76. A cerveja.

42 9 6
                                    

Pov'Meredith.

Sentei na cama agora realmente esperando Andrew escolher um filme, peguei meu celular para pedir pizza, sentia o olhar questionador do meu noivo, mas ele não perguntou o que estava fazendo, quando terminei o pedido fui para perto dele o abracei.

- pedi pizza - contei.

- ia fazer isso em breve - ele bufou.

- adiantei, estou com MUITA fome - dei ênfase aquela palavra pequena - estava pensando.

- diga.

Ele escolheu um filme de terror, Andrew adorava filmes de terror, não era meu gênero favorito, mas não tinha medo, só não assistiria por escolha minha.

- o papai vai estar em casa no natal.

- isso te deixa feliz.

- sim, muito, mas também significa que ele vai estar em casa com Lexie - expliquei.

- o que te deixa tranquila.

- sim - dei uma risadinha, tudo bem que aquela foi bem óbvia, mas era um tanto irritante o quanto ele me conhecia.

- também pensei sobre isso, e também fico aliviado em saber que Lexie e Thatcher vai estar juntos e bem, assim não vou me sentir mal por te trazer de volta só ano que vem.

- sério? - o encarei surpresa.

- sim.

- e onde vamos?

- estou decidindo ainda, mas vai gostar, eu tenho certeza.

  Eu também tinha, só o fato de viajar para outro lugar já era maravilhoso, com Andrew era perfeito, o destino no final era o de menos.

- vou precisar fazer as malas.

- roupa de frio e roupa para calor... Vamos aos dois lugares - seu sorriso alargou - vem, vamos assistir o filme.

- acho que tem um leão dentro de mim - comentei rindo, nos últimos dias estava sentindo mais fome que o comum.

- deve ser TPM - havia diversão e aflição nas suas palavras, acabei rindo, porque Andrew parecia que sofria mais que eu nesse dias.

- acho que sim - suspirei - deu até vontade de comer morangos.

- acho que ainda tem do último que trouxe - Andrew se mexeu como se fosse levantar.

- fica aqui... Eu vou esperar a pizza - beijei seus peito - adoro seu cheiro depois do banho.

- é só sabonete - Andrew bufou, observei ele dar play no filme, fiquei em silêncio, vez ou outra inalava devagar o cheiro que não era de sabonete, era o dele, nada cheio de poupa como descrito em livros, era cheiro de pele, doce, mas ao mesmo tempo salgado, não tinha certeza se havia algo que dava pra comparar, para usar como exemplo, talvez algo terroso, fechei meu olhos e voltei a inalar, não sabia que cheiro melhor descreveria, mas eu adorava o dele, e como mechia com cada célula do meu corpo.

- não é só sabonete - falei depois de um longo tempo em silêncio, só ouvi a risadinha dele.

- achei que estava dormindo.

- fome - o lembrei - e as crianças.

- não esqueci dos dois - Andrew beijou meu cabelo.

Minha atenção estava só parcialmente no filme, Andrew não era o tipo de pessoa que adorava assistir filmes, corrigindo, ele adorava, mas não era sempre que fazia isso, e quando fazia gostava de ficar comentando sobre ele, e eu sabia que faria isso quando fossemos buscar Thiago e Lexie, então eu tentei prestar atenção, e não me distrair totalmente com o cheiro dele e o som do seu coração, eu sabia que aquilo era muito clichê, mas eu gostava do som do coração dele batendo, um ritmo calmo, constantemente, sem alterações a vista, ele estava totalmente relaxado e tranquilo, era reconfortante, contava os batimentos dele, as vezes eu achava vantagens totalmente bobas, mas extremamente satisfatórias em ter memória fotográfica, eu conseguia assistir o filme e lembrar o que vi, e ainda sim conseguiria contar as batidas do coração dele, nas minhas contas Andrew teria em torno de 75 BPM por minuto, o que segundo uma revista de medicina que li era normal. Como disse uma vantagem boba, mas que eu adorava.

A PROPOSTA Onde histórias criam vida. Descubra agora