Comentários sobre o livro:

47 1 0
                                    

"Entre a ciência e a sapiência" de Rubem Alves

As duas coisas de que mais gosto são aprender e viajar e, 

se pensarmos bem, elas são uma só. 

Poder aliar seu projeto de vida e carreira às coisas de que mais

 se gosta, é o ideal, e, elevar o nível educacional dos povos, 

sem dúvida, é uma bela missão.

 Parafraseando o autor: "não sou filósofo porque não penso a 

partir de conceitos, penso a partir de imagens", resolvi inserir 

neste arremedo literário pequenos esboços das minhas imagens. 

Daí correr o risco de parecer irreal. 

Veja "Ode ao difícil".

 Citando Paulo Freire: "é fundamental aos oprimidos que, ao 

reconhecerem o  limite que a realidade opressora lhes impõe, 

tenham, neste reconhecimento,  o motor da sua ação libertadora."

 Cuidado! Quem está convicto da verdade não precisa escutar,

 pois acha que já a conhece.

 O bom professor ensina a arte de desconfiar de si mesmo.

 – diria Nietzsche: "As convicções são piores inimigos da verdade 

que as mentiras."

 Acredito que "O bom professor ensina a aprender e aprende ao ensinar."

 As instituições científicas são movidas pelas mesmas leis sociológicas, 

políticas e  psicanalíticas que movem igrejas e governos.

 Para entendê-las há de se ler  Maquiavel, Freud e Foucault.

 Um dos dogmas centrais da ciência é que não estamos nunca 

de posse da verdade final. Hebert Marcuse em o

 "O homem unidimensional" fala de um homem que só utiliza 

uma linguagem e só por meio dela vê o mundo, o resto é irreal.

 Desde cedo filósofos naturais perceberam a diferença entre 

quantidade e qualidadee chamaram essas grandezas de 

qualidades primárias e secundárias. 

Deixaram para secundário o que comove o homem, daí a belíssima

 imagem do piano e do pianista.

Há pianos e há a música, ambos são reais, mas absolutamente diferentes:

o piano mora no mundo da quantidade e a música no da qualidade.

 A fabricação de pianos exige uma ciência rigorosa para que se

 possa produzir pianos absolutamente iguais, mas a fabricação de

 pianistas e ouvintes mora no mundo da qualidade e beleza. 

Estes serão nossos educandos e o ensino também dividir-se-á em

 quantidade e qualidade.

 Nesse ponto, o autor lembrou-se de uma tese de arquitetura 

que se ocupava  de quais cores eram melhores para uma casa ou 

escritório e que não foi aprovada por certo órgão de incentivo

 à pesquisa, por não ser cientificamente mensurável.

 Idéias não tem dono, como o teorema de Pitágoras, são da humanidade. 

Nós apenas as usamos. Pensando assim, numa prova ou vestibular, 

poder-se-ia  fazer consultas para lembrar o primeiro tipo de ideias 

e desenvolver o segundo tipo. 

É claro que fora da sala de provas pode-se procurar em livros

 uma ou outra  informação que não é lembrada na hora:

 desenvolver um raciocínio a partir delas,  independente de fórmulas

 ou informações. 

A escola tem se dedicado a ensinar o saber sistematizado, 

ou do primeiro tipo, pois sem ele o jardineiro não poderia cuidar 

do jardim; mas,  sem o segundo tipo de ideias, os homens não iam 

querer ter jardins belos e bem cuidados, ou ouvir a nona sinfonia

 de Beethoven.

 Falando em coisas belas volto ao Hebert Marcuse, pois, me esqueci

 de comentar que em síntese sua filosofia diz que não se pode dar 

um pulo à frente sem antes dar um pequeno passo atrás.

 Os teóricos, proibidos de levar em consideração o prazer ao comer,

 concentram-se nas provas científico-laboratoriais dos resultados

 finais do processo digestivo. 

Assim, citando os filósofos Nietzsche e Shopenhauer, ler muito 

é não  ler nada, deve-se ler com prazer e não em quantidade. 

A quantidade de livros lidos não desenvolve a capacidade de 

pensar e  sim o contrário.

 Os alunos aprendem que as coisas mais importantes  estão 

escritas em livros e assim são desencorajados a pensar. 

Essas virtudes os educadores não conseguiram incluir em suas

 pedagogias: a de adquirir o prazer de ler.

 Comentando sobre a precisão intuitiva do verso 

"navegar é preciso, viver não é preciso",

 coloca-se a série de conhecimentos científicos necessários

 para que possamos velejar  e a impossibilidade de decidir

 o destino cientificamente. 

Daí à metáfora da rapidez cada vez maior com que navegamos 

sem saber para onde  vamos e retorno ao passo atrás


Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
Aliás VoadorasOnde histórias criam vida. Descubra agora