Capítulo 10

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Bangkok, Tailândia.
Templo de Wat Phra Somdej.


Finalmente sábado chegou, Charlotte estava super animada tanto pelo o novo emprego, quanto por ter se reunido com seus amigos na noite passada, para comemorar esse grande passo. Ela chegou cedinho ao Templo, logo pela manhã. E foi recebida pelo monge Phra Somchai, ele era venerado por sua sabedoria e compaixão. Também líder espiritual do Wat Phra Somdej e atuava como conselheiro para os frequentadores do templo, incluindo Charlotte.

Phra Somchai, de 60 anos, é conhecido por sua habilidade em oferecer orientações profundas e práticas espirituais que ajudam a equilibrar a mente e o coração. Seu comportamento é sereno e ponderado, refletindo o verdadeiro espírito da prática budista. conhecido por suas conversas meditativas e por usar metáforas e histórias para transmitir ensinamentos profundos. Ele é acessível e atencioso, sempre disposto a ouvir e a guiar os buscadores espirituais em sua jornada.

— É bom te ver novamente, minha jovem. — disse Phra Somchai, saudando Charlotte após recebê-la no Templo.

— Eu realmente me sinto bem vindo aqui, Monge Phra Somchai. Eu sinto uma paz... — disse Charlotte, reverenciando o monge, sorriso gentil — É inexplicável.

— Aqui, você encontrará todas as suas respostas, Charlotte. A paciência é a virtude para grandes conhecimentos — disse Phra Somchai, caminhando pelo o Templo ao lado da jovem.

— Me aconteceu algo muito bom, ontem. E me senti mais revigorada para vir hoje, queria agradecer como sempre fazendo meus méritos. — disse Charlotte, animada.

— Ah, foi? Gostaria de compartilhar o acontecimento de ontem? — perguntou Phra Somchai, olhando para Charlotte com atenção, enquanto caminham lado a lado.

— Eu consegui um emprego, na Waraha Enterprise Group. Conhece este lugar, monge Phra Somchai? — perguntou Charlotte, curiosa ao olhar para ele.

Phra Somchai sorriu, logo acenando com a cabeça após concordar. Ele sabia que o caminho daquela jovem estava se cruzando novamente – talvez até mais rápido – do que o esperando com a mulher mais velha. O homem sábio e de palavras acolhedoras, teve conhecimento da história das duas através dos deuses no Templo. Ele viu quando a mulher mais velha parou durante seu trajeto de encontro aos seus negócios marcados aqui dias atrás, somente para olhar Charlotte que chamou sua atenção naquele momento.

— Meus parabéns, jovem Charlotte. Tenho certeza que seu caminho trilhara ainda mais, de agora em diante. — disse o monge líder, entrando no Templo sagrado.

— Obrigada, monge Phra Somchai. Suas palavras significa muito para mim. — disse Charlotte, sorrindo gentilmente — Com sua licença, farei meus méritos agora. Por favor, espero vê-lo novamente antes de eu ir embora.

— Certamente, me verá sempre por aqui. Desejo-lhe bons méritos, faça uma boa meditação jovem. — disse Phra Somchai, se afastando sutilmente, deixando-a sozinha para se concentrar.

Charlotte sentou-se na tapeçaria no salão, posicionando-se com as pernas cruzadas e as mãos unidas em um gesto de oração. Fechou os olhos, ela podia sentir o aroma dos incensos e o som dos sinos criavam uma sinfonia de paz que envolvia o ambiente, como sempre. Então, permitiu-se mergulhar na sua concentração.

Duas horas se passou, Charlotte já havia cumprido sua missão naquela manhã ao Templo. Fez méritos, orou para os deuses e agradeceu fielmente por cada realização dos dias anteriores. Agradeceu pelas amizades, trabalho, e seus estudos. Inclusive, sua família também. Charlotte só desejava realizar mais uma coisa, encontrar um amor verdadeiro.


••

Bangkok, Tailândia.
Templo de Wat Phra Somdej.

Fim de semana, ou melhor, sábado. O primeiro pensamento de Engfa foi o jantar com seu pai Nawat, e Sun naquele mesmo dia, ao anoitecer. Ela negou os pensamentos com a cabeça, hesitando pensar em quaisquer assuntos que fossem discutidos durante a noite. Engfa levantou-se da cama king, acolchoada e luxuosa, extremamente confortável ao seu gosto.

Engfa estava usando um robe de seda preto, caminhou até o banheiro, parou em frente ao espelho. Ela ficou ali por alguns segundos, processando a noite anterior. Engfa bebeu na companhia de suas funcionárias, seus amigos e amigos de suas funcionárias. Algo que ela nunca havia feito antes, tanto que foi mencionado por Snack na noite passada, durante a conversação com os outros sob a mesa.

Arghhh, você parece tão cansada. Porque não relaxa um pouco? Huh?

Engfa pensava sobre si mesma, refletindo na frente do espelho.

Em seguida, ela entrou na banheira após ter preparado seu banho com bastante espuma. Enquanto lavava o seu corpo, se permitia relaxar por alguns instantes. Engfa, tinha uma cicatriz no peito não muito visível, era como uma pequena marca. Algo para lembrá-la de sua existência, ou sei lá. Era assim que ela pensava a respeito, quando olhava para o mesmo.

Alguns minutos depois, ela saiu do banho e trocou de roupa. Ela vestiu algo casual, não muito simples mantendo seu bom gosto e luxo em suas roupas. Quando Engfa desceu para a sala de refeições, foi recebida por Malee toda sorridente ao vê-la.

— Bom dia, Sra. Waraha. Conseguiu descansar um pouco? — perguntou Malee, preocupada após ter visto sua chefe, chegar em casa tarde da noite.

— Bom dia, P'Malee. Huh, acho que o suficiente por agora. Obrigada por se preocupar — respondeu Engfa, sorriso gentil a mulher mais velha.

Engfa serviu seu café, mas optou por não comer nada naquela manhã, o que causou preocupação a Malee, a senhora não gostava quando Engfa não comia nada durante o dia. Ela costumava insistir até a mulher mais nova mudar de idéia. Mas, naquela manhã Engfa estava decidida não comer.

A senhora, Malee compreendeu. Aceitando o fato de que sua chefe havia bebido muito na noite anterior, e certamente estava enjoada por causa do álcool. Poucos minutos, o celular de Engfa tocou. Era seu investidor, Sr. Ananda Suriya.

[LIGAÇÃO ON]

— Bom dia, Sra. Wahara. Desculpa ligar ao sábado, pode se encontrar comigo no Templo? — perguntou Ananda com uma voz relaxante, suspiro.

— Huh, algum problema Sr. Suriya? — questionou Engfa, franzindo o cenho.

— Não, que isso. Apenas sinto que aqui é um bom lugar para relaxar, enquanto tratamos de negócios. — respondeu Ananda.

— Tudo bem, me dê alguns minutos e chegarei aí em breve. — disse Engfa, concordando com o homem mais velho na ligação.

[LIGAÇÃO OFF]

Engfa encerrou a ligação com Sr. Ananda Suriya, indo ao seu encontro no Tempo de Wat Phra Somdej. Ela digiria seu veículo, um carro esportivo na cor branca. Não demorou muito até que chegasse ao local, logo sendo recebida por Phra Somchai, o monge líder.

— Bom dia, Sra. Waraha. — saudou Phra Somchai, abrindo um sorriso breve para a mulher a sua frente.

— Bom dia, monge. — disse Engfa, fazendo reverência ao líder budista a sua frente.

— Veio a negócios novamente, não é? — perguntou Phra Somchai, olhando-a com atenção.

— Sim, o Sr. Suriya me espera na sala reservada para discutirmos assuntos de negócios. — respondeu Engfa, sorrindo sem graça.

— Entendo. Antes de você ir, será que posso te perguntar algo? — perguntou Phra Somchai, observando a mulher mudar sua postura para totalmente ereta.

— Huh... Sim, se eu puder responder. — disse Engfa, curiosa.

— Quando você vem aqui, não sente nada? Aí dentro de você. Para ser mais exato, bem aqui. — perguntou Phra Somchai, apontando para o coração de Engfa numa pequena distância.

— O que? Porque? — questionou Engfa, confusa — Eu não... Sei o que quer dizer com isso, monge Phra Somchai.

— Apenas se permita sentir, as respostas vem depois. — disse Phra Somchai, dando passagem para Engfa prossiguir sua caminhada, até a sala reservada para negócios.

Engfa assentiu, ela parecia estonteada após a conversa com monge Phra Somchai, sem entender prosseguiu ao encontro do Sr. Ananda Suriya.

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