O Esforço de Gabi

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Era Gabi quem estava sempre lá. A mulher de traços gentis e paciência infinita parecia imune ao mau humor e à hostilidade de Juliana. Quando Juliana se recusava a tentar comer, Gabi encontrava um jeito de convencê-la, mesmo que fosse apenas uma colherada. Quando Juliana olhava para o teto sem mover um músculo durante a fisioterapia, Gabi sentava-se ao seu lado e lia, como se o simples som de sua voz fosse suficiente para preencher o vazio.

— Você não precisa fazer isso, sabe? — disse Juliana certa tarde, com a voz embargada de cansaço e irritação. — Eu não pedi sua ajuda.

Gabi colocou o livro de lado, encarando Juliana com uma serenidade que a desconcertou.
— Eu sei que não pediu. Mas isso não muda o fato de que eu quero estar aqui.

Juliana desviou o olhar, apertando os lábios. Não sabia como lidar com Gabi, com sua persistência silenciosa, sua capacidade de estar presente sem exigir nada em troca. Aquilo a fazia sentir-se ainda mais exposta.

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