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São Paulo

Raphael Veiga

HOJE É DOMINGO E mesmo assim estamos tendo treino e algumas reuniões para o próximo jogo de terça, achei estranho a Lorena não vir, hoje ela concerteza não teria plantão da faculdade então ela sempre vinha quando tinha chances.

Apesar de que eu achei mesmo pouco provável, já que ontem ela saiu péssima do jogo, ainda tenho que conversar com ela sobre isso. Já sobre eu e Bruna estávamos muito bem, a loira está empolgada com o noivado e o casamento, a data já está marcada para o final do ano em dezembro.

Saio do vestiário com uma toalha limpando o suor, é por volta das cinco da tarde e eu escutei uma voz no corredor, é o Zé Rafael falando no celular.

— Tudo bem, passo aí agorinha. — o volante diz com o celular no ouvido e desliga, eu o olho e ele me olha arrumando sua bolsa para sair.

— Vai onde ? — pergunto olhando ele arrumar a bolsa. — ainda tem a reunião lembra?

— Preciso levar a Lorena no hospital. — ele diz e meu semblante muda completamente, eu me aproximo o olhando.

— Ela não tem aula no domingo. — falo e ele repuxa o canto da boca preocupado.

— Não é faculdade, ela tá passando mal. — ele diz e eu o olho preocupado, merda.

— Como assim ? o que aconteceu? — digo e ele respira fundo.

— Ela teve uma crise de vômito e falou que tá fraca, teve febre alta. — ele diz pegando sua chave do carro.

Eu balancei a cabeça em negação preocupado.

— Tá, então eu vou com você. — digo convincente, ele nega com a cabeça.

— Não, acho melhor não cara. — Zé diz negando.

— E porque não ? — pergunto franzindo a testa sem entender.

— Nós dois sair ao mesmo tempo da reunião? Fica aí e segura pra mim. — Zé diz baixo somente para nós ouvirmos.

Eu o olho e acabo cedendo.

— Tá, mas me manda mensagem, ela não me responde, avisa como ela tá. — falo o olhando e ele concorda.

— Ah, e outra, não conta pro Abel, ela pediu. — ele diz me olhando com seriedade, eu concordo e bato no seu ombro.

Ele sai dali e eu passo a mão no cabelo impaciente, eu não sei o motivo para a Lorena estar ignorando todas minhas ligações ou mensagens, e agora ela passando mal e nem ao menos me falou.

Está estranho, muito estranho.

Saio do corredor e vou para a sala da diretoria ter a reunião com os técnicos, presidente e os jogadores, mas minha cabeça não sossega um minuto, preocupado com a Ferreira.










São Paulo

Lorena Ferreira

POUCOS MINUTOS DEPOIS eu escuto a buzina pelo lado de fora, me levanto com um pouco de dificuldade e abri a porta e depois a tranquei, meu pai e minha mãe tinham a chave caso precisasse.
Fui até o carro do volante e adentrei depois fechei a porta.

Duas Metades. - Raphael Veiga Onde histórias criam vida. Descubra agora