Stepping Into The Enemy's Territory
2PM. Acordei todo suado e com o aperto no meu peito, um sufoco. Há anos que, não acordava com aquele sentimento. Levantei-me rapidamente sem tempo para acordar minimamente, abri o maço, retirei um cigarro, acendendo-o entre os lábios.
O meu tronco nu, rapidamente apanhou os raios quentes e brilhantes do sol. Mesmo que o meu humor, e a minha mente, tivessem ainda agitados e ligeiramente sombrios, pelo o dia tão brilhante e com um clima tão tropical, aliviava-me, e dava-me uma boa motivação pelo o dia que tinha pela frente.
Ao entrar, liguei a música nas minhas colunas na casa de banho.
De banho tomado, roupas vestidas, e ainda de cabelo molhado, onde tapei-o com o chapéu de pala para trás, observava a minha reflexão através daquele espelho, por alguns segundos. Suspirei de aborrecimento ao ver a ligeira nódoa negra perto do meu olho. Felizmente, era pequena, não chamava atenção imediata.
Engoli a seco e inalei aquela linha branca. Eu necessitava daquele pó branco, para conseguir ultrapassar os próximos dias, talvez...
Coloquei Cologne, e a arma no elástico das minhas calças, antes de sair do quarto.
Assim que abri a porta, ouvi as vozes altas do grupo, na cozinha.
Balancei a cabeça e a cada degrau que descia, preparava-me para uma energia imensa, e um caos também. E foi exatamente isso que encontrei assim que me encostei á moldura da porta da cozinha. Todos, estavam em brincadeiras entre frigideiras e os ingredientes, supostamente, do almoço.
Não pude deixar de me sentir indiferente, ao ver Kelsey, ainda ali presente, e com um humor leve e brincalhão. Resisti para que não deixasse escapar um sorriso de lábios, ao ouvir a sua doce gargalhada, mesmo que por dentro gostasse daquele som...Não queria arruinar toda aquela boa disposição, aproveitando o facto de eles não terem dado pela minha presença, saí de casa e peguei no carro. Tinha uns outros assuntos para tratar após algo ter-me ficado na cabeça.
Sozinho, acelerei até o campo dos Crips.
Sabia que era arriscado e talvez até podia ser a minha morte, mas naquele momento, não havia qualquer arrependimento ou medo a correr pelas minhas veias. Apenas assuntos que precisavam de ficar tratados cara a cara.
Estacionei o carro perto, de um campo de basquete, onde se reuniam.
Avistei o Tyler, e assim que me reconheceu, os seus cães de guarda aproximaram-se de mim. Patético. Até no seu próprio terreno, tinha de ser acompanhado pelo seu grupo de rapazes, os seus capangas. Maricas do caralho.- Uhh— Não achas que estás nas águas erradas? - Perguntou surpreendido, mas agradado com a minha presença. Irónico. - Só com esta visita, tenho todo o direito em matar-te, McCann.
Lambi os lábios, mostrando-lhe um pequeno sorriso no canto da minha boca, indiferente á sua ameaça.
- Mantém a merda dos teus iniciantes, longe do meu território. Último aviso.
Cerrei o maxilar.
Podia ser a decisão mais estúpida de estar ali perante tantos azuis, mas— Foda-se sabia bem aquele poder. Aquela coragem.
Todos eles olhavam-me, com fome de um pedaço de mim.- Vens ao meu território, avisar-me? - Ele arregalou os olhos e cerrou o maxilar. - Uma coisa é ter tomates, outra coisa, é ser estúpido. Tu? Tu és apenas muito burro, McCann.
Desde que saí de casa, tinha noção que nunca pisaria o terreno deles e saía, sem pelo menos algum sangue meu espalhado por aquele pavimento. Tinha a certeza disso, podia cheirar por todo o Tyler, mas não havia qualquer receio em mim. Pelo o contrário, apreciava a ideia de ter oportunidade de conectar os meus punhos com a sua cara, e a sua cara contra o cimento.
- O que tu quiseres dizer, Tyler— Ficas avisado.
Virei as costas em direção ao carro.
Nunca vires as costas ao teu inimigo. - Uma voz apareceu na minha mente por um flash.
Felizmente, pelos meus bons reflexos e boa visão periférica, pontapeei a faca da sua mão. Esta que, estava preparada para atravessar pela minha pele.
- Queres fazer isto? - Perguntei com um gosto no rosto. - Fazemos isto, JackVille.
- Daqui vais para o hospital. - Ele falou com fúria.
Assim que me preparava para tirar a blusa, pois ele demonstrara fazer o mesmo, senti um ardor imenso perto das minhas costas. Um e outro.
Filho da puta esfaqueou-me, na falsa fé.
Cai sobre os meus joelhos ouvindo a sua gargalhada, enquanto eu controlava aquela dor ardente, a minha respiração ofegante.. Engolindo tudo isso, levantei-me com dificuldades e deixei-me ser consumido por toda aquela adrenalina. Parti para cima dele, onde nos envolvemos numa briga com navalhas e murros.
Tyler deu ordem aos rapazes que estavam com ele, para que nenhum deles se envolvesse. Seria mano a mano.
Luta entre líderes. Será que um de nós sairía vivo dali?
Senti o gosto a sangue na boca, percebendo logo que já me tinha aberto o lábio.
Ele estava por cima de mim a esmurrar-me, e eu apenas defendia-me com as forças que tinha, o que ainda eram algumas mesmo que estivesse a sangrar imenso pelos buracos que ele deixou no meu corpo com a sua navalha.Talvez pelo o pó branco consumido antes, juntamente de todo a adrenalina que ele provocou em mim, a dor cada vez tornava-se mínima. Sentia-me apenas dorido e com isso, eu conseguia bem aguentar. Não era a primeira vez que lutava todo esburacado...
Consegui mover-me dando-lhe uma joelhada na barriga, ficando eu por cima. Tirei da navalha que estava presa ao meu sapato, e pressionei-a também perto da sua costela, uma e outra vez..
- Partilhamos assim uma dor, meu grande filho da puta. - Gargalhei, levantando-me.
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Secret Agent // jelena.
Fanfic"Ela com 20 anos, os pais nunca participaram na vida dela. Deixaram-lhe sozinha. Tinha um irmão mais velho, mas este também a deixou. Neste momento ela encontra-se em Las Vegas, num apartamento sozinha. Katherine Johnson, vive bem. Vive do seu traba...