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São Paulo

Lorena Ferreira
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Pré -jogo Palmeiras x Corinthians

TENTAMOS CHEGAR A tempo no vestiário feminino para poder trocar de roupa afim de partir para a sala de neurocirurgia

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TENTAMOS CHEGAR A tempo no vestiário feminino para poder trocar de roupa afim de partir para a sala de neurocirurgia. Ontem estava tão cansada que nem vi o momento que acabei cedendo ao sono, hoje de manhã Gabriely passou lá em casa para podermos vir a faculdade.

Respondo umas mensagens do Veiga e guardo o celular no bolso, ajeitando minha bolsa de lado no ombro.
Com a chegada próxima da revelação dos nomes para a palestra, eu estava mais obcecada nos estudos da matéria do bimestre, os professores reforçaram as aulas práticas e teóricas de neurocirurgia.

Estava tranquila porque sei que as chances do meu nome sair em uma lista que tem mais de 50 alunos envolvidos seja pouca, mas tenho que me preparar mesmo assim.

— Só de pensar que nessa hora a gente poderia tá curtindo a fazenda. — Gabriely diz assim que adentramos o vestiário totalmente vazio.

— Nem me diz, tô exausta. — falo prendendo o cabelo em um coque frouxo e vendo minhas olheiras no espelho.

— Dormiu bem ? — ela perguntou meio desconfiada.

— Dormi, só tô cansada, preocupada com a resposta da palestra.—  falo suspirando, tirando minha jaqueta e vestindo o jaleco, ela faz o mesmo.

— Ainda bem que essa lista nem vai ver meu nome. — ela diz aliviada.
O último ano da faculdade só vai assistir, sortudos.

— Se eu sair, não sei o que vou fazer, sou péssima, você sabe. — falo e ela revira os olhos como se discordasse.
Sou péssima com câmeras ou público, muitas pessoas prestando atenção em mim me deixa nervosa.

— Se você sair, vai ser ótima, eu e os meninos vamos tá lá. —ela fala prendendo seu cabelo e se olhando no espelho. — aplaudindo.

Ela me abraça e saímos prontas para finalizar mais um bimestre e ter essa aula prática, não vai ser com corpo real, dessa vez só com um boneco de simulação.
Chegando na sala nos sentamos onde os demais alunos do último ano e os da minha turma estão, a professora passou duplas para poder avaliar a revisar o assunto usando o boneco de experiência.

Anoto algumas coisas enquanto Gabriely explica e gesticula ao meu lado, ajeito os óculos no rosto e continuo a movimentar a caneta no papel.
Penso constantemente em como as coisas vem sendo, com o Rapha, ele é tudo que eu quero e queria, mas tenho tanto medo .

As barreiras que tenho ainda não caíram, não deixei ele entrar completamente, porque tenho medo de como tudo pode acabar, sei que posso está sendo precipitada mas é algo que me apavora, deixar ele entrar, saber muito, cuidar de mim, e no final me machucar.

Duas Metades. - Raphael Veiga Onde histórias criam vida. Descubra agora