Capítulo 48

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Bangkok, Tailândia.

Naquela noite de sábado, Charlotte se certificou de que Engfa não se sentiria mal após visitar sua casa na vida passada, e nem um pouco de sua história, apesar de não ter conhecimento nenhum. Ela iria dormir com Engfa, a pedido da mesma. Charlotte lutava com seu coração, que estava entre permanecer chateado com Engfa pelo o que aconteceu mais cedo e também por proteger ela de seus próprios medos e inseguranças.

— O jantar estava muito bom, obrigado P'Malee. A senhora é incrível — disse Charlotte, olhando para a senhorinha em pé.

— Ela tem razão. Essa sopa estava maravilhosa e os acompanhamentos também — disse Engfa, concordando com a cabeça ao sorrir.

— Fico feliz que vocês tenha gostado, pra favor se quiserem mais, é só falar — disse Malee, sorrindo para elas.

— Acredito que já estamos cheia. Vamos subir para o quarto. Obrigado tia Malee — disse Engfa, olhando para Charlotte.

Charlotte assentiu. E levantou-se da cadeira indo em direção as escadas, subindo as mesmas ao acompanhar Engfa até o quarto. Charlotte tinha muitos questionamentos, mas nenhum deles poderiam ser feitos a Engfa, porque ela ainda não conhecia a verdade.

— P'fa... — disse Charlotte ao entrar no quarto, olhando para a mulher mais velha, suspiro — Você está séria desde mais cedo, seu humor continua o mesmo.

— Sabe, hoje mais cedo enquanto eu olhava a frente daquela casa... Da família Chanthara. Eu vi uma pessoa, eu não sei bem se enxerguei direito, mas era claramente uma pessoa.. ou uma miragem incrível de alguém — disse Engfa, olhando sério para ela.

— Uma pessoa? Quem você viu? Ou melhor... De que miragem está falando? — perguntou Charlotte, curiosa.

— Kanya... Eu sei que era ela por causa da estátua, são parecidas — respondeu Engfa, suspiro, — Mas... eu não sei porque a vi. Ou se realmente a vi. Talvez eu fiquei impressionada.

— Kanya? Você está me dizendo que a viu? — perguntou Charlotte, preocupada.

— Huh.. Isso mesmo. Kanya, era ela. Eu tenho certeza — respondeu Engfa, confiante ao olhar para Charlotte.

— O que exatamente Kanya estava fazendo quando você a viu? — perguntou Charlotte, suspiro.

— ... Nada. Ela só estava lá, eu não sei explicar. Mas era como se ela quisesse que eu te levasse lá. Parando pra pensar agora — disse Engfa ao se lembrar, olhando nos olhos da jovem.

— Foi isso que você sentiu quando me levou até lá, não foi? — perguntou Charlotte, despertando ainda mais sua curiosidade.

— Sim... Mas ainda assim, eu não sei porque eu vi Kanya. Sendo que não tenho nenhuma ligação com ela — respondeu Engfa, franzindo a testa.

Charlotte entendeu que Kanya estava realmente tentando fazer alguma coisa, ou mesmo, dizer. Mas não sabia o que, nem mesmo Niran havia dito algo ou mostrado a ela. Então, Charlotte esperava que em algum momento Niran revelasse do que se tratava as intenções de Kanya através de Engfa.

— Quando você passou a fazer méritos, você me disse que sentiu uma conexão espiritual com os deuses... — disse Charlotte, pausando — Você também me disse que passou a fazer méritos, por causa de uma grande coisa... Engfa, isso tem a haver com Nong Suwan?

— Acho que sim... — respondeu Engfa sem pensar duas vezes, suspiro ao pausar — Quando eu fui fazer méritos naquele dia, eu estava determinada a isso. E a única coisa que eu pensava era em Nong Suwan, mas eu não sei dizer mais do que isso...

— Engfa! Se você viu Kanya e se você passou fazer méritos isso não te diz nada? — perguntou Charlotte, olhando fixamente para ela, suspiro.

— Não... Deveria me dizer algo? — questionou Engfa, pensativa.

— Céus. Ao mesmo tempo, que você parece aberta a descobrir, também está fechada a tudo que está na sua frente — disse Charlotte, se sentindo frustrada.

De uma coisa, Charlotte estava certa. Engfa estava caminhando pra verdade, mas ao mesmo tempo, dando dois passos para trás. Charlotte estava determinada a dar um empurrão em Engfa, quando chegasse o momento certo. Claro, sem revelar a verdade diretamente a ela.

••

Bangkok, Tailândia.

No quarto de Engfa, deitadas na cama após uma conversa com Charlotte, que estava ao seu lado. Engfa se sentia confusa ainda mais, ela sentia que Charlotte tinha respostas para suas perguntas. Mas não sabia, que tipo de respostas levaria ela a descobrir a verdade. Engfa também estava ciente que Charlotte estava chateada com ela desde manhã, mas mesmo assim, Engfa tentava amenizar a situação. Deixando Charlotte confortável com seus pensamentos. O que parecia não funcionar muito bem.

Durante aquela noite, enquanto Engfa sentia o corpo quente e macio de Charlotte abraçada a ela, sua mão fazia carinho na pele na mesma. No intuito de confortá-la, Charlotte fechava os olhos sentindo o carinho de Engfa. Até que abriu novamente os olhos, após o celular de Engfa tocar.

[LIGAÇÃO ON]

— Porque o senhor me ligou? — perguntou Engfa ao atender seu pai.

— Porque eu preciso falar com você. Me encontre amanhã na minha casa. Se você não vier, eu vou entender mas também iria me preocupar se fosse você — respondeu Nawat, suspiro na ligação.

— Porque quer que eu vá até aí? Apenas me fale agora, já estamos conversando — perguntou Engfa, curiosa.

— Amanhã você saberá. Eu te aguardo — respondeu Nawat, encerrando a ligação.

[LIGAÇÃO OFF]

Engfa largou o celular, mas não normalmente como sempre faz, ela jogou o celular longe. Fazendo com que Charlotte se preocupasse com aquela ligação e também a questionasse o que aconteceu, para Engfa está irritada daquele jeito.

— Era o seu pai, Nawat, não era? — perguntou Charlotte, olhando preocupada.

— Sim. Ele quer me ver amanhã... — respondeu Engfa, olhando pro teto.

— Amanhã? Mas ele não disse do que se trata? — perguntou Charlotte, curiosa.

— É o meu pai... Nessa altura, ele já está ciente do que aconteceu hoje de manhã, já sei o que ele quer falar — disse Engfa, confiante ao responder — Assim, como sei que isso terá consequências, e mesmo assim irei.

— Engfa, se seu pai pretende te causar estresse, melhor você não ir... — disse Charlotte, suspiro fundo ao acariciar o rosto da mulher mais velha.

— Eu tenho que ir... Mesmo que eu não queira vê-lo, como P'Sun me disse, Nawat ainda é meu pai — disse Engfa, fechando os olhos.

— Então eu vou com você, assim se você passar mal por estresse, eu cuidarei de você... Não te deixarei sozinha — disse Charlotte, franzindo o cenho.

Engfa assentiu com a cabeça, um suspiro profundo foi ouvido por Charlotte, que entendeu que sua amada realmente estava sob total estresse, só de imaginar o amanhã. Engfa se permitiu a dormir, em seguida Charlotte também.

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