Stay With Me
Ele ia meter a mão no meu ombro, mas eu recuei. O que o desanimou ainda mais.
- Estarei de volta, prometo. E serei melhor que nunca. - Ajeitou ligeiramente a sua roupa. - Cuidem-se, por favor.
Kristal, colocou a mala no seu ombro, acariciando-o.
- Eu amo-te, Kris.
Encostou a sua testa a de Kristal.
- E eu a ti, John. Por favor, toma cuidado. Cuida-te. - Acariciou a sua bochecha.
Revirei os olhos, recuando.
- Tanta lamechisse meu deus. - Sussurrei, cruzando os braços.
Os altifalantes fizeram questão de repetir a embarcada do respetivo avião.
Enquanto a despedida do casal, foi amorosa, a minha para com o homem, foi curta e direta. Sem qualquer expressão e ligeiramente afastada. O meu olhar desiludido, era o suficiente.
Acenámos e vimos a sua figura afastar-se de nós.
Havia uma boa parte de mim que se sentia aliviada. Outra, nervosa quanto ao futuro.
O acontecimento não estava nos meus planos, estar encarregue de duas pessoas, sendo estas, família. Muito menos, semanas antes de me afastar por 3meses.
Ainda não tinha assimilado toda a situação.- Temos de ir às compras. - Falei assim que entrámos no carro.
- Não sei quanto dinheiro tenho.
- Não quero o teu dinheiro, Kristal. Tenho suficiente. - Arranquei do aeroporto.
Sabia que ela ficava desconfortável com as minhas respostas, engolindo a seco.
- Como ganhas tanto dinheiro?
- Esforço-me no meu trabalho.
- E o trabalho é?
- Pessoal. - Respondi rapidamente. - E sem qualquer importância para o teu conhecimento. Pelo menos para já...
Mais uma vez, a minha frieza, endireitou-a no banco. Virou a sua cara até á janela, prendendo-se nos seus pensamentos.
Dirigi até ao stand de carros.
- O que fazemos aqui? - Perguntou ao ver os imensos carros.
Estacionei, e tirei o cinto de segurança ao abrir a porta.
- Escolher um carro.
Saí do carro, e ela seguiu-me.
- Tens alguma ideia do que queres?
O silêncio longo, após a minha pergunta, fez-me encara-la. A mulher estava pálida, enquanto observava os veículos que ocupavam o espaço daquele lote.
Felizmente, tinha a possibilidade de lhe dar uma boa oportunidade de vida. Pelas boas quantias que ganhava na agência, e em missões extras, graças a Mike, sentia-me confortável com o que estava a fazer.
- Eu— Eu não quero nenhum. Posso perfeitamente andar, é bom para a minha idade. - Arqueei a sobrancelha.
- Isso não é possível. Estás numa cidade grande. Enorme..
- Então uso transportes públicos.
Ela sentia-se intimidada com a variedade de escolha.
- Perigoso demais. - A sua concentração ao que dizia era pouca, pois olhava muitas vezes até aos carros. - Ok, olha para mim, respira fundo e apenas responde.. Branco ou preto?
- Preto. - Encolheu os ombros. - Não dá tanto nas vistas.
Caminhávamos entre os carros.
- Automático ou com mudanças?
- Sei conduzir em ambos, Kathy.
Ao ouvir a sua alcunha, balancei a cabeça, ignorando totalmente o seu nome a mim.
- Vou considerar isso como automático. - Cruzou os braços. - Preferência de tipo de carro? Normal? Jipe?...
- Oh— Eu n-não sei. - Gaguejou ligeiramente. - Isto é demais para mim.
- Eu facilito.
Apontei para o carro atrás dela, e ela virou-se.
Os seus olhos arregalaram-se, ligeiramente, ao observar o veículo.- Filha, eu não preciso, nem quero essas luxurias.
Suspirei, revirando os olhos.
- Kristal, vamos esclarecer uma coisa. Só por eu estar aqui, a falar bem contigo, e a tentar dar-te uma oportunidade de recompor a vida que tu própria arruinaste, não significa que eu seja tua filha. - Falei bruta. - Estou a fazer isto pela Karol. Ela merece uma vida melhor. Melhor, do que alguma vez, tive.
Virou-me as costas, indo até para perto do carro de Ashley.
Revirei os olhos á sua atitude, seguindo-a.- Kristal. - Chamei-a.
- Vamos embora. Quero me ir embora.
- Nós temos de—
- Eu não fiquei aqui para ser humilhada, e relembrada dos meus erros no passado, Katherine. - Interrompeu-me mostrando-se aborrecida. - Tu tens todo o direito de te sentires como quiseres. Eu respeito isso, e posso ser paciente, mas— Se for para continuarmos numa guerra, eu não vou aguentar.
Engoli a seco, desviando a cara por segundos.
- Nós não estamos numa guerra.. - Acalmei o meu tom. - Eu a tentar ajudar-te, Kristal.
- Mas torna-se humilhante. A tua forma arrogante e superior, a toda a hora. - Os seus olhos ficavam brilhantes. - Eu falhei muito no passado. Eu sei disso, mas eu vim a Las Vegas com o objetivo de te encontrar e poder consertar isso. Eu não quero passar o resto da minha vida, sem a minha família. Toda ela, Katherine.
- Como achas que isso ainda é uma possibilidade?
- Porque eu ainda estou viva. E enquanto eu estiver viva, vou lutar por isso.
Balancei a cabeça, dando uma ligeira risada. Ridículo...
- Não quero que me perdoes. Não quero que esqueças o passado, Katherine. Não o posso mudar. - Aproximou-se. - Dá-me só a oportunidade de tornar um futuro diferente. Melhor. Isso sim, eu tenho controlo. E estou disposta a lutar por isso.
- Não achas que já chegaste um bocado tarde? - Franzi a testa. - Muito tarde.
- Até pode ser, mas— Eu não vou desistir, filha.
Desviei a cara, e baixei a cabeça por segundos.
- Eu não quero ser indelicada. Neste momento, não é altura para ter esse tipo de conversa. Eu não—não consigo, ainda, ok? Podemos tratar do carro, se faz favor?
Sentia-me um pouco pressionada, o que me fez, entrar no stand sem esperar uma resposta sua.
Dirigi-me diretamente ao vendedor, e fiz o meu pedido.
Preenchi todas as informações necessárias, pedindo que entregassem o carro na minha morada.
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Secret Agent // jelena.
Fanfiction"Ela com 20 anos, os pais nunca participaram na vida dela. Deixaram-lhe sozinha. Tinha um irmão mais velho, mas este também a deixou. Neste momento ela encontra-se em Las Vegas, num apartamento sozinha. Katherine Johnson, vive bem. Vive do seu traba...