– Francisco, largue essa espada. – ele disse. – Vamos, estamos chegando. Aguente mais um pouco.
– Ele já está morto. – disse Carla assustada. – Só o empurre do barco.
Felipe achou que seria fácil e quase perdeu um dos braços quando tentou empurrá-lo.
– Eu disse que deveríamos ter fugido sem ele. Ou ter deixado ele a mercê daquelas criaturas.
Sussurrei. Tenho certeza que havia sussurrado.
– Fique quieto. – disse Beatriz. – Está vendo que ele vai nos matar. Não piore a nossa situação.
Ela tem razão. O que faremos agora? Queria conseguir gritar, mas acho que se tentar, vomito de novo.
– Calma.
Pediu Felipe. NOVAMENTE, QUAL O PROBLEMA DELE? TENTANDO SER AMIGÁVEL. E sou eu que irei piorar a nossa situação.
– Felipe.
Gritou Carla.
Beatriz segurou o grito tentando tampar a boca com as mãos. Mas por quê?
Para um cadáver recentemente morto Francisco era uma dessas criaturas muito rápida. Ele brandira a espada bem rápido e ferira Felipe no rosto.
Eu só consegui ver o sangue quando Felipe virara o rosto quando perdera o equilíbrio. Aquele rosto pálido e fraco com uma linha de sangue escorrendo devagar...
– Felipe. – gritou Carla novamente. – Toma cuidado. Ele vai nos matar.
Ela gritou ainda mais.
Beatriz não segurou mais e gritou por socorro. Mas a ilha está tão distante ainda. Mas o barco percorre lentamente o seu caminho. Muito lentamente pro meu gosto. Vamos todos morrer até que o barco chegue lá por vontade própria. Se tiver alguma vontade nessa coisa, né?!
– Ainda estou respirando. – disse Felipe com um sorriso psicótico naquela face. – Ainda estou vivo.
Para quê provocar ainda mais? Ele quer morrer, só pode. Sem dizer que todos nós iremos morrer também.
Francisco o olhava com os olhos brancos e o corpo podre. Carla puxou Felipe pelo braço e ele caiu sobre ela. E Beatriz só sabia gritar por socorro, agora agarrando-se em minha perna.
Mas será que Francisco entendeu a provocação ou ele também perdera a inteligência?
Ele ergueu a espada para Felipe e a movimentou com velocidade. Carla gritou e eu logo entendi, mesmo sem poder ver, Felipe sofrera mais cortes.
Ele poderia morrer com o sangue podre daquela espada entrando em contato com sua pele, não? Ou será que ele se transformará em uma dessas criaturas? Eu não sei. E sinceramente não quero descobrir.
O som que a espada fazia era como se estivesse cortando o ar. Francisco não saiu do lugar, mas manejava a espada rapidamente e com muita agilidade para alguém morto. Já havia dito isso. Sim!
Eu preciso fazer alguma coisa.
Eu ainda tenho aquela arma?!
– Beatriz, por favor pare de gritar por um minuto.
Consegui dizer. O meu enjoo estava mais forte e eu não estava conseguindo controlar, no que resultou que eu quase vomitei em cima da Beatriz quando gritei com ela para se calar. Seria trágico, mas muito engraçado. Confesso.
Consegui pegar a arma, mas minhas mãos tremiam e eu não consegui abrir o tambor para saber quantas balas tinhas. 1 ou 2? Eu sei que tenho uma bala no bolso. Será que ainda está no meu bolso?
Apontei a arma para Francisco enquanto ele levantava a espada. Meus braços estão tremendo.
"– Você só precisa acerta um tiro. No lugar certo e ele cairá. Não vai fraquejar agora vai?
Eu odeio o fato de ficar ouvindo minha consciência como se fosse outro Jim. Um Jim excluído.
Eu não vou errar. Não posso.
– Você acredita nisso? Eu quero acreditar por você. Se você morrer agora eu morrerei e terá sido uma aventura desnecessária se você morrer antes de ser salvo.
Aventura? Da onde ele tirou isso? Com certeza é um Jim excluído. De onde ele tirou isso?
– Jim. Só pare de pensar e atire logo.
Ele gritou. "Eu consegui respirar fundo e ficar estável por alguns segundos, mirei e atirei.
...
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Sangue Morto
AksiOBRA REGISTRADA NA BIBLIOTECA NACIONAL (ISBN) * 29 de setembro de 2013. Foi o ano que o terror começou a andar sobre a terra. De tantos bilhões de seres humanos, apenas um parecia ter sobrevivido a uma pandemia que destruiria a raça humana. Yudi é...