Blue | ⚢

Camila e Juliana

Juliana respondeu ao beijo com uma intensidade que crescia em cada instante, como se toda a paixão acumulada nos anos ao lado de Camila estivesse sendo liberada naquele momento. Suas mãos deslizavam pela cintura de Camila, traçando lentamente as curvas que ela conhecia de cor. Camila inclinou-se para mais perto, os dedos ágeis tocando os botões do terno de Juliana, desfazendo-os um a um.

O vestido preto de Camila escorregou pelos seus ombros, descendo com uma graça quase teatral até o chão. Ela sorriu contra os lábios de Juliana, aquele sorriso cúmplice e travesso que fazia o coração da outra acelerar. Sem interromper o beijo, Camila a guiou pela sala, cada passo lento e cheio de propósito, até que ambas pararam diante do sofá.

Camila começou a tirar o colete de Juliana com dedos experientes, o tecido deslizando suavemente. Seus olhos nunca deixavam os de Juliana, um olhar cheio de desejo e admiração. — Você é tão linda — sussurrou Camila, quase como um segredo, enquanto deixava o colete de lado.

Os movimentos eram deliberados, cheios de uma sensualidade tranquila que vinha de anos de intimidade. Camila desenhou com as pontas dos dedos os contornos do rosto de Juliana, traçando cada linha como se estivesse esculpindo uma obra-prima viva. Juliana fechou os olhos por um momento, saboreando o toque, antes de guiar os lábios pelos ombros expostos de Camila, descendo pelo pescoço até encontrar o lugar que sabia ser sua fraqueza.

O suspiro de Camila quebrou o silêncio, um som suave, mas carregado de emoção. Juliana segurou a nuca dela com uma firmeza gentil, sustentando o beijo que logo voltou a acontecer, agora mais intenso, mais profundo. Camila soltou um riso abafado, entrelaçando as mãos nos cabelos de Juliana enquanto puxava-a ainda mais para si.

Elas pareciam dançar uma música invisível, uma melodia que apenas elas podiam ouvir e que era tocada em perfeita sincronia. Cada toque, cada suspiro, cada movimento era uma nota nesse dueto silencioso. Quando Juliana a pousou delicadamente no sofá, a pele de Camila arrepiou-se sob o toque quente das mãos dela, que agora traçavam um caminho pela linha das costas.

Com um gesto quase imperceptível, Juliana desfez o fecho do sutiã de Camila, que deslizou suavemente sem interromper o contato visual entre as duas. Os sorrisos que trocaram eram cúmplices e cheios de promessa, um entendimento silencioso de que nada mais importava além daquele momento.

Camila levou a mão ao rosto de Juliana, segurando-o com ternura, enquanto murmurava:
— Eu te amo tanto, Juliana.
Sua voz era um fio de som, mas carregava um peso imenso, como se cada palavra fosse insuficiente para expressar a profundidade do sentimento.

Juliana respondeu segurando o rosto de Camila entre as mãos, seus polegares acariciando as maçãs do rosto dela enquanto sussurrava de volta:
— E eu amo você mais do que qualquer coisa neste mundo.

O beijo que seguiu foi mais suave, mas cheio de um calor que parecia envolver todo o ambiente. As luzes baixas da sala lançavam sombras dançantes nas paredes, testemunhas silenciosas de um amor que transcendia o tempo e o espaço.

O mundo exterior desapareceu, como se a noite fosse um manto que cobria tudo além delas. Cada toque, cada olhar, cada palavra dita ou não dita era uma celebração da conexão que compartilhavam. A noite se estendeu como se o tempo houvesse parado, e o amor que vivia naquele espaço parecia eterno, queimando intensamente como uma chama que jamais se apagaria.