27 - He's A Monster

307 29 0
                                    

He's A Monster.

- Então?

- São 7 da manhã, e tenho muitas coisa para fazer. - Respondi. - Não comentes com a Caitlin, nem com a Vanessa que estive aqui.

Ela assentiu lentamente, e mostrou um pequeno sorriso com os seus lábios.

- Não estava com intenções de o fazer.

- Espero que consigas dormir melhor. Desta vez. - Dirigi-me até á porta. - Toma cuidado contigo. Kelsey Thompson.

Ela deu uma curta risada.
Saí daquele quarto, apanhei a minha mochila, e fui para o quarto onde estava os meus sapatos e blusas.

Vesti-me e saí daquela casa.

Esqueci-me que haviam portões e eu não sabia abri-los, em segundos, os mesmos abriam-se lentamente.     
Virei a cabeça, vendo a rapariga de robe de cetim preto, pernas desnudas e morenas, os seus cabelos com raios claros, longos e ondulados, encostada á varanda de vidro.

Foda-se que visão linda.

Mostrei-lhe um pequeno sorriso de lábios, ao colocar os óculos de sol. Ela retribuiu o sorriso, e naqueles segundos, duvidei bastante que ela pudesse ser quem eu pensava. Mostrava-se tão ingénua. Parecia tão inocente.. Isso dava-lhe um certo brilho que ainda não consigo explicar o que é..

Meti-me dentro do carro e arranquei daquela mansão luxuosa e protegida. Aumentei o som das colunas ao vibrar com aquele som.

Wants and Needs - Drake feat. Lil Baby

  Abri as janelas, deixando o vento penetrar o meu carro.

No caminho, colocava as peças do puzzle, relembrando as respostas da Kelsey. Fazia sentindo, e eu não podia negar isso. Não me ocorria mais nada, pois ela realmente parecera uma rapariga normal. Normal demais, para meu agrado. Ingénua, sensível e rica, caracterizava Kelsey na perfeição.
Não via um grande futuro para ela, mas sim, acabar nas mãos de um gajo qualquer... Pois, para mim, ela já não interessava de forma alguma.

Next!

Cheguei a casa, e revirei os olhos ao ver Caitlin e Ryan, a dormir no sofá, abraçados.
Fui para o meu quarto, despi-me e pus me debaixo dos lençóis.

—Katherine's Point of View—

Achei estranho ele ter ido embora do nada, e a sua resposta tinha soada como uma desculpa.

Estava sentada no sofá, com uma chávena de chá, enquanto limpava o contorno dos meus olhos, tentando acalmar a velocidade do meu coração e dos meus pensamentos.

Eu já tinha provas suficiente para o colocar atrás das grades. Ele, e mais uns quantos. Não, pelos os casos em aberto, mas sim— Pela morte de Joanna.
Desde conversas até ao transporte do corpo, tinha tudo gravado.

Como é que ele(s) conseguia tirar a vida a uma pessoa assim? Num piscar de olhos.

Apesar de os ter perdido, após terem tirado o corpo de Joanna, da sua casa. Mas já tinha visto muito.

Eu, ao perceber que era verdade, e que ele realmente tinha assassinado a rapariga, enquanto gravava, só chorava. Estas coisas, mexiam sempre comigo, e por mais que tentasse, eu não me conseguia sentir indiferente ao observa-las. Fossem as vezes que fossem..
Joanne, não era inocente. E eventualmente, acabaria também por ir para a cadeia, mas não ser assassinada.

Jason era um monstro. Insensível. Egoísta. Impaciente. Ele merecia ir para a cadeia. Ele, que tomava todas estas decisões.

De tanta emoção e pensamento acumulado, saí daquele transe e dirigi-me até á lavandaria. Passei pela segurança, e rapidamente a passagem foi me permitida até á cave.
Peguei numa arma, e naquela sala de tiros, disparei dois ou três tiros, rapidamente. Precisava de descarregar a minha raiva.

Passara duas horas naquela cave, onde disparei algumas armas, e verifiquei a minha boa pontaria.
Após atualizar o relatório naquele laboratório, desliguei tudo, tranquei e saí daquele esconderijo. Realmente, era invisível ao olho nu, até eu teria problemas em encontrar-lo e ativa-lo, se não tivesse tido o mapa.

Os meus pensamentos mesmo assim estavam a mil, mas a raiva já não era tanta. Sentia-me mal sim, por Caitlin e Vanessa estarem envolvidas, e muito provavelmente, irem para atrás das grades, juntamente com eles. Elas eram boas pessoas, e isso confirmou-se na noite em que me "salvaram". Tinham bons valores, e mostravam-se duas meras raparigas.

Tão pouco que estava ali e tanto tinha descoberto. Até parecia estúpido ter criado uma boa ligação com as raparigas, em apenas dois dias. E, realmente não era uma ligação forçada, pelo o contrário. Identificava-me com as personalidades delas... Por mais errado que parecesse.
Talvez pela chegada de Kristal e Karol na minha vida, principalmente antes de ter vindo em trabalho, conseguiram amolecer um pouco, aquilo que ficara intacto há anos.

Assim que me deitei no sofá, no objetivo de fechar os olhos, por uma hora, talvez, decidi verificar o telemóvel.
A mensagem que tinha mandando á horas, ainda se mantinha sem resposta, o que era estranho...

- Jason McCann -
- Estás melhor? Da tua insônia, também?

Mesmo assim, tinha de fazer tudo ao meu alcance para me aproximar dele. Para obter confirmação a todos os casos em abertos, ou pelo menos, alguns. Não poderia abandonar aquela zona, sem isso estar feito. Sem os três meses, estarem completos.
O assassinato da Joanne tinha um bom peso, mas não o peso que o Mike pretendia, como explicado na papelada que me foi entregue, logo havia obrigação de eu voltar a encarar a cara do assassino, Jason McCann.

Acordei com o toque do meu telemóvel.
Vi e o nome de Caitlin, e vi também que tinha dormido quase a tarde toda.
Atendi, mesmo ainda meio ensonada.

Chris, Caitlin e Vanessa, mantinham-se dentro do carro, onde buzinaram duas vezes assim que me avistaram.

- Estavas a pensar em ficar em casa o resto do dias? Não, senhor, Miss Kelsey— Há churrasco! - Vanessa falou ao sair do carro, para que pudesse entrar.

Gargalhei e cumprimentei o Chris que se mantinha ao volante.

- Viemos-te buscar.

- Obrigada. - Mostrei um sorriso. - E estou a morrer fome—

- Olha a outra. - Chris falou e arrancou com o carro. - Vocês as três estão sempre com fome.

- Mulheres lindas, não se criam com o ar. Infelizmente, porque pelo menos assim mantinha-se a linha, sempre. - Respondi animada.

Logo gargalhámos, e Vanessa chocou a sua mão com a minha.
Caitlin, a meu lado, deu-me uma ligeira cotovelada entre gargalhadas.

- A sério Kelsey—És demais. - Caitlin falou.

- Não diria melhor. - Vanessa olhou para mim por segundos, e depois para o Chris. - Christian, mulheres com muito apetite. São grandes mulheres.

Logo os tons de vozes eram altos, e as gargalhadas também. Chris estava em minoria, logo ele não tinha muita hipótese de contra dizer. Ele apenas revirava os olhos, assentava e gargalhava.

Eram naqueles momentos.. Naqueles momentos de normalidade e diversão, que me esquecia do verdadeiro objetivo de eu estar entre eles. Eram momentos tão leves, tão normais, espontâneos..
Havia uma grande expectativa negativa, após ler as papeladas sobre o gang, e o perfil de cada um. Todos eles eram caracterizados, por violência extrema. Por falta de empatia, ou até de emoções humanas— O que se tornou, mentira...

Completamente mentira
Só um deles se mostrava assim...

Secret Agent // jelena.Onde histórias criam vida. Descubra agora