28. O novo.

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Pov'Meredith.



- o haras vai ficar lindo depois da reforma - falei enquanto andávamos pela área externa, a chuva nos deu uma trégua, mas não o suficiente para que pudéssemos andar a cavalo, porém calcei galochas e fui caminhar com Andrew.

- vai, queria muito que Carina estivesse comigo nessa, parece estranho não a ter como sócia.

- não tem como sócia, mas é sua irmã e ela pode ajudar, nada impede.

- eu sei, é só estranho, é novo, o novo sempre assusta - ele me deu um olhar sugestivo, foi uma indireta.

- sabe, eu sempre falo que quero muito da vida, e não tô negando isso.

- mas?

- não é só por dinheiro que tô aqui... Apesar de gostar do que tem me proporcionado... Consegue entender?

- gosta de dinheiro, eu já sabia... - ele fez uma careta - mas gosta de mim...

- sim.

- tudo bem... Eu já sabia disso - Andrew falou sério - não acho errado que goste, eu gosto bastante de poder comprar o que desejo, mas é bom saber que gosta de mim.

- você é bem legal - falei dando uma risadinha sapeca.

- você também dá pro gasto - Andrew levantou uma sobrancelha e depois piscou.

- não gosto tanto assim de você.

- tudo bem... - Andrew deu de ombros, parou de andar de repente e me pegou nos braços me jogando em seu ombro.

- Andrew - minha voz saiu alta devido a surpresa - me põe no chão.

- não - ele estava rindo.

- Andrew... Eu não... Consigo - senti a vertigem.

- Meredith - Andrew me colocou no chão - caramba, você tá parecendo um cadáver - ele me segurava firme - sério?

- preciso de um minuto - falei, Andrew voltou a me pegar nos braços mas agora como um bebê.

Senti ele caminhar até eu estar sentada na varanda da casa, abri meus olhos e tentei sorrir.

- você vai me matar - ele reclamou - o que foi isso?

- vertigem, fico tonta quando fico de cabeça para baixo - falei sem graça

- desculpa.

- você não sabia.

- ainda tá pálida.

- mais que o comum? - consegui brincar.

- tipo Gasparzinho - ele sorriu um pouco.

- já passou, agora já sabe que não deve fazer isso - me sentia menos tonta.

- de todas as coisas do mundo que poderia acontecer, você quase desmaiar foi algo que eu não esperava.

- é a graça da vida... Por isso nunca fui numa montanha russa, ou naqueles brinquedos que ficam de cabeça para baixo...

- acho que nunca vou estar pronto para você, todo dia é uma novidade.

- faz só um mês, ainda tem muito que descobrir, o risco é você correr quando não der conta do caos.

Isso me preocupava demais.

- não tenho medo do caos.

- vamos ver se é verdade - sorriso sem ânimo, eu queria que fosse real, não só por que Andrew estava me permitindo ter uma vida melhor, mas porque eu me sentia melhor com ele. Isso era assustador, porque apesar de ver o quanto Andrew estava sendo bom, gentil, atencioso, até detalhista, eu sabia que não era amor, talvez nem paixão, só era algo, e um algo que poderia vir a me ferir com o tempo, porque eu sabia que em algum momento ele me deixaria, então eu cuidaria do que ficasse, recolheria os cacos e seguiria em frente.

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