No Time To Waste
Passara duas horas, que ficávamos a beber e entre conversas. Mas o meu pensamento, não descansava. Ia jurar que podia sentir o sangue quente, nas minhas mãos, e ansiava para que esse momento chegasse.
Observei Kelsey mais calada que o normal, e quieta. Pela sua postura, mostrava-se cansada também.
- Queres que te leve a casa? - Perguntei, aproximando-se dela.
O seu olhar raspou no meu.
- Uhm não. Deixa estar, eu consigo arranjar b—
- Vou-te levar, então. - Interrompi-a.
Pois a minha pergunta, foi mera simpatia. Eu trouxe-a, eu levo-a a casa.
- Vamos que também já está a ficar tarde.
Enquanto Kelsey se despedia do grupo, fiz questão de trocar uma ou outra palavra com Ryan, certificando-me que ele sabia o planeado. Este, sairia uns minutos depois de mim, indo de imediato para o local.
Ao arrancar com o carro, acelerei no pedal.
Olhei para Kelsey que estava colada ao banco, mas com um sorriso divertido nos lábios, e até uma faísca no olhar.- Também gostas de velocidade?
- Gosto. Também? Quer dizer que também gostas?
Ela olhou para mim, mordendo ligeiramente o lábio.
- Mais do que devia. - Desviou por segundos o olhar, olhando pela janela. - Rendeu bem durante os meses que corri. Não é algo que me orgulhe muito, mas— A adrenalina tornou-se viciante.
- Corridas ilegais? - Perguntei ligeiramente incrédulo.
Assentiu lentamente, e podia perceber aquela expressão de gosto, mas também receio. Talvez ligeiramente um arrependimento.
- Que raio fazes da vida? Estes carros não são nada baratos, Thompson.
Ela deu uma curta risada.
Abriu ligeiramente a sua janela, deixando ser consumida pela brisa forte e fresca que penetrava, agora o carro.- Vim de boa família. Infelizmente. - O seu olhar observava o exterior. - Mas— Mesmo que não viesse de uma família com dinheiro, após duas corridas, tinha dinheiro suficiente para comprar um carro destes.
- Eras assim tão boa, hun?
Ela encolheu os ombros, e percebi que viva, agora, nos seus pensamentos, nas suas lembranças.
- Então, mas tu também tens um carro destes. O que fazes da vida, então?
Senti o riso no tremido da sua voz.
- Sou um homens de negócios. - Respondi, com um ligeiro sorriso no canto de lábios. - Não se nota logo?
Kelsey gargalhou, balançando a cabeça.
- Não nem por isso. Normalmente, os homens de negócios são mais premeditados. Mais simpáticos. Mais calmos—
- Já conheceste algum dono de uma discoteca?
- Não. - Balançou a cabeça. - Mas— Agora que disseste que negócio é que tens, enquadra-se bem ao teu perfil. Todo mauzão.
- Mauzão.. - Repeti, balançando a cabeça entre ligeiras risadas. - Nem por isso.
- Vida noturna, hun? - Observava-me. - Sim, consigo ver. Sempre tens uma desculpa para sair todos os dias, e beber á pala.
- Não.. Nem sempre estou lá batido. Achas que ser dono de uma discoteca, é só curtir á noite? Pois, deixa-me quebrar as tuas ilusões e dizer-te que, são papeladas atrás de papeladas. Certificados, autorizações, seguros— Ugh, uma autêntica dor de cabeça.
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Secret Agent // jelena.
أدب الهواة"Ela com 20 anos, os pais nunca participaram na vida dela. Deixaram-lhe sozinha. Tinha um irmão mais velho, mas este também a deixou. Neste momento ela encontra-se em Las Vegas, num apartamento sozinha. Katherine Johnson, vive bem. Vive do seu traba...