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Capítulo 62

Bangkok, Tailândia.
Casa Thung Kao.

Após seu desmaio, Charlotte acordou. Benz levou um pouco de água para ela, que aceitou o gesto se não ia morrer de sede. Ele ainda se aproveitou para fazer um carinho no cabelo dela, que se esquivou pro lado. Charlotte estava se sentindo enojada só por está na presença dele ali, e ela demonstrava nitidamente isso. Sempre que o homem alto e forte, tentava se aproximar ela fazia uma gesto como fosse recuar. Mas estava presa na cadeira. A chuva caia lá fora, logo o frio invadiria aquele lugar que não tinha nada para aquecer.

— Sabe o que piorou toda essa situação? Sua namoradinha, bancou a espertinha com o seu verdadeiro pai, Sr. Saengchai... Ela enganou o velho achando que aquela comunidade ia ser dele. Enquanto isso, ela dava um jeito de torná-lo dela. Devo admitir, foi um golpe de mestre... — disse Benz, sorridente ao lembrar do homem mais velho revoltado quando soube.

— Ele não é o meu pai, então não o mencione assim... Ele pode ter sido pai na vida passada, mas nessa não. Ele não me criou, nem tampouco me deu amor... Quem fez isso foi Charles Austin, meu pai — disse Charlotte com sinceridade, suspiro.

— Tanto faz... De qualquer forma, eu tenho a benção de seu pai, Thanit Saengchai para ficar com você — disse Benz, olhando com posse para ela.

— Isso é o que você pensa... Eu não vou ficar com você, prefiro morrer... Assim como eu fiz. Você acha que eu morri, apenas pela dor e sofrimento de ter perdido o amor da minha vida? Eu não quis me casar com você antes e nem depois de perder ela — disse Charlotte, rindo na cara dele.

— Cala a boca. Eu já disse que não vou deixar você se livrar de mim, dessa vez. Você não vai abandonar tudo que construímos antes... — disse Benz, numa espécie de ilusão.

— Não construímos nada antes... E nem depois. Que triste. Você deve ter se lamentado muito, não foi? — perguntou Charlotte, provocando ele.

Charlotte sabia que ele não ia mesmo matar ela. Ele amava Niran demais, era nítido. Se tudo aquilo era por causa dela, então ela desafiava o perigo. Até o último limite, fazendo ele se cansar e desistir. Charlotte notou que Benz parecia ter atuado muito bem, sendo um bom rapaz amoroso e atencioso. Mas tinha um psicólogo totalmente abalado.

— Então você está esperando ele aqui? Só pra entregar esse colar a ele? Mas você não disse que na vida passada ia me dar de presente... não faz sentido agora — disse Charlotte, olhando pra ele.

— É uma troca, você não entendeu? Eu disse pro seu pai sobre esse colar. Ele quis esse colar em troca de você. Eu teria você... Então é assim que funciona — disse Benz, sem soltar a arma por nada.

— Kanya não quis te dar o colar naquele tempo ou foi o Sr. Chanthara? — perguntou Charlotte, tentando distrair ele.

— Nem um e nem outro, nenhum dos dois quiseram me entregar. Quando eu fui pedi meu pai o colar para te presentear, ele me disse que deu pra Kanya. Que sempre pertenceu a ela... Depois eu fui atrás de Kanya, mas ela já tinha descoberto naquele dia que eu era o meio-irmão dela. Nós discutimos, ela disse que jamais me daria algo tão valioso assim como Niran era para ela também. Ou seja você... — respondeu Benz, suspiro — Só tinha um jeito de eu ficar com o colar e com você, me livrando de Kanya. Então você já sabe o resto...

— Você não sentiu nenhum remorso em tirar a vida de sua irmã? Como você conseguiu dormir após isso... Meu Deus, você é um monstro — disse Charlotte, chorando.

— Porque eu sentiria remorso? Depois que Kanya morreu. Meu pai agiu como se tivesse perdido a própria vida. Eu busquei pelo o colar enquanto o velho estava de luto eterno... Mas não achei. Fiquei com raiva, você não sabe o quanto — disse Benz, sorriso irônico — Meses depois, ele morreu de infarto. Mas a maldita jóia nunca foi encontrada.