22 - No Time To Waste

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No Time To Waste

  Passara duas horas, que ficávamos a beber e entre conversas. Mas o meu pensamento, não descansava. Ia jurar que podia sentir o sangue quente, nas minhas mãos, e ansiava para que esse momento chegasse.

Observei Kelsey mais calada que o normal, e quieta. Pela sua postura, mostrava-se cansada também.

- Queres que te leve a casa? - Perguntei, aproximando-se dela.

O seu olhar raspou no meu.

- Uhm não. Deixa estar, eu consigo arranjar b—

- Vou-te levar, então. - Interrompi-a.

Pois a minha pergunta, foi mera simpatia. Eu trouxe-a, eu levo-a a casa.

- Vamos que também já está a ficar tarde.

Enquanto Kelsey se despedia do grupo, fiz questão de trocar uma ou outra palavra com Ryan, certificando-me que ele sabia o planeado. Este, sairia uns minutos depois de mim, indo de imediato para o local.

  Ao arrancar com o carro, acelerei no pedal.
Olhei para Kelsey que estava colada ao banco, mas com um sorriso divertido nos lábios, e até uma faísca no olhar.

- Também gostas de velocidade?

- Gosto. Também? Quer dizer que também gostas?

Ela olhou para mim, mordendo ligeiramente o lábio.

- Mais do que devia. - Desviou por segundos o olhar, olhando pela janela. - Rendeu bem durante os meses que corri. Não é algo que me orgulhe muito, mas— A adrenalina tornou-se viciante.

- Corridas ilegais? - Perguntei ligeiramente incrédulo.

Assentiu lentamente, e podia perceber aquela expressão de gosto, mas também receio. Talvez ligeiramente um arrependimento.

- Que raio fazes da vida? Estes carros não são nada baratos, Thompson.

Ela deu uma curta risada.
Abriu ligeiramente a sua janela, deixando ser consumida pela brisa forte e fresca que penetrava, agora o carro.

- Vim de boa família. Infelizmente. - O seu olhar observava o exterior. - Mas— Mesmo que não viesse de uma família com dinheiro, após duas corridas, tinha dinheiro suficiente para comprar um carro destes.

- Eras assim tão boa, hun?

Ela encolheu os ombros, e percebi que viva, agora, nos seus pensamentos, nas suas lembranças.

- Então, mas tu também tens um carro destes. O que fazes da vida, então?

Senti o riso no tremido da sua voz.

- Sou um homens de negócios. - Respondi, com um ligeiro sorriso no canto de lábios. - Não se nota logo?

Kelsey gargalhou, balançando a cabeça.

- Não nem por isso. Normalmente, os homens de negócios são mais premeditados. Mais simpáticos. Mais calmos—

- Já conheceste algum dono de uma discoteca?

- Não. - Balançou a cabeça. - Mas— Agora que disseste que negócio é que tens, enquadra-se bem ao teu perfil. Todo mauzão.

- Mauzão.. - Repeti, balançando a cabeça entre ligeiras risadas. - Nem por isso.

- Vida noturna, hun? - Observava-me. - Sim, consigo ver. Sempre tens uma desculpa para sair todos os dias, e beber á pala.

- Não.. Nem sempre estou lá batido. Achas que ser dono de uma discoteca, é só curtir á noite? Pois, deixa-me quebrar as tuas ilusões e dizer-te que, são papeladas atrás de papeladas. Certificados, autorizações, seguros— Ugh, uma autêntica dor de cabeça.

Secret Agent // jelena.Onde histórias criam vida. Descubra agora