Mᥱ́rιt᥆᥉ dᥱ ᥲ꧑᥆r | Eᥒgᥣ᥆t

Capítulo 1

Bangkok, Tailândia.
Templo de Wat Phra Somdej.

Wat Phra Somdej é um templo budista tradicional situado em Bangkok, conhecido por sua arquitetura clássica tailandesa e por seu ambiente sereno e espiritual. O templo é adornado com detalhes em ouro e possui um jardim bem cuidado com lanternas de papel e flores de lótus. O ambiente é calmo e acolhedor, proporcionando um espaço ideal para meditação e oração.

A manhã em Bangkok começava a mostrar seu esplendor através da leve neblina que envolvia a cidade. O Templo de Wat Phra Somdej, situado em uma colina tranquila, era um refúgio de serenidade no meio da agitação urbana. O sol filtrava-se suavemente através das árvores, criando um jogo de luz e sombra no chão de pedra. O aroma doce do incenso misturava-se com o frescor da manhã, criando uma atmosfera de paz e tranquilidade.

Charlotte Austin, de 25 anos, uma jovem estudante universitária, aproximava-se do templo com um sentimento de reverência. Ela estava vestida com uma saia longa de linho branco e uma blusa leve de seda azul clara, que dançava suavemente com a brisa. Seus cabelos castanhos estavam presos em um coque desordenado, e seu rosto exibia uma expressão de expectativa e serenidade. Ela carregava uma pequena bolsa de couro, onde guardava uma vela e algumas oferendas de flores para o ritual.

Ao chegar ao portão principal do templo, Charlotte foi recebida pelo aroma doce e incenso que se espalhava pelo ar. O som dos sinos de bronze, pendurados nas colunas do templo, ressoava calmamente, criando uma atmosfera de paz. As paredes do templo estavam cobertas por mosaicos brilhantes, refletindo o sol da manhã e criando um jogo de luzes e sombras. O caminho de pedra era ladeado por lanternas de papel, que pendiam de árvores ornamentais e balançavam suavemente com o vento.

Charlotte passou pelo jardim bem cuidado do templo, onde flores de lótus coloridas flutuavam em pequenos lagos artificiais. O chão estava limpo e polido, com sinais de limpeza constante que refletiam a dedicação ao local. O jardim proporcionava um contraste relaxante com a movimentação da cidade, e o som das águas dos lagos misturava-se com os cantos suaves dos pássaros.

Ao entrar no salão principal do templo, Charlotte encontrou-se em um ambiente amplo e sereno. O salão estava decorado com tapeçarias de ouro e pintura de Buda, e um grande altar de madeira escura exibindo uma imagem imponente de Buda em meditação. Velas e incensos queimavam em frente ao altar, criando um aroma suave e acolhedor. O ambiente era iluminado por uma luz suave que penetrava através das janelas de vidro colorido, projetando padrões de luz dançantes no chão de pedra.

Phra Somchai, o monge líder do templo, estava sentado em um assento de meditação próximo ao altar. Ele usava a túnica laranja tradicional dos monges budistas, que se estendia até seus pés e estava perfeitamente arrumada. Seu cabelo estava raspado, e seu rosto expressava uma calma profunda e uma sabedoria adquirida através de anos de prática espiritual. O monge estava imerso em uma meditação silenciosa, suas mãos repousando em seu colo com os dedos entrelaçados.

Ao notar a chegada de Charlotte, Phra Somchai levantou-se com um movimento suave e elegante. Sua presença irradiava uma sensação de tranquilidade e autoridade espiritual. Ele se aproximou de Charlotte, suas mãos unidas em um gesto de saudação respeitosa.

— Bem-vinda ao Templo de Wat Phra Somdej — disse Phra Somchai, sua voz suave e reverente. — Como posso auxiliá-la em sua prática hoje?

Charlotte, com um leve sorriso e um olhar de gratidão, fez uma leve reverência antes de responder. Ela colocou suas oferendas de flores e vela sobre um pequeno altar dedicado aos méritos, seus gestos demonstrando um respeito sincero. As mãos dela tremiam levemente ao ajustar as oferendas, enquanto a luz suave do altar destacava sua expressão de profundo respeito e devoção.

— Vim para fazer méritos e buscar clareza em minha vida. Estou procurando um pouco de paz e orientação — disse Charlotte, sua voz delicada misturando-se com o ambiente sereno. Ela parecia profundamente tocada pelo ambiente tranquilo do templo.

Phra Somchai observou Charlotte com um olhar compreensivo. Seus olhos revelavam uma compreensão das motivações da jovem, e ele fez um gesto de convite para que ela se sentasse ao seu lado em um tapete de meditação.

— A paz que você busca está dentro de você, e este templo pode ajudar a encontrar esse lugar de calma. Sinta-se à vontade para meditar e refletir. Se precisar de orientação, estarei aqui para ajudá-la — ofereceu Phra Somchai, sua voz cheia de uma calma tranquilizadora.

Charlotte assentiu e se acomodou no tapete, posicionando-se com as pernas cruzadas e as mãos unidas em um gesto de oração. Fechou os olhos, mergulhando na meditação enquanto a suave luz da manhã filtrava-se através das janelas de vidro colorido, criando padrões de luz dançantes no chão de pedra. O aroma dos incensos e o som dos sinos criavam uma sinfonia de paz que envolvia o ambiente.

••

Bangkok, Tailândia.
Templo de Wat Phra Somdej.

Engfa Waraha entrou no templo com um propósito diferente. Engfa, uma figura imponente e sofisticada, estava vestida com um elegante terno escuro que contrastava com o ambiente espiritual do templo. Seus cabelos, perfeitamente arrumados, estavam soltos em ondas suaves que caíam sobre seus ombros. Ao seu lado, Sun, conselheiro e amigo de longa data, carregava uma pasta de documentos e parecia concentrado.

Engfa estava ali para uma reunião importante com um parceiro de negócios que também estava interessado em realizar uma cerimônia de bênção para um novo projeto. Seu propósito era discutir detalhes sobre o uso do templo para eventos corporativos e estabelecer uma parceria com os responsáveis pelo local.

O parceiro de negócios de Engfa, Sr. Ananda Suriya, um investidor proeminente com uma presença carismática, também estava presente. Ele era um homem de meia-idade, com um elegante terno cinza e um sorriso confiante. Seu cabelo estava bem cortado e seu olhar expressava uma mistura de determinação e expectativa.

Eles foram recebidos pelo assistente do templo, um jovem monge chamado Phra Kittiphat, que os guiou até uma sala reservada para discussões e negociações. Enquanto Engfa e Sun passavam pelos jardins do templo, Engfa observou com atenção os detalhes ao redor, seus olhos captando a tranquilidade e a beleza do ambiente. Seu olhar desviou para a figura sentada no tapete de meditação. Ela notou Charlotte, que estava em profundo estado de reflexão, e por um momento, Engfa hesitou.

Aquela jovem parece tão dedicada e concentrada fazendo todas essas coisas... O que será que a trouxe até aqui? Todos têm uma razão para vir aqui. Eu, por exemplo, vim a negócios.

Engfa, com um leve franzir de testa, decidiu ignorar a jovem estudante e continuar com seus compromissos. A reunião foi conduzida com eficiência em uma sala reservada. O ambiente era simples, mas confortável, com mesas de madeira e cadeiras de aparência formal.

— Estamos interessados em utilizar o templo para nossa cerimônia de bênção e eventos futuros — começou Engfa, sua voz firme e direta. — Poderia nos fornecer mais detalhes sobre a disponibilidade e os custos associados?

Phra Kittiphat, o monge assistente do templo, olhou para Engfa e respondeu com uma voz calma e ponderada.

— O Templo de Wat Phra Somdej é um lugar sagrado, e cada uso deve ser aprovado com cuidado para garantir que a prática espiritual seja respeitada. Precisaremos discutir os detalhes do evento para garantir que esteja alinhado com nossos princípios — explicou Phra Kittiphat.

Sr. Ananda Suriya, com um sorriso persuasivo, interveio.

— Estamos dispostos a garantir que todos os aspectos do evento respeitem a espiritualidade e a tradição do templo. Nosso objetivo é criar uma cerimônia que honre o ambiente e traga benefícios mútuos — disse Ananda, sua voz cheia de confiança.

Enquanto o diálogo prosseguia, Engfa tentou manter a atenção no que estava sendo discutido, mas a breve visão de Charlotte, em contraste com o ambiente de negócios, deixou uma impressão inquietante em sua mente. Havia algo na jovem que a intrigava, embora não soubesse explicar o porquê.

Após a reunião, Engfa saiu do templo com uma sensação de satisfação profissional, mas a lembrança de Charlotte ainda estava fresca em sua mente. O contraste entre o ambiente espiritual e a urgência de seus compromissos havia deixado uma marca em seu pensamento, uma curiosidade mas que logo ignorou.