PARTE I - PRÓLOGO - 1° CARTA [ATUALIZADO]

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     Venho me perguntando o porquê só agora resolvi escrever. O engraçado é que todas às vezes que me questiono, eu nunca consigo encontrar uma resposta que me deixe realmente satisfeito.
     Há alguns dias tenho pensado se é para manter minha sã consciência ou manter o pouco da esperança que ainda tenho de encontrar alguém vivo... ou talvez, só talvez, alguém encontre toda a minha história e descubra o que acontecera no passado.
     Essa foi uma maneira que encontrei de poder tirar tudo isso de dentro de mim. Escrever foi a melhor opção.
     Eu sei, eu deveria contar como tudo aconteceu, não é?! A verdade é que eu não sei como o mundo se tornou o caos que é hoje. E sinceramente, eu não quero saber como tudo começou.
     Mas o ser humano é curioso e por isso estou fugindo, porque só assim poderei encontrar meus pais, talvez outras pessoas, e quem sabe encontrar respostas. Mas temo não conseguir encontrar nenhum dos três. Eu nunca sei o que me espera no dia seguinte...


""_A quem estiver lendo, saiba que essa é a minha primeira carta que escrevo em toda minha vida. E não sei como começar isso, não sei como abordar um assunto tão trágico. Talvez a aventura de alguns tornou-se realidade. Agora, se eles sobreviveram para vivenciar esse terror, eu já não sei...
_Enfim, quero que vocês conheçam o meu nome verdadeiro: Yudi.
_Sei que não tem nada a ver, mas no ápice dos meus 16 anos, descobri que meu nome significa corajoso, o que é até engraçado, já que coragem nunca foi o meu forte. Então pensando nisso adotei o apelido de Jim. E assim me sinto melhor.
_Vocês precisam saber o que aconteceu, e, como não sei muito, preciso tentar contar a história de uma forma fácil, desde o dia em que eu percebera que as coisas estavam desandando, estavam saindo do controle normal da natureza até os dias de hoje. Enfim.
_Eu morava em um bairro no Rio de Janeiro chamado Inhaúma, talvez muitos não conheçam, mas hoje eu estou em um lugar que eu também não conheço.
_Para começar, eu quase todos os dias ficava em casa com apenas uma senhora, Marta. Ela trabalhava tomando conta de mim e da casa, já que meus pais, cientistas, quase nunca estavam em casa. Eles sempre diziam que tinham que resolver algo no laboratório, então me acostumei a ficar sozinho. 
_Eu nunca tive amigos onde morava, nem mesmo um cachorro, e mesmo tendo Marta, ela não resolvia o problema, nunca acompanhava o meu ritmo, e não tinha nem como. Mas as coisas
mudavam quando eu estava na escola, amigos de escola são diferentes, de um certo modo...
_E foi onde tudo começou, foi onde eu notei todas as mudanças, na escola.
_Peço desculpas se algo ficar meio vago ou muito embolado. Estou fugindo e estou com medo e por mais que eu queira me prender a certos detalhes, nem sempre eu conseguirei. Sem dizer que eu não sei até aonde eu conseguirei fugir e escrever.""

    Preciso aprender a ter coragem...

Sangue MortoOnde histórias criam vida. Descubra agora