Capítulo 9: Misty é minha por direito.

502 98 22
                                    

Estávamos caminhando pelos corredores do Castelo de Pedra. Parte dele estava destruída, como se ele já tivesse sido o palco de uma grande batalha ou guerra. As paredes caídas tomadas pela vegetação, que subia pelas pedras ainda de pé. Pelas escadas e torres, dando ao lugar um ar diferente do que eu esperava.

—Por que fazer a reunião aqui? —Mia questionou, desviando de um arbusto que havia nascido no meio do corredor, por mais impossível que parecesse. —O conselho dos chalés estava muito disposto a nos receber.

—Porque eles querem saber do que vamos tratar e eu quero um lugar seguro pra evitar que eles se metam. —Amélia esclareceu, fazendo Mia exibir uma expressão desdenhosa.

—Colin estará aqui. Isso já acaba com a palavra segurança. —Mia retrucou, e Amélia apenas suspirou, preferindo não responder aquela afirmação.

—Quem é Colin? —Indaguei, porque ainda não conhecia os líderes dos chalés. Esse seria meu primeiro encontro com eles e estava estranhamente nervosa, porque era óbvio que eles sabiam quem eu era.

—Diretor do Chalé Vermelho. —Mia me lançou um sorriso significativo, enquanto eu estremecia ao ouvir aquilo. —Ele já pediu desculpas por ter ajudado Raven e pelo que fez ao seu tio, mas é claro que irá nos trair sem pensar duas vezes.

—Por favor, Mia. —Amélia pediu, lançando a ela um olhar resignado. —Também não gosto nem um pouco dessa situação. Lidar com ele é a última coisa que eu desejo. Mas não posso interferir, se o conselho achou adequado apenas puni-lo, mas mantê-lo nessa posição de poder.

—Já passou pela sua cabeça que os guerreiros dele podem estar atacando as cidades ou ajudando? —Mia indagou, soltando um grunhido de frustração quando Amélia dispensou o comentário dela com um aceno de mão.

Amélia nos levou até a grande sala com a mesa de pedra circular, onde normalmente os elementais se reuniam, quando precisavam fazer alguma reunião. Pensar em estar naquele lugar, fazia eu me perguntar onde estava aquele poder dentro de mim e porque ele estava tão silencioso, quando Misty já tinha deixado claro quem eu era.

Havia uma única mulher sentada ao redor da mesa, usando uma pulseira amarela com o número dois. Os cabelos negros presos em uma longa trança que circulava sua cabeça, enquanto os olhos eram quase castanhos demais, como ouro. Ela não expressou nada assim que nos viu, além de inclinar a cabeça em sinal de reconhecimento a nossa presença.

—Karen. —Amélia a cumprimentou, abrindo um sorriso simpático.

—Quanto tempo, Amélia. —Karen ergueu as sobrancelhas enquanto nós três ocupávamos nossos lugares ao redor da mesa. —E quem são suas companhias? Não sabia que não viria sozinha.

—Essas são Mia e Zaia. —Amélia gesticulou para nós duas, enquanto a surpresa tomava conta dos olhos de Karen, quando ela reconheceu quem nós éramos. Deixei o braço com a pulseira embaixo da mesa, sabendo que todos sempre a procuravam quando me reconheciam. —Acho que não preciso mencionar o incidente da floresta noturna.

—Já ouvimos essa história, Amélia. —Um falesiano entrou na sala, sendo seguido de outro. —Acho que podemos deixa-la de lado, para evitar qualquer tipo de desconforto de nossos convidados.

A armadura reluzente e os cabelos loiros bagunçados quase não combinavam com o clima daquela reunião, apesar de ele estar sorrindo, enquanto o homem de pele marrom e cabelos raspados atrás dele parecia estar esperando uma guerra, mesmo que não usasse nenhum tipo de lamina.

—Brian. —Amélia torceu os lábios ao cumprimenta-lo, enquanto eu descia os olhos para a pulseira dele, vendo a cor verde presente ali. Nem precisei olhar para o homem atrás dele, para saber que aquele era Colin, diretor do Chalé Vermelho, e que era dele quem Brian estava se referindo.

As Crônicas de Scott: A Guerra / Vol. 2 Onde histórias criam vida. Descubra agora