Capítulo 23

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Bangkok, Tailândia.
Templo de Wat Phra Somdej.


Ao chegar no Templo, Charlotte segurava as flores de lótus. Ela observava as cores vibrantes das flores dispostas em pilhas organizadas, seus olhos pararam nas flores de lótus. Havia algo nas pétalas suaves e perfeitas que a fez parar. Seus dedos hesitantes se aproximaram e, no momento em que tocaram a flor, uma sensação estranha a envolveu.

Terceiro déjà-vu: "Enquanto seus olhos percorriam o ambiente, em frente ao altar, as velas, naquele templo — Uma jovem apaixonada fazia méritos segurando as flores e as velas, e lá estavam as mulheres ajoelhadas juntas, em silêncio, como se o peso do mundo descansasse sobre seus ombros. O rosto da outra jovem estava borrado, indistinguível, mas havia algo na forma como as mãos dela quase tocava as mãos da primeira jovem..."

Então Charlotte em silêncio, numa promessa não dita. Ela piscou, e a visão se foi, deixando-a ofegante, como se tivesse acabado de despertar de um sonho que não conseguia lembrar completamente. O templo estava silencioso, mas dentro dela, uma estranha sensação de saudade a consumia.

— Você está bem, jovem? — perguntou Phra Somchai ao se aproximar, olhando-a após o que acabará de perceber em sua feição facial.

— Huh, eu acho que sim... Monge Phra Somchai — respondeu Charlotte, pensativa e confusa ao olhar para o monge líder, — Por um momento, pensei ter visto coisas...

— Como por exemplo, o que? — perguntou Phra Somchai já ciente do que acontecia com a jovem.

— Eu não sei explicar, mas havia flores de lótus como essas que estou segurando, havia um altar, como àquele ali — respondeu Charlotte, franzindo a testa confusa, olhando para os pontos mencionados, — Monge Phra Somchai, o senhor me disse que duas jovens faziam méritos aqui, oravam juntas assim como há uma estátua no museu, que eu mesmo vi após saber da história delas...

— Sim, você se lembra bem... — respondeu Phra Somchai, assentiu.

— Porque eu tenho a sensação de vivenciar esses momentos mencionados na história? Eu sinto como se existem mais coisas dentro disso, que foi contado... — comentou Charlotte, olhando fixamente para o homem sábio.

— É assim que você se sente quando o cenário muda, entre a realidade e o passado? — perguntou Phra Somchai, dando-lhe um sorriso sábio e gentil ao olhar para ela.

— Monge líder, o senhor sempre fala como se soubesse mais do que contou desta história. E eu sinto realmente que o senhor sabe — disse Charlotte, pausando — Porque sempre me olha assim?

— Você é uma jovem muito inteligente, Srta. Austin. E curiosa. Eu não sei se isso é bom ou ruim, mas eu sei que vamos descobrir logo — respondeu Phra Somchai com um sorriso gentil.

— Monge Phra Somchai, o senhor disse que as almas se encontraram, que não se procuram mais... Nesta vida. Isso significa que elas estão juntas? — perguntou Charlotte, curiosa ainda sobre a história, suspiro.

— Não exatamente, mas vão. Isto é, se a alma de uma delas, que no caso, é da mais velha. Ceder a vontade dos deuses — explicou Phra Somchai, olhando para o altar.

— E qual seria a vontade dos deuses, o senhor sabe não é? — perguntou Charlotte, demonstrando ainda mais interesse e curiosidade.

— Essa é uma das coisas que não sou permitido a falar, ainda jovem — respondeu Phra Somchai, voltando olhar para ela, — Mas eu posso dizer que os deuses nunca se enganam.

— Aquela estátua... Pode me falar mais sobre ela? Que está no museu — perguntou Charlotte.

— Ela foi feita aqui, no templo sagrado. O Templo de Wat Phra Somdej, o monge líder daquele século — respondeu Phra Somchai, sentando na cadeira alta daquele salão.

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