Capítulo 71 - Digão
Giro registro já imaginando a água caindo pelo meu corpo, encontro a escova de dente exatamente onde deixei, aproveito e escovo os dentes pra tirar o gosto ruim da boca. Nesse tempo fora não tomei nenhum banho decente, todo dia de noite, os caras me davam cinco minutos banho de mangueira do lado de fora da casinha.
A água gelada finalmente banhou meu corpo e eu peguei o sabonete esfregando a espuma no corpo, desejando aquela sensação de limpeza.
Ouço, por cima do barulho do chuveiro, os passos dela pela casa vindo na direção do banheiro. Viro na direção da porta, enxergando a figura dela parada de frente pra porta.
O cabelo trançado até a bunda me surpreende, acelerando as batidas do meu coração. Linda pra caralho, mas de um jeito diferente agora. Ela é a dona da minha vida, da forma que for, não escondo essa porra de ninguém.
Me olha nos olhos, como sempre, deixa um rádio em cima da pia e anda até o box, tirando o tênis. Abro o vidro do box pra ela entrar e ela vem até mim, sem tirar o resto da roupa.
Seguro a mão linda, sentindo a textura e o calor daquela pele que eu amo, que brilha, puxando ela pra mim. Respiro fundo com a sensação do corpo dela contra o meu e passo a mão nas tranças lindas.
Ela abaixa a cabeça, encostando a testa no meu peito e abraçando a minha cintura. O silêncio não é falta do que falar, é exatamente o contrário. Parece que qualquer coisa que eu disser agora vai ser pouco. Nada vai transmitir em palavras o que eu tô sentindo agora.
Mas os nossos corpos transmitem todos os sentimentos através do toque e do olhar. É o poder da sensação de se sentir em casa. Minha casa é ela. Aqui ou na puta que pariu, se ela tiver, eu tô em casa.
Sinto ela perder o fôlego no nosso abraço, soluçando contra o meu peito. Sei que ela não é de choro, por isso, continuo calado, apenas sendo o suporte que não fui nos últimos dias.
A água cai sobre nós, molhando inclusive a roupa dela e eu sinto como se tivesse lavando tudo de ruim que a gente viveu. Todo tempo separado e as incertezas.
Ajudei ela a tirar as peças, primeiro a blusa e depois a leggin, deixando ela só de calcinha e sutiã. Noto cada pequena diferença no corpo dela, redesenhando tudo na minha mente e tocando a pele que me fascina.
Luara limpa as lágrimas escorrendo na bochecha, me olhando mais uma vez nos olhos. Eu puxo ela pra mim de novo e encosto as minhas costas na parede fria.
Digão: Te amo, pretinha — aproveito a oportunidade pra dizer — Não existe meu mundo sem você, eu tava ficando maluco sem você...
Luara: Você que me deixou maluca sem você... — sussurra com a voz chorosa.
Toco o queixinho dela, curtindo ainda mais de perto a visão dela. Sempre tão linda, mesmo com os olhos inchados e o nariz empinadinho vermelho.
Digão: Eu voltei pra você — encostei meu nariz no dela, sentindo o cheirinho que só ela tem — Na verdade, você que foi lá me buscar — brinco e dá um sorrisinho.
Encosto meus lábios nos dela, sentindo o máximo da sensação de estar vivo. Luara me agarra pelo pescoço, arranhando minha pele e aprofundo o beijo, apertando a bunda dela. A língua dela massageia a minha, com muita vontade, sinto a textura da boquinha que acaba comigo.
Meu coração vibra na mesma intensidade do beijo. Profundo. Com saudade. Com amor pra caralho. E com tesão.
Beijo de quem vive pelo outro.Não sei explicar o porquê essa mulher e eu fomos feitos um pro outro. Também não quero entender, só posso agradecer e prometer o mundo pra ela, porque não mereço alguém tão fora da curva.
Luara: Eu não sabia mais viver de saudade e medo — encosta a testa na minha e eu ainda agarro sua cintura — Te amo tanto e preciso de você. Eu fingia pra mim mesma que não queria me sentir assim, mas você é o meu alicerce. Sabe quanto tempo esperei por esse beijo?
Digão: trinta e três dias — dou mais um selinho nela, que me olha surpresa por eu saber quantos dias se passaram — Eu contei cada lua que vi pela janela daquele lugar, inclusive as noites que ela não apareceu, esperando o dia de rever a minha Lua.
Luara: Preto... — colocou a mão no meu rosto e eu beijei sua palma.
Digão: Eu já disse, Luara, você é meu mundo. Entende essa porra logo, pretinha.
Viro e encosto ela na parede, passando a mão pela lateral da coxa molhada e desligo o chuveiro. Lambe o meu lábio e puxo ela pro meu colo, lembrando da nossa primeira vez, sinto meu pau bater na buceta coberta pela calcinha molhada.
Digão: Quero tanto te fuder contra essa parede — digo baixo no seu ouvido, descendo beijos pelo pescoço dela — Tô louco pra enrolar essas tranças lindas no meu pulso enquanto te como gostoso.
Luara: Gostou das tranças? — pergunta manhosa, segurando meu ombro.
Digão: Preta, eu tô de pau duro desde a hora que tu entrou por aquela porta — ouço ela rir e me arrepio com a lambida debaixo da orelha — Tu fica mais gostosa ainda cada dia que passa. Porra, quase infartou o seu negão com essas tranças.
Luara: Eu tô com tanta saudade, amor...
Não tento falar mais nada, só quero matar o desejo da minha mulher. Quero fazer com ela tudo o que a gente ainda não teve tempo de fazer e repetir tudo o que a gente já fez.
Beijo a boca mais gostosa do mundo, imprensando ela contra a parede ainda mais quando ouço ela soltar um gemido. Meu corpo tá pegando fogo por ela, nessa ligação que só a gente tem.
Luara coloca as mãos atrás do corpo, abrindo o sutiã, enquanto eu sustento o corpo dela nos meus braços. Desço cheirando o colo dela, até ficar de cara com aqueles peitos lindos.
"patroa" — ouço alguém chamar no rádio.
Digão: Caralho... — jogo a cabeça pra trás, bufando.
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Ligações de Alma [M]
FanfictionLigações de alma, eu falo seu idioma Traduzo suas emoções, entendo sua confusão. Luara e Digão