Capítulo 48: Montanha Crepuscular.

460 98 2
                                    

Não tinha comparecido nas últimas reuniões dos elementais, apesar de achar que isso poderia fazê-los não me ver com bons olhos depois de tudo que aconteceu. Mas Margo estava me deixando a par de tudo. Me contando tudo que eu precisava saber e tudo que eles estavam decidindo sobre a guerra. Foi ela quem me contou onde Griffin havia sido colocado, para ficar bem longe de Raven.

A Montanha Crepuscular era uma das maiores de Falésia, repleta de túneis e salas subterrâneas que serviam de abrigo pra muitas criaturas. Principalmente dragões. Infelizmente, estávamos ocupados demais absorvendo a perda de Aurora para se lembrar de que Luna sabia que Griffin estava lá, já que ela ajudou a leva-lo até aquela montanha.

A Montanha Crepuscular já tinha abrigado as criaturas das sombras, antes de elas terem sido aprisionadas na Floresta Noturna. Agora, a maioria dos dragões sem cavaleiro, que atacavam ou perdiam o controle, causando caos, eram capturados e levados até lá. O dragão que estava apavorando o Vale dos Elfos tinha tido esse destino, depois de Gael o pegar.

Depois que me dei conta do que estava acontecendo, voltei até a casa do meu tio e pedi para Elanor avisar os elementais do que estava acontecendo. Como ela iria fazer isso eu não tinha ideia, porque sabia que precisava chegar a montanha o quanto antes. Misty voou até lá tão rápido que eu e Ayla precisamos nos segurar com força, quase caindo das costas dela algumas vezes.

Misty desceu na floresta, em uma das várias cavernas que levavam ao interior da montanha, antes de subir para o céu de novo. Não queria leva-la até lá, porque não sabia como a magia daquela montanha funcionava e tinha medo de que ela não conseguisse sair depois. Margo nunca me disse como eles faziam para impedir os dragões de sair dali, mas pensando em como as criaturas das sombras não podem deixar aquele vale, eu já podia ter algumas ideias.

Eu e Ayla trocamos um olhar, antes de caminharmos para dentro da caverna. O lugar cheirava a mofo e era úmido demais, cheio de bifurcações para todos os lados. Algumas tochas nas paredes estavam acesas e outras apagadas, deixando claro que alguém tinha estado ali a pouco tempo. Um arrepio atravessou meu corpo quando escutei um barulho, sem conseguir definir do que poderia ser.

—Percy me disse que algumas pessoas consideram esse lugar amaldiçoado. —Sussurrei, fazendo uma careta quando minha voz viajou por aquelas paredes rochosas como um sopro. Ayla olhou pra mim, erguendo as sobrancelhas enquanto engolia em seco e apertava o arco em suas mãos com força.

—Por que você tinha que falar isso justamente agora? —Questionou, e eu apenas dei de ombros, porque não tinha pensado muito sobre isso antes de simplesmente falar o que estava na minha cabeça. Estava tão tensa quanto ela, porque não sabia bem o que esperar.

Chegamos a uma longa escadaria escavada na rocha, descendo os degraus com cuidado, porque um dragão rugiu em algum lugar. O som ecoando por ali de uma forma esquisita, que não nos deixava saber de onde ele vinha. Parecia vir de todos os lados, como se houvessem outros milhares de túneis ao lado do que estávamos.

—Acha que tem alguém aqui? —Ayla questionou, tomando cuidado para falar tão baixo que sua voz não se espalhou pela caverna. —Ou ele já conseguiu o que queria e foi embora?

—Talvez se nos separarmos...

—Está louca? —Ayla me cortou, me lançando um olhar incrédulo, enquanto negava com a cabeça sem parar. —Esse lugar está cheio de dragões e talvez outras coisas que a gente nem saiba.

—Esse lugar é enorme, vamos achar Griffin mais rápido se nos separarmos. —Afirmei, mesmo que soubesse que era uma péssima ideia. Mas ainda era a melhor opção na nossa atual situação. —Esse lugar está cheio de magia. Posso sentir, como se ela estivesse tentando se misturar com a minha. Acho que os dragões não vão nos atacar.

As Crônicas de Scott: A Guerra / Vol. 2 Onde histórias criam vida. Descubra agora