Dei de ombros. E eu sei que isso machucou minha mãe. Mas não tem como eu pular de alegria só por ter os encontrados. Não mais. Nunca mais.
– Tenho que te explicar tudo. Temos. – ele me parecia cansado. – Ainda estamos estudando essas coisas, buscando por mais respostas. Acredito que em breve saberemos tudo.
Minha mãe concordou. Enxugou as lágrimas e tentou sorrir esperançosa.
– Agora me explicarão?
– Pode ser. Temos mais um pouco de tempo.
– Mais um pouco de tempo? – bufei. – Não, não precisa explicar esse tempo. Só quero saber a verdade, sem enrolação.
"– Eles não se importam!
Bem no fundo da minha mente a mesma voz gritava.
– Dê as costas e vá embora. Você tem amigos agora. Amigos que se importam com você. Seus pais nunca se importarão com você.
Não é verdade! Não pode ser. Eles tiveram um motivo para isso.
– Não seja ingênuo. Para de ser idiota. Você viu, presenciou, sentiu. E mesmo assim acredita neles?
Razão ou emoção?
– Escolha a razão.
A voz na minha cabeça gritou. "
– Temos que lhe explicar porque o abandonamos. Fomos obrigados.
– Acho que não preciso mais saber. Só quero saber como essas criaturas surgiram. – eu estava sendo forte. Tendo coragem de enfrentar a minha própria emoção. – Elas não podem ter surgido sozinhas...
– Sei que você nos culpa, – disse meu pai. – mas não é culpa nossa.
– Como não?
Eu deveria ter falado mais alto.
– Se você se lembrasse de tudo, saberia que nós não temos culpa...
– Só respondam o que eu perguntei...
– Você precisa lembrar primeiro. Você não acreditará em nós com a verdade que iremos lhe contar.
– Lembrar do quê? Eu lembro de tudo.
Eu não entendi. Minha cabeça doía.
"– Você tem medo de lembrar. Não deveria ter medo de encontrar as respostas que tanto espera. É o que você tanto queria. Por isso você não se recorda. Por isso o seu mantra, desde o dia em que acordou foi, "PRECISO APRENDER A TER CORAGEM. ". Você nunca foi medroso Jim, nunca foi covarde na vida real. Mas desde que se lembra, foi covarde com quem você é. Com o que você sabe.
Isso não é verdade. Você está errado!
– Se eu estou errado, nós estamos errados! Somos a mesma pessoa. Nunca parou para pensar do porque você me ouve tão bem?
Não. Você é só minha consciência. Por isso só eu o ouço, o ouço tão bem.
– Sim, eu sou sua consciência. Sou toda a memória da qual você não lembra. Só seja corajoso e aceite o passado no qual você perdeu.".
– Jim?
Bem no fundo da minha mente, de alguma forma, eu tentava ver a minha vida como se fosse por um rosto estranho..
– Você pode lembrar.
Meu pai tentava se aproximar de mim. Eu sentia que ele queria me abraçar.
Mas aquele era realmente o meu pai? Aquela era a minha mãe? Como eles podem ser pessoas conhecidas se do meu passado eles dizem que eu não conheço??!
E Julie? E todas as pessoas que eu lembro que estudaram comigo? O do quanto eles dizem que eu não lembro?
Eu preciso aprender a ter coragem?
– Jim? – chamou a mulher que eu achava ser minha mãe. – Nos responda.
A feição dela mostrava preocupação. Talvez seja por causa de minha feição. Medo e confusão era o que moldava cada centímetro de meu corpo. Eu estava perdido. Perdido nesse mundo, nesse tempo, nesse momento. Perdido dentro de minha própria cabeça.
"– Você não era nenhum assassino ou um fugitivo. Por que está com tanto medo de lembrar?
Eu não sei. Eu não sei como lembrar.
– Não precisa ter medo. Respostas era tudo que você sempre quis desde o começo. Não era?
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Sangue Morto
ActionOBRA REGISTRADA NA BIBLIOTECA NACIONAL (ISBN) * 29 de setembro de 2013. Foi o ano que o terror começou a andar sobre a terra. De tantos bilhões de seres humanos, apenas um parecia ter sobrevivido a uma pandemia que destruiria a raça humana. Yudi é...