42 - Doctor Kelsey T.

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Doctor Kelsey T.

— Jason's Point Of View —

De sorriso aberto, ajoelhou-se á minha frente. O seu olhar raspou levemente pelos meus abdominais definidos, mas principalmente, pelas tatuagens que o meu peito carregava.
Tê-la tão perto de mim, ajoelhada á minha frente, alimentava a minha mente de pensamentos eróticos. De posições. De gemidos.. Dava-me boa visão do seu peito. Notei o sinal que tinha no mesmo. Foda-se, que mamas!

Os meus pensamentos perversos, o meu sorriso no canto dos lábios, e o meu olhar recheado de chamas de desejo, desapareceram.

- Foda-se Kelsey. - Resmunguei de dor.

- Vou-te magoar mais, se não parares de me olhar dessa maneira.

Cerrei o maxilar, após lamber os lábios.

- Que maneira é que te estou a olhar, Thompson? És bem convencida.

Mais uma vez, levantou a cabeça, cruzando o seu olhar no meu.

Fodia-a tão bem no tampo da sanita, ohh.

Rugi baixo, assim que tirava os pensos daquelas feridas, nada delicadamente.

- Kelsey. - Ameacei entre dentes.

- Ups, desculpa. - Ironizou e eu cerrei os olhos na sua direção.

Ela já não me encarava, enquanto desinfectava e verificava os meus cortes.

- O que é isso? - Perguntei ao sentir um gelo pelas minhas feridas.

- Spray analgésico. Assim não te dói tanto quando puser a pomada. Queres que te acompanhe, pelos os passos? Detalhadamente? Assim poderás tu fazê-lo daqui para frente.

Levantou-se por segundos, agarrou a pomada, voltando a ajoelhar-se á minha frente.

- Nem por isso, mas antes que comeces—

Inclinei-me mais para a frente. A minha cara estava perto da sua, tão perto que, conseguia sentir a sua respiração contra os meus lábios. O nosso olhar estava preso um no outro, e podia observar receio e timidez nos olhos da morena, a cada respiração que eu, inspirava e expirava. Um sorriso, no canto dos meus lábios.

- Jason— O que estás a fazer? - O seu olhar escapou até aos meus lábios.

Ela recuou a cabeça ligeiramente, facilitando-me o alcance até á gaveta, sem que tivesse de acabar por juntar as nossas caras. Retirei o pacote preto, fechei a gaveta, mesmo sem quebrar aquela expressão matreira na minha face.
Lambi os lábios, e voltei a encostar-me, desviando o olhar até ás minhas mãos.

- Fumar. - Tirei o enrolado do pacote e acendi-o entre os meus lábios. - Pensavas que ia-te beijar, hun?

Encarei-a, soltando levemente o fumo.

- És insuportável, McCann. - Revirou os olhos, e baixou o seu olhar até aos meus cortes.

Por alguma razão, gostava das suas pontas dos dedos, frias, contra a minha pele quente. A sua pele macia, suave... Cabra! Cerrei o maxilar, engolindo a dor que ela provocou de propósito.

- As enfermeiras costumam de ser tão delicadas, quanto tu?

Suguei mais produto, ao senti-la a tocar nas partes doridas do meu tronco.

- Talvez. - Forcou um pequeno sorriso para mim e baixou a cabeça.

Toda a vez que levantava e baixava a cabeça, não resistia ao pensamento e o sentimento, da sua boca na minha intimidade. Controla-te Justin. - O meu sub consciente repetia inúmeras vezes.

- Tens isto tudo na tua casa? - Tentei mudar de assunto, principalmente abstrair a minha mente perversa.

Mais um algodão com sangue que jogava para dentro do balde.

- Acho importante ter. Há imensas coisas em casa que te podem magoar— Em segundos. - Iniciou, sem se desconcentrar daquilo que fazia. Isto que, eu não me atrevia a olhar. - E ninguém tem paciência para estar nas urgências durante horas a fios. Por isso— Sim. Tenho isto tudo em casa.

- És assim tão desastrada? - Perguntei, arrependendo-me logo, pois ela vingou-se. Novamente.

- Tu não és?

Suguei uma e outra vez, o produto, ignorando a sua pergunta, pois sabia bem ao que se referia.
Senti o toque dos seus dedos pelo corte, e por momentos arrepiei-me... Fuck...

- Ainda não explicaste a ninguém, como é que fizeste isto.

- Não tenho que dar explicações a ninguém. - Respondi com um tom sério, e talvez rude.

Assentiu lentamente, e colocou compressas pelos cortes maiores.

- Como queiras, McCann. - Deixou um ligeiro suspiro escapar, ao endireitar-se. - Estão limpos, e como novos. Se quiseres poder mexer-te, sem tantas dores, toma um comprimido daqueles.

Indicou com a cabeça ao pacote amarelo, enquanto jogava coisas fora, e arrumava outras.

- Acho que o álcool tem o mesmo efeito. Se calhar obtenho p—

- Eu não preciso de saber isso. Não quero saber disso. - Ela interrompeu, ao lavar as suas mãos. - Podes ficar com aquela caixa, porque eu tenho mais. E os outros comprimidos que estão na tua mesa, são para tomar. Mesmo. Uma vez por dia, durante três dias. Sem quebrar, Justin, senão prometo-te que vais acabar por ter que ir para o hospital.

Secava as mãos na toalha, não quebrando o seu olhar do meu.
Não sei se gostava ou não, quando ela era autoritária ou quando me interrompia, mas— Remexia algo em mim, e acabava por captar a minha atenção total. Ficava-lhe sexy para caralho, não posso negar.. Que merda Justin.

- Já entendi, doutora T. - Revirei os olhos e levantei-me, com cuidado. - Podes por as garras para dentro.

Ela cerrou os olhos, na minha direção, e cruzou os braços.

- Esqueceste do facto em que tenho tomar banho? Esta merda vai saltar toda.

- Podes tomar. - Descontraiu. - Por isso é que pus esse aplicativo por cima das compressas.

Olhei para baixo, e reparei no plástico transparente que cobria os pensos brancos.

- Quando saíres do banho, tiras isso, e vais ver como estão secas. - Falou já fora da moldura da porta da casa de banho. - Acho que ninguém está acordado, por isso— Avisa-lhes que fui andado para casa, se faz favor.

Deu dois toques na moldura, e virou-me as costas, com um pequeno sorriso nos lábios.

- Vais já?

Virou a sua cara para trás. Para mim.

- Queres que te veja a tomar banho?

- Podes tomar banho comigo, se quiseres. - Respondi, com um sorriso matreiro no canto dos lábios, mas ela pareceu não gostar da piada. - Ou esperar por mim.

- Tenho de ir tomar banho também, e— Tenho saudades da minha casa. Se precisares de alguma coisa, tens o meu número.

- Dentro de uma hora, estarei nos teus portões, então. - Respondi, ligando o chuveiro.

- Para quê? Tu n—

- Até logo, Kelsey. - O meu tom foi autoritário.

Despedi cair os boxers no chão, e podia jurar que ela observava o meu rabo, incrédula.

- Ugh. - Resmunguei e fechou a porta do meu quarto.

O sorriso aberto desenhou-se no meu interior.

Secret Agent // jelena.Onde histórias criam vida. Descubra agora