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Capítulo 38

Bangkok, Tailândia.
Templo de Wat Phra Somdej.

Na manhã seguinte, Charlotte acordou cedo e também acordou Engfa que estavam numa barraquinha de dormir, numa área reservada durante o Festival das Estrelas Sagradas. Charlotte já tinha feito suas necessidades matinais e Engfa também, logo trocaram de roupas as duas foram tomar café ao lado das pessoas da comunidade de Nong Suwan, e do templo sagrado.

— Porque dormimos aqui? Podíamos ter ido pra casa e voltado hoje, eu dormi desconfortável — comentou Engfa, caminhando ao lado da jovem, observando o céu azul e limpo naquela manhã.

— Porque não faz sentido irmos, sendo que estamos aqui praticando a humildade entre outras coisas, sagradas — respondeu Charlotte, rindo baixinho ao vê-la resmungar.

— Bom dia, jovens! Vejo que dormiram muito bem, como vocês estão? — perguntou Phra Somchai ao se aproximar delas, sorrindo gentilmente.

— Engfa está reclamando de ter dormido mal, e queria ir pra casa. Mas eu tive que segurá-la até que dormisse — disse Charlotte, pausando para reverenciar ele — Bom dia, monge Phra Somchai!

— Bom dia, monge líder — disse Engfa, reverenciando o homem sábio, — Ela está exagerando, eu só preferia minha cama.

— Eu entendo. Mas você está se saindo bem, jovem Engfa. Estou surpreso nesses dois dias — disse Phra Somchai, olhando para ela.

Charlotte e Engfa assentiram. E foram tomar café, as pessoas de Nong Suwan mesmo com o pedido do monge líder Phra Somchai a eles de não criarem problemas com a presença de Engfa, o povoada ainda a olhavam torto, isso era algo que não dava pra disfarçar. Embora Charlotte já tenha percebido e por isso tentava distrair a atenção de Engfa para ela constantemente.

— Você sentiu muito frio ontem, na hora de dormi. Por isso, me abraçou não foi? — perguntou Engfa, olhando curiosa.

— Huh... Eu senti? Eu não me lembro. Você deve ter sonhado isso — disse Charlotte, tentando disfarçar a verdade.

— Eu não sonhei, eu ainda estava acordada quando você cochilou primeiro, eu te abracei porque você estava com frio — disse Engfa, pegando uma xícara de chá e tomando da mesma.

— Você me abraçou, então? — perguntou Charlotte, olhando fixamente pra ela.

Charlotte havia sentido frio mesmo, enquanto caia no sono. Ela abraçou Engfa, só não sabia que a mulher mais velha havia retribuido o abraço, protegendo ela do frio ao máximo com seu corpo quente. Mesmo que Charlotte soubesse a verdade de sua vida, e da vida de Engfa. Ela tentava equilibrar suas emoções e razões, Charlotte e Niran dentro dela. Seguindo assim, o conselho do monge líder Phra Somchai.

— Hoje vamos soltar nossa lanterna sagrada, você está animada? — perguntou Charlotte, enquanto comia uma comida típica local.

— Huh, acho que sim. Eu dei muito duro para fazer aquela lanterna — respondeu Engfa em tom de brincadeira, suspiro.

— Sim, claro. Você realmente mandou muito bem — disse Charlotte, entrando na brincadeira.

Naquele momento, Charlotte tinha certeza ainda mais que Engfa era alguém importante na sua vida, e para ela. Na noite passada, Charlotte não comentou nada com Engfa, mas além do frio que sentia e que fazia querer abraçá-la. Charlotte estava tendo sonhos, Niran invadia a memória dela trazendo lembranças com Kanya. Como por exemplo, a primeira vez que elas se beijaram. Isso logo após, Charlotte e Engfa também se beijarem a primeira vez.

Charlotte estava num tipo de contradição, ela achava que Kanya estava fazendo Engfa ter sentimentos por ela. Mas na verdade, Engfa tinha realmente sentimentos por Charlotte. Porém, Kanya era a chave para destrancar a fechadura que Engfa colocou nela mesmo e suas crenças. Niran induzia Charlotte ir cada vez mais fundo e longe por Engfa, e era disso que Charlotte temia, mas estava disposta a tudo pela a mulher de sua vida. Sem saber o que o futuro as reservou.