4. O amigo

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Pov'Meredith.

Olhei o saldo em minha conta e sorri, não que fosse muita coisa, mas ainda seria o suficiente para pagar as contas, comprar comida e sobraria alguma coisa, e se desse certo conseguiria mais em breve, as vezes meu trabalho era mais legal e eu só precisava ficar na frente de um computador procurando coisas pra gente muito rica que não precisava procurar, só ter dinheiro pra alguém fazer por si, era isso que eu fazia enquanto esperava a ligação de Andrew, nos encontramos na noite de segunda para terça, já era quinta e nada, eu já estava começando a achar que ele não ligaria.

- porque não tira os olhos desse celular? - senti Alex sentar ao meu lado na cama.

- sabe que eu te amo né? - olhei para ele.

- eu sei - ele riu - o que quer?

- nada... Só queria ter certeza que sabe disso - encostei minha cabeça no ombro dele - você é meu irmão.

- sou - ele beijou meu cabelo - quem é o cara?

- não tem cara - bufei. Odiava o fato de Alex me conhecer tão bem, era quase irritante o fato dele conhecer cada expressão minha.

- claro que tem.

- tá, mais ou menos... Na noite do leilão, eu tava com ele.

- e aí?

- nada, você ligou, ele pegou meu número, disse que ligaria ... E - balancei o celular.

- ele vai ligar, acredite... Ou é muito otária de perder a chance com uma gata como você.

- eu casaria com você se não tivesse visto você crescendo - fiz uma careta.

- olha quem fala, você usou aparelho e óculos.

- me livrei dos aparelhos, mas não dos óculos - gargalhei.

- a mamãe fez torta de abóbora, é pra irem jantar.

- valeu.

- não demora, ela colocou no forno - Alex levantou.

- me espera - fechei o notebook, levantei da cama e peguei um casaco moleton que ironicamente pertenceu a Alex um dia.

- ei... Esse moletom é meu - ele apontou.

- faz pelo menos um ano que está comigo - mostrei um sorriso amarelo.

- um dia você vai levar minhas calças e eu não vou perceber.

- possivelmente nunca pegarei elas, é nojento, mas, sim... Você nunca notaria.

Eu sabia que talvez Lexie estivesse certa sobre Alex. Que ele não me visse apenas como sua irmã postiça, mas também sabia que esse carinho era real, não só por termos crescido juntos, literalmente um de frente para o outro, passamos por todas as fases: boas ou ruins. Vimos o pai dele morrer quando Alex tinha apenas 9 anos, vimos a mãe dele sobreviver ao mundo por ele, vimos nossas pior fase na adolescência, e minha mãe ir embora sem nunca mais voltar, e foi quando Alex se tornou além do meu melhor amigo e meu vizinho, ele se tornou a minha pessoa, eu o amava por ser isso, aquele que me protegeria de tudo.

- Lexie? - Alex chamou saindo do meu quarto - torta de abóbora em dez minutos.

- tá - ela respondeu do seu quarto.

- serio, essa geração tá pior que a nossa - Alex comentou.

- nem me fale - fiz uma careta, ia fazer mais um comentário, mas meu celular começou a tocar, olhei a tela e vi o número desconhecido.

- aposto meu salário que é o cara - Alex fez uma careta - te espero em casa.

Ele adiantou seus passos. Ia falar que não precisava, mas não ia adiantar.

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