39. A verdade.

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Pov'Andrew.


- o que acha de tomar um banho? Tomar um remédio para dor de cabeça e tentar dormir?

- não quero ficar sozinha.

- não vai, mas precisa me apresentar seu quarto - tentei brincar.

- tá louco pra fazer isso né? - um sorriso sem vida surgiu em seu rosto.

- a desculpa perfeita - levantei colocando ela de pé.

- não tem nada de mais nele - Meredith pegou minha mão e me levou pelo corredor até a última porta - era do... Papai antes, mas depois que Ellis foi embora, ele não dormia mais aqui, então o convenci a troca comigo, esse tem banheira dentro e é maior - ela abriu a porta.

- esperta desde pequena - falei rindo.

- sempre, meu quarto.

Olhei em volta e vi a escrivaninha que havia lhe dado de presente, sua cama de casal, não era grande, seu armário com seis portas, vi a bonecas de porcelana que havia lhe dado, os carinhos, até oa livros arrumados na prateleira de cima da escrivaninha, tudo bem organizado, era bem o jeito dela.

- então?

- tem sua personalidade... É encantador.

- sei, eu já volto - ela seguiu para o banheiro, olhei mais um pouco em volta, havia uma prateleira com livros, a maioria sobre arte e arquitetura, os poucos romances ali eram do século passado, também vi uma prateleira com sapatos organizados, o tapete perto da sua cama era de bom gosto, assim como sua cama de ferro.

Um tempo depois dela entrar para o banho, fui até a cozinha e preparei uma compressa com gelo,  peguei uma vasilha para colocar ela dentro e voltei para o quarto, quanto entrei a garota já usava um pijama azul cheio de pequenos corações azul escuro.

- você fugiu.

- só fui buscar gelo, se não colocar amanhã vai estar pior - tirei meus sapatos e sentei na cama - vem aqui.

- eu não mereço o que tem feito por mim - ela sentou vindo bem para perto. Peguei a compressa e coloquei sobre seu rosto, tendo cuidado para não deixar muito tempo em um único lugar.

- Meredith - a olhei nos olhos enquanto segurava a compressa - eu não sei o que passou nos últimos anos para ter tanto medo de ser amada, mas eu não sou como sua mãe, nem como seu pai.

- ele não é mal, ele não nos abandonou - ela voltou a chorar.

- eu sei meu amor - passei a mão por seus rosto, o lado que não estava machucado - mas a muitos tipos de abandono e maus tratos... Você era só uma menina quando teve que cuidar de Lexie, porque seu pai foi fraco e se afundou na bebida, não sei a história toda, mas acredito que ele nem sempre foi um alcoólatra.

- não, ele bebia, mas não era assim, só depois que Ellis nos deixou que ele ficou assim...

- eu me pergunto quantas noites o viu chegar bêbado e teve que cuidar dele, e ainda cuidar da sua irmã.

- mais do que posso contar, mas que saída eu tinha?

- não estou falando que está errada, você fez o seu melhor, só que não precisava ter sido forçada a isso... Eles deveriam ter protegido você, e não o contrário...

- não precisa falar isso, eu sei... Você acha que tenho medo de me deixar ser amada atoa? O amor destruiu meu pai, destruiu a minha vida também.

- o amor não faz isso Meredith, a falta dele sim... Eu não faria algo assim com você, e se um dia não tiver mais amor, eu apenas me retiro.

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