17. O cuidado.

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Pov'Meredith.

- tudo bem? - Andrew perguntou quando entrou no carro.

- desculpa - pedi.

- pelo que?

- a forma que falei antes, você estava sendo gentil, e eu fui ríspida... Falei que não sou muito boa nisso.

- eu já havia percebido, você tem o instinto de alto proteção sempre ligado... Eu entendo.

- entende?

- você foi forçada a ser uma mulher quando era só uma criança, e isso não é fácil, entendo que só está cuidando de si mesma.

- obrigada, mas ainda sim, desculpa.

- está desculpada - Andrew sorriu um pouco, estávamos seguindo para minha casa, ele havia parado na farmácia, e me fez ficar no carro enquanto ia comprar a pílula do dia seguinte, achava bobagem, mas ele me mandou ficar, achava irritante ele mandando em mim, mas era algo meu, porque ele não me pediu nada de mais, seu "mandar" era protetor, e não dominador, mas eu falei a verdade, se me acostumasse a ser protegida e cuidada, quando tudo acabasse eu sofreria, mesmo sem amar, estaria acostumada a ser cuidada.

- onde vamos no sábado?

- um restaurante novo, é de um amigo...

- ok, vou usar meu vestido novo - falei animada.

- vou gostar de tirar ele - Andrew murmurou.

- claro que vai - revirei os olhos, abri a caixa do medicamento e tomei bebendo um pouco da água que ele também havia trago.

- tranquila agora?

- não, mas menos preocupada.

- já é alguma coisa... Se precisar me liga - Andrew parou o carro em frente a minha casa.

- eu ligo, obrigada.

- cuidado - ele se esticou e me deu um beijo.

- você também.

Abri a porta do carro e sai, ele ficou me olhando através da janela até eu abrir a porta, quando abri ele saiu com o carro devagar. Entrei em casa e a encontrei vazia, era quase um alívio, conseguiria fazer o que precisava sem ser incomodada, comecei organizando meu quarto, arrumei meu material para a faculdade, e depois fui ver o andamento dos pedidos que fiz, a mesa de Andrew seria entregue em breve, abri o aplicativo da minha conta e descobri que ele havia feito o pagamento da minha comissão, e mais dois clientes, teríamos outro mês bom, seria melhor com Thatcher na sua fase boa, trazendo comida para casa, me doía ter sido tão rude com eles, principalmente com ele, eu sabia que não era só uma escolha, era uma doença maldita, mas se eu sempre fingisse não me importar não o ajudaria, fingir não ver é pior, eu não queria que ele se afundando totalmente naquele vício. Às vezes eu me sentia culpada por nossa vida, porque sempre aliviei Thatcher por causa da doença, e tenho aliviado Lexie para não precisar passar o que passei, era difícil ter que ser madura e responsável.

Depois da faculdade, fui me preparar para a o leilão, seria na cidade vizinha, não gostava de ir tão longe, apesar de sempre ser muito divertido, fazia muitos contatos, eu acreditava que em breve tudo seria melhor, não apenas por estar com Andrew, mas por mim mesma, logo me formaria, em algum momento a vida iria sorrir para mim, eu acreditava nisso.

;)

- então dormiu com o Andrew ontem, e hoje vão sair de novo?

- exatamente - falei enquanto me arrumava, e na quarta.

- ele marca dia pra sair com você?

- não seja idiota, ele me convidou para conhecer os amigos dele na quarta, nos outros dias eu não sei.

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