Capítulo 17

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Bangkok, Tailândia.
Templo de Wat Phra Somdej.


Para a surpresa de Charlotte, enquanto conversava com o Monge Phra Somchai, Engfa surgiu na entrada do lugar sagrado. O homem sábio desviou sua atenção, que antes estava voltada a Charlotte, em direção da mulher de terno e com feição aflita, Engfa.

O monge líder caminhou lentamente até Engfa, sendo seguido em silêncio por Charlotte, que ficou confusa e ainda mais atordoada quando viu sua chefe no Templo. De todas as vezes que, Charlotte esteve lá não havia visto Engfa, era o que ela pensava.

Quando ela e o monge líder, cumprimentaram Engfa que parecia tentar processar alguma coisa, meio perturbada. Algo parecido. Charlotte olhou para ela com preocupação, sentindo uma necessidade de protegê-la, uma precisão intensa se formou dentro dela, naquele momento. O monge Phra Somchai as convidou para seguirem ele até o altar sagrado, em completo silêncio e respeito ao sagrado, elas o seguiram.

— Há uma razão de vocês duas estarem aqui, o caminho finalmente se cruzou — disse Phra Somchai, olhando-as com satisfação.

— Caminho? O que? — questionou Engfa, confusa em meio seus pensamentos.

— Eu não posso falar muito do que sei, embora eu seja um homem sábio e líder deste templo sagrado. Não sou permitido a falar tudo que sei, os deuses não deixam — disse Phra Somchai, apontando para o altar, olhando para elas com sabedoria e ternura, — Pelo menos, não agora.

— Monge Phra Somchai, poderia ser um pouco mais claro, eu estou confusa tanto quanto Sra. Waraha — disse Charlotte, olhando apreensiva para o homem mais velho, suspiro.

— Por favor, sentem-se primeiro. Eu serei um pouco mais claro do que isso, prometo — disse Phra Somchai, apontando para a tapeçaria no chão daquele lugar sagrado.

— Porque está nos dizendo essas coisas, monge líder? — perguntou Engfa, encarando o homem sábio com seriedade.

Charlotte sentada ao lado de Engfa, começará prestar atenção na suas falas durante a breve explicação que lhes dará.

— Séculos e século atrás, muitos séculos, aliás nestas colinas de Bangkok onde existe o Templo de Wat Phra Somdej. Mas especificamente aqui onde estamos agora, em frente a este altar. Duas jovens mulheres, Niran e Kanya se encontravam para fazer méritos juntas. Elas vinham aqui sempre e ajudavam os monges antigos oferecendo flores de lótus e símbolo da pureza. Kanya se apaixonou primeiro por Niran, não demorou muito até que as duas tivessem um romance secreto. Elas vinham aqui e faziam votos para estar juntas em todas as suas vidas futuras. O amor delas era verdadeiro e puro. Mas as regras da sociedade eram implacáveis na época. Um dia os seus sentimentos foram descobertos... — disse Phra Somchai sendo interrompido por Charlotte, que continuou a contar o que conhecia da história.

— E Niran foi obrigada a se separar de Kanya por causa da família, que considerou a relação delas uma desonra. Ela foi enviada para longe, mas seu coração nunca se afastou de Kanya. Do seu grande amor... — continuou Charlotte, sentindo lágrimas cai pelo seu rosto, sem entender ela respirou fundo e começou enxugá-las.

— Foi em completo desespero, que Kanya veio todos os dias aqui em profunda tristeza. Ela visitou o templo, rezando para que os deuses trouxesse Niran de volta para ela. Mas um dia de tempestade, neste altar onde costumava orar com sua amada, Kanya levou um tiro em seu peito, ninguém nunca descobriu quem a matou. Quando Niran descobriu o que aconteceu com sua Kanya, foi consumida pela dor e sofrimento, chegando a falecer por consequência da perda, ela desejou apenas se reencontrar com sua amada em outra vida. Para poderem viver juntas — disse Phra Somchai, olhando para as duas mulheres em comoção, — Alguns dizem ser lenda outros uma história mal contada, mas a verdade é que os espíritos de Niran e Kanya, amarrados pelo poder do templo e pelo amor eterno que compartilhavam, reencarnaram nesta atualidade, estão ligadas pelo fio invisível do destino. Renascidas em corpos diferentes, e as memórias de sua vida passada e o amor profundo que compartilharam começaram a assombrar seus corações. Este templo guarda a energia desse amor verdadeiro em silêncio, um dia o que foi jurado aqui o destino trataria de fazê-las se encontrar.

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