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São Paulo

Lorena Ferreira
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"A intenção era disfarçar né?"

ANDO DE UM LADO PARA o outro no CT do Palmeiras, buscando e entregando papéis de renovações, leis promulgadas, pagamentos, e as vezes visitava o café do lugar para pegar meu incentivo do dia, cafeína

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ANDO DE UM LADO PARA o outro no CT do Palmeiras, buscando e entregando papéis de renovações, leis promulgadas, pagamentos, e as vezes visitava o café do lugar para pegar meu incentivo do dia, cafeína. A USP deu uma folga aos palestrantes somente hoje, para poder ter tempo de estudos, e eu ? Estou aqui no meio dos jogadores e técnicos do SEP.

Meu pai pediu uma ajuda, sua secretária tinha tido um imprevisto, e pelo jeito eu ficaria no lugar dela só hoje. Ele treina os meninos no campo com a Leila observando, fico na sua sala assinando uns papéis e verificando seus emails, alguns em respeito ao jogo contra o Barcelona SC, que vai ocorrer na Colômbia, final do mês. Em prol da Libertadores.

Escuto batidas na porta e Leila abre ela, coloca a cabeça alí e sorri, devolvo o gesto.

— Posso entrar ? — a mulher pergunta e eu me ajeito na cadeira.

— Claro, entra Leila. — digo sorrindo, ela entra e fecha a porta, senta na cadeira a frente da minha mesa.— seu pai falou que estaria aqui.

— É, ele pediu ajuda depois de um imprevisto com sua secretária. — digo afastando uns papeis e desligando o computador.

— Então Lorena, eu vim falar com você sobre a sessão de fotos amanhã. — ela diz e agora me lembra, estava esquecendo, tantas coisas.

— O Rapha me falou, ficou pra amanhã né? — digo tentando soar o mais normal quando cito o Veiga, mas um sorriso escapa no canto da boca da presidente.

— Ficou, e eu quero assinar sua folha de pagamento. — ela diz e retira uma folha de uma pasta. — e agradecer por ter aceitado, vimos você como a parceira perfeita para o Veiga nas fotos.

— E porque eu ? — decido perguntar, tirar essa dúvida.

— Oras, você e o Rapha são amigos não são? — ela diz e retira o olhar da pasta, me lançando um olhar sugestivo.

Jogando verde dona Leila, que feio.

— Somos, só achei estranho, é que não sou muito acostumada com isso de aparecer nas câmeras. — digo justificando, ela sorri e ajeita o cabelo.

— É filha de um dos maiores técnicos do país, e amiga de vários jogadores de porte.— ela diz estendendo o papel grosso sobre a mesa do escritório do meu pai. — devia estar acostumada com redes sociais e as câmeras.

— Não estou, acredite. — digo e rimos, pego uma caneta e olho o papel, puxo até mim.
Disfarço quando quase engasgo, com uma tosse, vários zeros ali na frente do número.

Duas Metades. - Raphael Veiga Onde histórias criam vida. Descubra agora