Capítulo 29

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Bangkok, Tailândia.
Comunidade Nong Suwan.

Depois da longa conversa de Charlotte e seus amigos, com o Sr. Kirt, eles deixaram o senhorzinho descansar de quanto que o grupo ocupou seu tempo e paciência para contar as histórias de Nong Suwan. Eles prometeram voltar outro dia, principalmente Charlotte que se sentia cada vez mais envolvida na história de Niran e Kanya, e também do Templo. Agora, aquele lugar... Nong Suwan.

Os amigos discutiam entre eles tudo o que ouviram do senhor simpático e atencioso, Mew estava literalmente impressionado e não para de comentar os pontos mais chocantes da história, Davikah mandava ele calar a boca porque elas já tinham entendido, enquanto Charlotte ficou em silêncio.

Quando eles se aproximavam de seus carros, que estavam na entrada da comunidade. Davikah e Mew observaram o túmulo na frente, o que chamou atenção também de Charlotte que logo avistou Meena chegando em seu carro, e indo em direção ao que parecia ser Engfa. Charlotte reconheceria aquele rosto até de olhos fechados.

— Meena! Sra. Waraha. E... Patcha. O que estão fazendo aqui? — perguntou Charlotte, olhando para elas sem entender, suspiro, — Porque os moradores daqui estão reunidos assim?

— E quanto esses bloqueios na entrada? — perguntou Mew, confuso, — Afinal, o que está acontecendo aqui?

— Agora pronto! Mais questionamentos — disse Engfa, virando as costas ainda irritada, enquanto Patcha tenta conversar com ela entre murmuros.

— Desculpem, gente! A situação não está das melhores, como vocês podem ver — respondeu Meena, engolindo as palavras em seco, — Temos uma ordem judicial para derrubar todo o lugar, desde as casas aos pequenos prédios, já não resta quase nada aqui mesmo.

Charlotte olhou para Meena incrédula após o que acabará de escutar, Mew e Davikah se olharam entre si tentando entender o porquê de tudo isso, mesmo que o Sr. Kirt tenha mencionado algo. Mas o grupo achava que isso não seria tão rápido assim.

— O que você está dizendo? Você vai mesmo fazer isso? Tirar essas pessoas daqui? Meena! — questionou Charlotte, olhando nervosa e sem acreditar para sua amiga.

— Meena está cumprindo o dever dela, então porque está falando desse jeito com ela? — perguntou Engfa após ouvir a indignação de Charlotte.

— Sra. Waraha, vocês não podem fazer isso. Há crianças, idosos aqui. Muitas famílias sem ter pra onde ir — disse Charlotte em um tom preocupado e séria, — Nós viemos aqui hoje, cuidar de todos eles. Nos certificar de suas saúdes.

— Olha, Dra. Austin tudo isso é lindo e comovente. De verdade, não sou sem coração e nem tampouco, chego perto disso. Mas eu tenho que ir adiante, é a Waraha Enterprise Group que está em jogo e tudo que eu construir — disse Engfa, mantendo sua postura profissional e elegante, olhando para o grupo de doutores.

— Isso não me parece uma atitude de alguém que tem mesmo um coração, ou se sente comovida com essas pessoas e suas histórias feitas aqui, neste lugar — disse Charlotte firmemente e sem abaixar a cabeça.

— Não se envolva nisso, por favor. Seu trabalho é outro, seja o que veio fazer aqui ou lá na empresa — disse Engfa, pisando firme no chão de terra, suspiro.

— Eu não acredito no que estou vendo, e ainda pior, ouvindo de você. E ainda envolve Meena nesta situação — disse Charlotte, dando um passo a frente, encarando Engfa olho no olho.

— O que pensa que está fazendo, Srta. Austin? Ou melhor, Dra. Austin — questionou Engfa, engolindo sua saliva em seco.

— Então, eu não quero fazer parte disso. Porque eu vi a situação de cada uma dessas pessoas, uma por uma e de suas famílias. Se a empresa Waraha Enterprise Group não se importa com nada, além de lucros... — disse Charlotte, pausando, — Eu estou fora!

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