37. A comparação.

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Pov'Meredith.

Depois de mais de uma década a garagem teria uma utilidade, apesar da casa não ser grande, havia uma garagem, muitos anos atrás, logo que mudamos Thatcher tinha um carro antigo, mas com seu vício ele virou dinheiro para beber, e a garagem virou depósito, o que mudaria em breve, parei o carro reluzente em frente a porta da garagem, mas não desci logo de início, me permiti surtar ali onde ninguém me veria, quando sai do castelo tentei me manter seria, não parecer uma menina no playground, mas agora eu poderia, soltava pequenos gritinhos de empolgação, passei a mão em cada parte do painel, puxei o ar com força para sentir o cheiro maravilhoso de carro novo, era inebriante.

- é meu... Caramba - estava sorrindo feito boba, soltei um gritinho de susto quando ouvi meu celular.

Ligação on.

- oi querida.

- Andrew, oi.

- tudo bem?

- sim.

- já contou?

- nem sai do carro, tô criando coragem - falei nervosa.

- não precisa... Você não é covarde, e não fez nada de errado - Andrew estava rindo - vamos, seja corajosa, me conta depois quem te matou primeiro - sua gargalhada me fez rir.

- eu conto, beijos.

- beijos.

Ligação off.

  Mais uma respirada profunda, essa para criar coragem, então sai do carro o deixando na frente da garagem, segui para dentro de casa, Thatcher estava na sala vendo o jornal e Lexie sentada no chão estudando na mesinha de centro, eu amava esse dias tranquilos, só queria que permanecesse assim sempre.

- boa noite - falei a meia voz.

- oi filha.

- Oi Mer.

- como vocês estão?

- já jantamos, Carina nos deixou aqui pela tarde... - Lexie contou.

- que bom... Minhas coisas?

- no seu quarto.

- tudo bem... - ia seguir para ele.

- qual foi seu outro presente? - minha irmãzinha perguntou.

- um carro - minha voz saiu estranha, eu parecia culpada.

- carro? - Thatcher levantou.

- sim, queria ajuda para limpar a garagem... - fingi que ele não me olhava como se fosse errado, eu faria como Andrew sugeriu, ignoraria os olhares tortos.

- Meredith.

Meu pai seguiu para fora de casa, ouvi seu arfar de surpresa, então me olhou preocupado.

- um carro desse é uns...

- eu sei o valor, pai - me adiantei - Andrew sabe, todos sabem... Não precisa falar.

- você não pode aceitar - não foi uma sugestão.

- eu já fiz isso, se não puderem ajudar a limpar eu mesma faço... Esse assunto não é discutível.

- Meredith, ele vai querer algo por tudo isso - meu pai me olhava como se eu fosse culpada, como seu eu fosse ... Ele me olhava como se eu fosse como Ellis, sim, como se eu fosse só uma ambiciosa interesseira como minha mãe.

- ele quer pai, e ele tem - falei com raiva.

- Meredith? Você acha que isso é certo?

- sim, eu acho - minha voz saiu mais alta - ele pode me dar tudo isso ... Pode me dar mais que essa vida que tenho, então sim eu acho que posso e vou aceitar... Eu não só posso como vou, se ele quiser me dar dez carros, uma casa, um avião... Eu vou aceitar, e se o que ele quiser em troca for sexo, eu vou dar.

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