45 - She's A Bitch

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She's A Bitch

Abrandei o carro, uns blocos antes da casa, travando fundo assim que ficara em frente aos seus portões.

- Podes sair. - Falei bruto.

Sentia-a imóvel, de olhar pousado em mim.

- Vais continuar a olhar para mim? Estamos na tua casa, podes sair.

Encarei-a, vendo o seu olhar frustado. Chocado.

- Eu sei que estamos na minha casa, mas— What the fuck, Jason?

Conseguia perceber que os seus batimentos estavam rápidos, devido á sua respiração ofegante.

- Afinal, estava certa. - Falou, balançando a cabeça e abriu a porta do carro. - Contigo, será sempre com segundas intenções.

Dito isto, saiu do carro, fechando a porta.
Não me deu qualquer oportunidade de responder, e apenas afastou-se.

Arranquei dali, fazendo algum barulho com o carro.

- Merda! - Bati no volante. - Que merda, meu.

Quem é ela para me dar ordens? Quem é ela para me rejeitar?

Sentia-me completamente furioso.

Ela é uma puta como ás outras

O meu pensamento estava a mil, e o meu ódio era algum. Não esperava que as coisas tomassem esta rota, e não entendia quanto á importância que dava á minha vida sexual.

— Katherine's Point of View —

- Ugh! - Resmunguei alto ao jogar a mala para o sofá. - Que cabrão!

   Não me enervava o facto de ele andar de rapariga em rapariga. Enervava-me sim o facto de, ele não o esconder, e permitir cenas daquelas das miúdas com quem se mete.

Ele é um filho da puta. Que nojo de pessoa. Criança eu? Criança é ele, que não sabe manter a suas relações para si!

Sentia-me mais com raiva quanto á irresponsabilidade do rapaz, na velocidade que atingia em plena luz do dia, com imenso movimento nas ruas.

Que merda estava ele a pensar? Matar-me?

A minha adrenalina e frustração, estavam tão acesas, que por segundos, apeteceu-me entregar todos os relatórios que já tinha. Salivava por vingança, naquele momento.

Vais foder tudo, Katherine! Não deixes ele afetar-te assim tanto.

Forcei-me a sentar no sofá, e fechar os olhos, controlando-me na minha respiração. Não queria ser impulsiva, não me podia dar ao luxo disso. Poderia arrepender-me e ter graves consequências com isso. Teria de ser paciente...

Foda-se para as consequências! Prende-o já!

- Ugh!

Levantei-me daquele sofá, e fui para a sala de tiros.
Aconteceu tudo tão rápido, que quando acordei, já tinha o clipe vazio. Olhei para o alvo, todo furado, na cabeça.

Pousei as minhas mãos e a arma, naquela bancada, baixando a cabeça por segundos.

Porque é que o ajudei?

Perguntava, desiludida, imensas vezes na minha mente. Havia uma guerra interior enorme dentro de mim, após a noite anterior.

Quando abri a porta e vi-o coberto de sangue, fraco no chão. Vi apenas um homem.. Um rapaz novo.. A fucking kid like myself.
A sua expressão pálida, e parecia até, que aceitava bem o facto de poder não voltar a acordar. Isso mexeu comigo. O seu ligeiro sorriso no canto dos lábios assim que me reconheceu, mesmo quase de olhos fechados— Isso mexeu comigo...

Sabia, e tinha confirmado que o Jason era um assassino, líder de um gang, mas a verdade é que comigo, principalmente quando estávamos sozinhos, ele não o reforçava tanto como esperava. Apesar de bruto, seco, e bastante distante, sendo naturalmente o seu feitio, ele parecia controlar um pouco a sua crueldade imensa, perto de mim, comigo... Sentia uma certa delicadeza da sua parte perante mim.

Mesmo com tantos prós e contras, eu não aguentava a sua bipolaridade. Havia momentos em que tornava-se constrangedor, de tão bem que me tratava. Demasiado bem. Pois, mais uma vez, tinha um efeito estranho, quente em mim... Noutros momentos, parecia que era a sua inimiga número um, o que na verdade— Ele está certo. Eu sou, a sua inimiga número um.

Dei uma pequena risada ao meu pensamento, e acordei daquele transe. Coloquei as coisas no sítio, e fechei toda aquela estação.

Verifiquei o frigorífico e as cabines, mas não havia nada que criasse apetite, para mais, tinha de fazer compras porque já tinha pouca coisa para comer.

Peguei no telemóvel e decidi mandar mensagem ao Joe.

- Joe Stevens -
- Estás ocupado?
(2pm) - Estou quase a acabar o turno. Então?
- Queres ir almoçar?
(2:07pm) - Calha bem. Passo por aí, daqui a 10 minutos então.
- Não.. Eu apanho-te no ginásio.
(2:15pm) - Desde quando é que conduzes?
- Desde sempre. Até já Joe.

Bloqueei o telemóvel, agarrei nas chaves e na mala, e ativei todo o sistema de segurança, enquanto sentada já na driveway daquela propriedade. Saí pelos portões, esperando que fechassem.

Secret Agent // jelena.Onde histórias criam vida. Descubra agora