2K 239 26
                                    

__ MÃE! __ Grito sentindo o ar se esvair dos meus pulmões e corro em sua direção, assim que o corpo de Laura atingido por uma bala cai no chão.

Abraço seu corpo enquanto meu choro irrompe, sinto seus dedos fazendo uma carícia em meus braços e tudo que quero é mantê-la debaixo dos meus braços onde ninguém fará mal.

__ estou bem meu amor... você foi tão corajosa... mas, não faça mais isso e da próxima vez obedeça minhas regras.__ me repreende e beijo sua cabeça.

__ ah mãe! Eu também te amo.

__ droga!__ Escuto a voz da desgraçada que quase a matou então me afasto, colocando-me na frente dela com o intuito de protegê-la.

Observo Laura se contorcer de dor enquanto coloca as mãos em seu joelho estourado.

__ espero que esteja doendo bastante sua cadela desprezível.

Ela sorri e mostra o dedo do meio.

__ vai se foder sua otária, me matem logo... vamos, se livrem de mim e arrumem problemas com o tio Pietro.__ pede e sorrio de orelha a orelha.

__ bem que você queria que fosse assim né? Fácil igual à você, manipuladora.__ Lorenzo quem fala e continuo olhando para Laura enquanto ele se aproxima ajudando ela a se levantar.

__ me mate logo Lorenzo, não tenho paciência para explicar meus motivos para fazer o que fiz.

__ ah! Que se foda, não teve clemência com tia Sara, porque teríamos com você?__ questiona e ela solta um gemido de dor.

__ por que vocês são os mocinhos não é? Eu sou a porra da vilã, me matem e tenham redenção.

__ você é bem dodói da sua cabeça garota.__ falo e ela sorri sem ânimo entrando no carro e mostrando o dedo novamente.

Se não fosse pelo estado da minha mãe, eu correria até lá e quebraria seu dedo sem um pingo de arrependimento.

__ filha... vamos embora, acho que preciso de um check-up geral, minha cabeça e braços estão doendo.__ diz e é a primeira vez desde que me entendo nesse mundo que minha mãe pede ajuda ou diz que está com dor.

Não queria ter que entrar no mesmo carro que Laura e suspiro aliviada ao notar o Audi preto do meu pai, sorrio por saber que conseguiu usar o rastreador da pulseira dela para encontrar sua localização. Ele quase não esperou que o motorista estacionasse, pulou para fora do carro e veio ao nosso encontro, envolvendo mamãe em seus braços e beijando seu rosto.

__ que susto você me deu pimentinha... não faça mais, meu coração já não é tão jovem quanto na época que nos conhecemos.__ fala fazendo um carinho no seu rosto e ela abre um sorriso fraco.

__ parece que envelhecemos mesmo, estou me sentindo prestes a quebrar.

__ vou te levar para o hospital, filha... você vem conosco?__ questiona e olho outra vez em direção ao carro de Lorenzo.

Seus olhos estão em mim, carregados de tantas coisas que não sei descrever e uma delas é preocupação. Mas ao seu lado está ela... com um sorriso sarcástico nos lábios e quero matá-la.

Odeio ter que lidar com esse lado ciumento, tutto bene que nunca fui uma pessoa pacífica, mas depois desse envolvimento repentino com ele, as coisas aqui dentro de mim começaram a ficar bagunçadas e nem eu mesma consigo entender a dimensão dos meus sentimentos por ele.

Balanço a cabeça e volto a encarar meu pai.

__ vou sim... só saio de perto da mamãe, quando tivermos certeza que ela está bem.

__ andiamo então.__ diz e sigo com eles até o carro, papai me cede passagem para que eu entre primeiro, me acomodo ao lado da janela e com calma, ajudamos mamãe a sentar, logo depois ele se junta a nós e pede para que o motorista nos tire desse lugar e ouço as ordens para que os soldados limpem a bagunça que foi feita aqui.





(...)

__ como ela está?__ a voz de Lorenzo tira-me dos devaneios e pisco várias vezes antes de desviar a atenção da minha mãe para ele.

__ menos mal, chegamos aqui com ela sentindo dores muito fortes, fizeram uma bateria de exames e os que ficaram prontos mostraram que na queda ela acabou fraturando o braço... eu... odeio toda essa situação, se não tivesse ido com você e ficado com ela, talvez não teria acontecido isso nada disso.

__ ei!__ senta ao meu lado e segura em minha mão. __não tinha como você adivinhar o futuro, você é uma rainha mas não comanda o tempo, as coisas aconteceram como tinham que acontecer.

__ estou me sentindo péssima, mas não quero chorar.

__ ainda com essa história de que chorar é para os fracos?__  pergunta e sorrio concordando.

Quando eu era pequena e me machucava fazendo alguma coisa, sempre chorava e uma vez eu vi o tio Ethan furando o dedo no espinho de uma rosa e perguntei porquê ele não chorava, então abriu um sorriso enorme e disse.

" meu bem, chorar é para os fracos e o titio é muito forte "

__ não deveria seguir conselho do tio Ethan.

__ você tem algum melhor?

Sua mão faz uma carícia suave na minha, ergui os olhos para encara-lo e surpreendente abrimos um sorriso um para o outro.

__ chorar não é para os fracos, mas só quem é forte o suficiente sabe que as vezes demonstrar que tem sentimentos não vai te deixar menos forte... só fortalece ainda mais.

Encostei a cabeça em seu peito, fechei os olhos e apreciei o cheiro amadeirado do seu perfume.

Por alguns segundos só fiquei assim, parada, ouvindo as batidas do seu coração e então veio.

Eu desabei, minhas lágrimas desceram sem controle, molhando a sua roupa e ele não disse nada, apenas acariciou as minhas costas até que passasse toda a minha frustração diante dessa situação.

Me afasto e enxugo minhas lágrimas vestindo a minha máscara de quem sabe separar as coisas e então falo.

__ onde a deixou?

__ junto do irmão, presa.

__  vamos até lá?

__ o que quer fazer?

__ ovviamente me vingar.

__  sabe que isso via nos trazer problemas certo? Ísis machucar alguém da maneira que a tortura exige é bem diferente do treinamento.

Ele não faz ideia do quão maldosa eu posso ser quando estou sob pressão, e também quando estou com muita vontade e agora, consigo sentir cada partícula do meu corpo implorando para que eu vá até aquele galpão e acabe com Laura até que dê seu último suspiro de vida.

__ não quero lidar com consequências agora, no momento eu quero vendetta e se não me levar até lá, não se preocupe posso ir sozinha.







O Sucessor: Família Ferrari - livro IIOnde histórias criam vida. Descubra agora