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São Paulo

Lorena Ferreira

JÁ PELA MANHÃ ACORDEI com os olhos um pouco inchados por chorar ontem a noite, eu mesma prometi para mim que não iria chorar pelo Veiga, não mais, só que as coisas ultimamente tem sido tão difícil, não só em relação aos sentimentos por ele.
Mas minhas inseguranças estão voltando a tona tudo novamente, fazia dias que não comia direito e quando comia eu sempre descontava em horas na academia e acabava chorando por não conseguir me ver perfeitamente em um espelho.

Mas isso eu não estava contando para ninguém, guardava tudo para mim, e isso é o que está me matando, eu estou cansada, minha mente está uma merda ultimamente.

Levantei antes dos meus pais e peguei somente um iogurte natural porque ele não tem muitas calorias, tomei e depois do café sai com meu pai para o CT, despedi da minha mãe que ia ficar em casa hoje.

Coloquei um vestido folgadinho e justo nos seios, para não marcar muito meu corpo e eu não ficar com mais paranóia, soltei o cabelo e deixei natural, não estava com cabeça para alisar ele hoje, passei só um corretivo e gloss e vim.
Assim que chegamos ao CT meu pai estaciona e nós adentramos o lugar, cumprimento todos com um sorriso fingindo bem.

Sou boa em fingir estar bem, pelo menos isso.

Ando com ele até o campo e o pessoal já estava aquecendo, Richard, Endrick, Piquerez e Zé Rafael vieram me abraçar e conversar um pouco.

Depois voltam para aquecer, olho o campo e Veiga está nos olhando, diferente do que eu achava ele não estava me ignorando e muito menos com o rosto sério, ele estava surpreso....seu olhar transmitia admiração, não sei o porque.

Desviei o olhar do seu assim que vejo Scarpa se aproximar e eu dou um sorriso meio triste, ele me abraça e eu envolvi sua cintura descansando a cabeça no seu peitoral.
Eu não consigo dizer nada, só consigo me sentir bem um pouco depois de dias.

— Tudo bem? — ele perguntou no meio do abraço.

Eu neguei com a cabeça e me forcei a não chorar.

Scarpa me tira dali e nós saímos para um dos bancos mais afastados e longe da visão de quem estava no gramado.

Sentamos no banco e eu suspiro antes de começar.

— Se prepara porque é muita coisa. — falo dando uma risada disfarçada.

Ele sorri e concorda.

— Pode começar. — ele diz e deixa sua mochila encima do banco ao seu lado, eu junto as mãos encima das pernas e o olho tentando ver por onde começo.

— Scarpa, isso não pode sair daqui, em hipótese alguma, entendeu ? — pergunto olhando ele e ele concorda.

— Conta logo, eu tenho ansiedade. — ele diz e nós damos risada.

— Ontem a noite, eu sai com o Pedro Raul. — falo e ele arregala os olhos.

— Puta que pariu, saiu com ele ? Mas vocês não eram só conhecidos ? — ele perguntou totalmente confuso.

— O foco não é esse. — falo interrompendo ele. — o Veiga tava lá com a Bruna, e ficou maior climão.

Disse ele franziu o cenho.

Duas Metades. - Raphael Veiga Onde histórias criam vida. Descubra agora