Sangue Morto

Estamos perdidos - part.1

     – Vamos...
     – Por favor só não diga para nos separar. Será loucura.
     Interrompeu Beatriz. Carla assentiu.
     Eu entendia o medo delas, mas deveríamos decidir, e não poderíamos arriscar mais do que uma vez. Estamos mais perto de nos salvar, mas as criaturas furiosas que estão lá atrás podem muito bem ultrapassar aqueles fios. Vai saber. Não podemos arriscar.
     – Concordo. Será loucura pensar em nos separar. Não temos muitas chances. Uma ou duas no mínimo.
     – Eu sei, Jim. Fica calmo.
     – Calmo? – Eu quis gritar. – É você que está se perdendo lentamente. É você que está perdendo a calma.
     Com o canto do olho eu vi Carla assenti e segurar a mão dele com mais força.
     Achei que ele abaixaria a cabeça, mas não. Ele sustentou o meu olhar, mas não se decidiu qual caminho tomaríamos. Seria loucura fazer uma votação. É o que eu acho.
     – Não temos mais nenhuma arma. Precisamos tomar muito cuidado. Não podemos nos arriscar dessa vez.
     – Carla, acho que tem um ou duas pistolas dentro das mochilas. Isso se não tiverem pego a mochila errada.
     Felipe disse. Ele parecia estar recuperando a calma. Só parecia.
     – Eram 4 mochilas. Peguei a qual estava mais próxima.
     Ela dizia enquanto vasculhava a mochila.
     Ela encontrou uma pistola. 6 balas. Acho que era o suficiente.
     Na mochila que Beatriz carregava havia mais duas pistolas, mas só uma estava carregada. Não havia munições. E eu lembrei que as que estavam no meu bolso eu as derrubara.
     Felipe e eu tomamos posse das armas carregadas e Beatriz pegara a descarregada, talvez ela soubesse como se defender com ela
     – E o que faremos agora? Temos 3 caminhos à frente. Com certeza o caminho certo não é o do meio, seria burrice ser apenas um caminho reto.
     Disse Beatriz e eu tive que concordar com ela.
     2 caminhos. Qual será? Esquerda ou direta?

     "– Direita. Direita. Direita. – minha consciência gritava.
     Ainda tenho uma consciência. Isso me prende no meu ser. Assim sei que não estou me perdendo novamente. Me perguntou se eles três ainda agem assim. "

     – Direita ou esquerda?
     Carla perguntou.
     – Esquerda. – respondi.
     Mas por que eu disse esquerda se há alguns segundos eu dissera direita?
     – Direita. – disse Beatriz.
     – Esquerda. – disse Felipe.
     – Esquerda. – escolheu Carla.
     Então todos juntos entramos na rua da esquerda, dei uma olhada para trás, olhando em direção à rua da direita. Tentei ver algo de diferente na rua, mas nada. Pude até imaginar aqueles troços de velho oeste passando na rua deserta. Deveria ter rido para amenizar aquela situação contraditória na qual estou.

     – E agora?
     Havia mais uma escolha. Qual rua tomar. Continuar reto ou vira para a direita.
     – Direita é a mais óbvia.
     Disse Carla.
     Felipe não esperou e continuou andando, e entrou na rua da direita, agora corria. Não tivemos escolha a não se segui-lo.
     – Será que não encontraremos mais nenhuma criatura?
     – Não pense negativo, Beatriz. Estamos seguros desse lado. Só precisamos encontrar o local seguro... 

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