*Por que ele grita? Não sei como isso poderia animá-lo. Depende mais de nós saber usar direito uma arma do que elas, as munições em si*, eu acho que Jim tem razão.
– Há motivos para essa animação?
– Fique quieto, Jim. Você não entenderia o quão incrível isso é. Essas balas chegam a brilhar, ficaremos seguros por um bom tempo. – seus olhos brilhavam com tanta admiração.
*Esse sorriso está começando a lhe assustar, não é?*
– Sim. – respondi para Jim enquanto me afastava. – Para que sua irmã tem tanta munição assim? – perguntei a Felipe. – Não encontramos uma arma...
– Provavelmente deva ter uma pistola na gaveta da cozinha. Sei que havia uma na primeira gaveta da cabeceira. Não duvido nada se tiver armas escondidas pela casa toda.
Pelo jeito a irmã dele é uma das loucas das armas também.
– Ela tinha medo de alguma coisa? É muita precaução para quem é policial e mora sozinha, não?
– Não sei. Mas isso tudo não tem nada a ver com ela ser policial, é uma longa história. – ele contava isso enquanto segurava as balas prateadas.
– O que faremos agora?
– Temos que contar as balas e separar as munições. Colocá-las nos pentes das armas e só, por enquanto.
– Quantas armas temos?
– Seis. Tem uma pistola com você. Duas comigo. Uma com Beatriz e Duas com Carla.
*Me surpreende ele ter só pistolas e não algo mais*
– Entendi. Sim, isso é curioso.
– O quê? – Felipe me perguntou me olhando.
Preciso prestar atenção quando der ouvidos ao outro Jim. Já é a segunda vez que o respondo em voz alta. Sendo que eu nem precisava responder.
– Bom dia, garotos.
Carla parecia estar animada. E eu não fazia ideia do porquê. Mas algo me diz que eu não devo perguntar sobre isso.
– Bom dia. – respondi.
Felipe sequer a olhou. Ainda estava admirando as munições. Tudo aquilo para ele parecia moedas de ouros.
– Venha, Jim. Vamos tomar um café.
Hoje o dia não começou muito bem. Me sinto um pouco idiota por ter demorado a encontrar a caixa de munições no lugar mais óbvio. Ainda estou caindo de sono. Ele me parece uma pessoa maluca por munições, se eu não o conhecesse imaginaria até coisa pior.
*Você não o conhece!*, Jim sussurrou na minha cabeça.
Eu concordei. Ele tem razão. O que me deu para pensar nisso?
*O que me deixa mais curioso é não saber do porquê a irmã dele tem uma caixa cheia de munições. Não encontramos uma arma até agora... Tenha cuidado com suas curiosidades, isso quase nos matou uma vez.*
É melhor eu tentar tomar ainda mais cuidado. O dia pelo jeito será estranho, mas mais tarde será mais tranquilo para escrever.
– Bom dia. – anunciou Carla quando entramos na cozinha.
Beatriz nem a olhou. Alguém não dormiu bem.
Carla nos serviu ovos mexidos.
– Por que infernos Felipe está tão animado? Eu o ouvi. Acho que se tivéssemos vizinhos, eles ouviriam também.
– Munições. – respondi enfiando uma garfo cheio de ovos na boca.
– Idiota. – ela resmungou.
Carla sorriu.
Eu sorri.
– Então, o que faremos hoje, meninas?
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Sangue Morto
AcciónOBRA REGISTRADA NA BIBLIOTECA NACIONAL (ISBN) * 29 de setembro de 2013. Foi o ano que o terror começou a andar sobre a terra. De tantos bilhões de seres humanos, apenas um parecia ter sobrevivido a uma pandemia que destruiria a raça humana. Yudi é...