38 - Stay Awake. Please.

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Stay Awake. Please.

Deixei-o levantar-se, preparando-me para quando ele me tentasse atingir novamente.

  Nem um minuto se passou, e mais uma vez, tentou raspar a sua navalha em mim. Nulo. Baixava-me e desviava-me ás suas tentativas de me voltar a marcar com aquela lâmina. Ao tentar alcançar-me novamente, prendi o seu braço debaixo do meu e dei-lhe outra facada na perna, e uma cotovelada na sua nuca, o que o fez perder os sentidos e cair á minha frente. Naquele momento tive oportunidade de tirar a sua vida, mesmo ali, mas— Não queria perder mais tempo ali, até porque foi demasiado fácil pô-lo a dormir.

  Mesmo com dificuldade em respiração, mostrei-me imbatível e de expressão indiferente. Caminhei com alguma dificuldade até ao carro, e vi os seus tropas a olharem para mim com olhares ameaçadores.

- Espero que relembrem o vosso líder o meu aviso. Isto, quando ele acordar do seu sonho profundo.

Dei uma pequena risada ao entrar dentro do carro. Assim que fiz força, podia sentir sangue a abandonar o meu corpo.

Fiz o caminho até casa, e cada vez tornava-se mais difícil de respirar.
A minha blusa estava encharcada de sangue, meu e dele. Os meus punhos ensanguentados também, mas não havia qualquer dor em mim, felizmente.

  Cheguei a casa, e os olhares pousaram-se em mim, de imediato. Apressaram-se em bombardearem-me de perguntas, estas que ignorei e apenas subi as escadas.

A cada movimento, sentia o sangue que saia de mim, cobrindo as minhas mãos de vermelho.

Entrei dentro do quarto e fechei a porta atrás de mim, onde dei escapar um ligeiro gemido ao sentir-me dorido. Tirei a blusa ao entrar dentro da casa de banho, e desci o olhar, percebendo que aquele corte não parava de sangrar. Ao contrário do meu lábio que já tinha estancado.

  Senti uma certa tontura, o que me fez cair no chão.

- Foda-se. - Gemi devido á leveza que sentia, mesmo acabado de ter embatido no chão.

Ouvi baterem a porta do quarto, mas não consegui responder. Cada vez que respirava, ou me movia, minimamente, parecia que me rasgavam os pulmões, toda a minha pele perto deles. Decidi fechar os olhos, na tentativa de ganhar algumas forças, e levantar-me.

Senti os passos que se aproximavam, já no meu quarto.

- Jason?

Reconheci aquela voz, sentindo-me cada vez mais distante da realidade.

- Está t-tudo b-bem, Kelsey. - Falei com alguma dificuldade, pois nem endireitar-me consegui.

- Não, não está. - Notei o desespero na sua.

Por mais que quisesse debater, as minhas forças tornavam-se nulas e os meus olhos fechados.

- Ryan! - Ajoelhou-se há minha frente, assim que percebeu que tentava abrir ligeiramente os olhos. - Ryan! Jason, mantém-te de olhos abertos, está bem? Por favor.

Endireitou-me ligeiramente, ignorando todo o sangue que me manchava. Senti água fresca na minha cara, o que me despertou, por meros segundos.

- Que merda foste fazer, McCann? - Ouvi a sua voz tremida. - Merda.. Jason, consegues-me ouvir?

Gradualmente, a minha mente, tornava-se completamente preta.

- Jason! - Senti o seu abanão.

Apaguei completamente.

Secret Agent // jelena.Onde histórias criam vida. Descubra agora