Capítulo 8: Duelos até a morte.

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Por um momento tudo que consegui fazer foi ficar imóvel, sem acreditar que estava ouvindo aquilo de Mia. Mas quando senti a mão de Sky tocar a minha por baixo da mesa, me recuperei do momento e balancei a cabeça negativamente.

—Por que outro torneio assim? —Questionei, porque mesmo que fosse muito grata a tudo que aquele torneio me trouxe, ele também tinha trazido caos demais pra minha vida e eu não queria que isso acontecesse com outro arcadiano, quando sei o que é estar no lugar deles.

—Amélia acha que isso pode ser bom. —Mia deu de ombros, falando de forma cautelosa, como se pudesse ver todo o desconforto em mim. —As pessoas estariam ocupadas com o torneio. Até mesmo os falesianos. Isso seria uma boa distração pra esse momento.

—Talvez seja melhor contar a Arcádia o que estamos passando. —Ayla empurrou uma das cadeiras e se sentou ao lado de Mia, com uma expressão que deixava claro que tinha ouvido tudo e não havia gostado. —Do que ficar inventando coisas e fingindo que está tudo bem. Eu ia preferir saber da verdade, se ainda estivesse lá.

—Mas você não está mais lá. —Sky rebateu, e Ayla bufou, antes de soltar uma risada forçada.

—Não muda minha opinião. Aquele ainda é meu povo e não gosto de como a maioria de vocês age como se eles fossem tolos que podem ser sempre enganados. —Ayla afirmou, e eu concordei com ela na mesma hora, lançando a Sky um olhar de alerta que o fez revirar os olhos.

—O que foi? —Indagou, erguendo as sobrancelhas pra mim. —Só estava citando um fato. Vocês duas não moram mais lá. Não esperem que os outros aceitem sua opinião como alguém de Arcádia. Deixaram de fazer parte daquele povo quando vieram morar aqui.

—Você podia ajudar as vezes, em vez de fazer esses tipos de comentários. —Afirmei, torcendo os lábios em resignação quando Sky deu de ombros e apertou a mão que segurava a minha por baixo da mesa, antes de solta-la

—Eu concordo com ela. —Olívia comentou, gesticulando na direção de Ayla, já que ela claramente não sabia seu nome. —Acho melhor contar sobre os ataques, em vez de ficar omitindo as informações. Isso nunca acaba bem. E não é uma omissão pequena. Estamos enfrentando algo que nem sabemos se vai acabar em uma guerra ou não.

—Você fala como se estivesse ajudando desde o inicio. Você só ajudou em um ataque, porque ninguém fazia ideia de onde você andava até ontem. —Margo retrucou, soando tão ofendida com a presença de Olivia ali, que até mesmo Sky ficou rígido ao meu lado, como se sentisse a batalha prestes a explodir.

—Sei que está incomodada com a minha presença aqui, Margo. E acredite, eu realmente te entendo. Vou embora em breve, não precisa se preocupar. Não vim até aqui com a intenção de ficar. —Olivia afirmou, fazendo Margo torcer os lábios em frustração e negar com a cabeça. —Mas eu já te pedi desculpas pelo que aconteceu.

—Pode enfiar essas desculpas todas no seu rabo. —Margo sibilou, fazendo as bochechas de Olivia se pintarem de vermelho. —Você é uma falsa, interesseira, que passa por cima de qualquer um pra conseguir o que quer. Aposto que está aqui querendo alguma coisa.

—É claro que não. —Olivia fez questão de negar, enquanto eu percebia que muitas pessoas estavam olhando na direção da nossa mesa, escutando a discussão das duas. —Eu estava aqui por causa da luta na arena. E depois vim ajudar no ataque. Queria que eu virasse as costas e fosse embora enquanto havia inocentes precisando de ajuda?

—Só faça o favor a si mesma e vá embora. —Margo se levantou, arrastando a cadeira com tanta força que o refeitório todo ficou em silêncio enquanto ela saia, provavelmente notando a tensão que ela deixou para trás, junto com a expressão constrangida de Olivia. Não tinha certeza se era pelas acusações de Margo ou pelo excesso de atenção.

As Crônicas de Scott: A Guerra / Vol. 2 Onde histórias criam vida. Descubra agora