As Crônicas de Scott: A Guerra / Vol. 2

Capítulo 49: Ele vai querer ajudar.

Aquilo significava que Raven estava mesmo ali e não tinha como eu saber quantos outros guerreiros ele havia trazido para ajudá-lo a recuperar Griffin. Eu poderia ir ali e acabar com aqueles dois na mesma hora. Estava muito tentada a fazer isso, mas também não queria me revelar cedo demais e dar a chance de mais deles fugirem.

Meus pensamentos foram interrompidos por um grito que ecoou por todas os túneis da montanha. Reconheci o sinal de Ayla, que provavelmente tinha se metido em confusão ou encontrado Griffin. Mas o grito dela revelou aos dois guerreiros mais a frente que eles não estavam sozinhos. John e Max dispararam no túnel mais a frente e eu não hesitei em correr atrás deles.

Outro grito ecoou pelos túneis, junto com um rugido feliz que estremeceu todos os meus ossos. Dessa vez não era Ayla que estava gritando, mas eu tinha certeza que quem quer que fosse tinha encontrado um dos dragões daquele lugar. Soltei o ar com força quando John e Max se separaram em uma bifurcação, me fazendo soltar um xingamento e precisar escolher uma das direções para continuar.

Escorreguei sem querer no chão e caí de joelhos, fazendo uma careta quando meus joelhos arderam. Precisei ficar de pé rápido, só para perceber que tinha perdido Max de vista e que logo mais a frente havia outra bifurcação. Escolhi a da direita, mesmo sabendo que tinha grande chances de ser a errada. Meus pés escorregavam na areia enquanto eu corria, ouvindo os rugidos do dragão cada vez mais perto.

Um grito escapou pela minha boca quando meu corpo foi de encontro a outro. O choque lançando cada um de nós para um lado. Meu rosto quase bateu no chão, se eu não tivesse colocado o braço na frente no momento certo. Ayla soltou um gemido, colocando as mãos na costela, antes de se arrastar até onde o arco havia caído. Senti um alívio imenso ao vê-la, mesmo que tudo em mim ainda estivesse doendo.

—Raven está com Griffin. —Ayla afirmou, enquanto eu ficava de pé e ia ajudá-la a se levantar. O gosto de terra na minha boca me fez virar e cuspir no chão, com uma dor horrível no meu estômago, porque o cotovelo de Ayla tinha me atingido bem ali.

—Vi John e Max. Mas os dois se separaram lá atrás e eu os perdi de vista. —Falei, vendo Ayla assentir e passar a mão na testa para limpar a areia. —Mostre o caminho até Raven.

Ayla  concordou, gesticulando na direção que ela tinha vindo, antes de nós duas corremos naquela direção e ela mostrar onde havia os encontrado. Minha respiração estava pesada, mas vi quando saímos em um espaço aberto da caverna, a sombra de Griffin tentando voar, mesmo que o teto da caverna fosse baixo demais pra isso. Suas asas rasgavam as suas paredes, arrancando pedaços de rochas

Em cima dele estava Raven. Pude ver o sorriso que estava no rosto dele, como se tivesse tão feliz em ver o seu guardião novamente. John estavam correndo a nossa frente, tentando alcançar os dois, provavelmente para subir em Griffin também. Mas não havia qualquer sinal de Max ali, quando olhei ao redor e tentei saber se aquilo era uma armadilha.

O portão logo a frente começou a subir, abrindo passagem para Griffin, enquanto eu procurava quem estava fazendo aquilo. Max ainda não havia aparecido, então só podia ser ele o responsável por aquilo. Me abaixei no chão, deixando o poder sair de dentro de mim e se espalhar.

Ainda não sabia bem até onde eu poderia ir, então quando o gelo se espalhou pelo chão na direção de Griffin, fiquei tão surpresa quando Raven sobre ele, quando percebeu que tinha companhia. Griffin girou a cabeça, abrindo a boca e lançando suas chamas sobre o gelo, acabando com ele antes que chegasse até suas patas.

Ayla puxou o arco e uma flecha, o armando para atirar na direção de John. Franzi a testa, sentindo uma gota de sangue escorrer pelo meu nariz, enquanto aquela cena me remetia a alguma coisa. Lembrei da carta que Cecília tinha escrito antes de partir, que Margo havia guardado porque sabia que eu poderia querer lê-la em algum momento.