Dedicado a Luis Eduardo Prestes Maia
Hoje, lendo "O Observador no Escritório" de Carlos Drummond
de Andrade, paro na fase do "Estado Novo" de Getúlio Vargas
onde surge o Luis Carlos Prestes.
Faz-se necessário ressaltar que um dos meus melhores amigos
e companheiro de estudos no Colégio Bandeirantes de São Paulo
foi o Luis Eduardo Prestes Maia, que era carinhosamente chamado
pelos mais íntimos de Dudu.
Lembro-me com clareza que houve uma época em que ele se
interessou em saber melhor os detalhes da história deste seu
antepassado famoso e andava conversando particularmente
sobre o assunto com nossa professora de História.
O mais interessante e mágico é que não deve passar de dois dias
em que me peguei refletindo sobre minha vida pregressa
e escolhas, e me lembrei dele me contando que tinha visto um
colega nosso francês estapeando-se em frente ao espelho.
Falava-me desta cena não para falar do colega, mas para,
numa clara demonstração de amizade, me alertar contra
os perigos dos narcóticos, pois, o colega se batia, ou por ter
usado ou por estar sentindo falta de drogas fortes.
Como, na época, isto nem me passava pela cabeça, ou melhor
dizendo, não fazia parte do meu mundo, não dei a devida
importância a tal amigável alerta, e, paguei um preço alto
em momentos posteriores onde, por este ou aquele motivo,
sempre por culpa alheia, virei a bandeira.
Hoje, completamente sóbrio e limpo como dantes, entendo o
gesto de amizade daquele alerta despretensioso.
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Aliás Voadoras
Short StoryFazendo um breve preâmbulo; esta crônica é um dos capítulos de um livro que escrevo há mais de uma década intitulado "Aliás Voadoras". Aleá era o nome que os moradores de certo lugar do oriente, que foi dominado pelos portugueses, davam às fêmeas...