Um Novo Lugar

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O local sugerido por Sofia era charmoso e vibrante. Um bar e bistrô com uma área ao ar livre decorada com luzes pendentes, mesas de madeira e uma música suave que preenchia o ar. As risadas das pessoas ao redor criavam uma atmosfera animada e acolhedora.

Sofia e Gabi já estavam lá quando Juliana chegou. Ambas olharam para ela com surpresa.

— Uau — Sofia disse, levantando-se para abraçá-la. — Quem é você e o que fez com a nossa Juliana?

Gabi sorriu largamente.
— Isso é... impressionante. Estou sem palavras.

Juliana deu de ombros, fingindo desinteresse.
— Não se acostumem. Foi só porque vocês reclamaram demais.

— Isso aí, Ju — Sofia respondeu com um sorriso maroto. — Continue fingindo que não se importa enquanto claramente arrasou no visual.

Elas se acomodaram à mesa e pediram entradas. O cardápio era cheio de opções criativas, e depois de algumas brincadeiras sobre quem ia escolher o quê, acabaram pedindo batatas rústicas com aioli, bruschettas variadas e um vinho branco gelado para acompanhar.

A noite começou com brincadeiras leves. Sofia era a mais animada, como sempre, e Gabi acrescentava comentários sarcásticos que faziam Juliana rir mais do que ela esperava.

— Então, Sofia, o que tem feito além de salvar vidas sociais? — Juliana perguntou enquanto servia mais vinho em sua taça.

Sofia fez uma pose exagerada, como se estivesse posando para uma foto.
— Oh, apenas curando almas através da arte e enfrentando a tragédia que é o gosto musical da minha nova colega de trabalho.

Gabi arqueou uma sobrancelha.
— Ela ainda escuta funk melody às 7h da manhã?

— Todo santo dia. Eu não sei como ainda estou viva.

Juliana riu e levantou a taça.
— À sobrevivência de Sofia.

— À sobrevivência de todos nós, por aguentarmos suas camisetas gigantes durante anos, Juliana — Sofia retrucou, piscando.

As risadas delas atraíram olhares curiosos de outras mesas, mas nenhuma delas se importou.

Conforme a noite avançava, o vinho fluía, e a conversa ficava cada vez mais descontraída. Era como se os meses de tensão e dor não tivessem existido, pelo menos por algumas horas.

Gabi observava Juliana com um sorriso sereno, contente em vê-la relaxar.
— Eu senti falta disso — disse baixinho, quase para si mesma.

Juliana percebeu e a encarou.
— Eu também. Mais do que admitiria se não estivesse com vinho na cabeça.

Sofia bateu palmas.
— Eu sabia! Tudo que você precisava era de um bom vinho e uma noite fora com as melhores amigas do mundo.

— Humildade nunca foi seu forte, Sofia — Gabi comentou, rindo.

Quando o relógio marcava quase meia-noite, Sofia olhou o celular e suspirou.
— Certo, senhoras, minha carruagem está virando abóbora.

Juliana franziu a testa.
— Você vai embora tão cedo?

— Amanhã tenho uma reunião cedo. Prometo compensar na próxima vez.

Antes que Sofia pudesse se levantar, Gabi interveio:
— Não. Hoje não. Vamos todas embora juntas. É raro ver Juliana assim tão arrumada. Isso merece uma celebração completa.

Juliana revirou os olhos, mas sorriu.
— Tudo bem, mas só porque Sofia nunca faz isso.

As três saíram juntas, caminhando pela noite iluminada. Por alguns momentos, parecia que a vida estava voltando ao normal. Talvez não exatamente como antes, mas de um jeito novo, e isso era o suficiente.

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