Pois é aquela velha e tal estória de que quando a natureza resolve
dar um tombo não tem Picasso ou Renoir que estoure!
Não há caminhos mais naturais do que aqueles por onde passam as
águas de um rio; e como é que vai dar para descrever os reflexos da
pedra azulada no rochoso céu azul marrom and blue...
Pois já não te disseram que não há melhor topógrafo sem teodolito
que um burro de carga; é só soltá-lo que, instintivamente, ele
traçará a melhor rota de um ponto a outro.
Nem cores nem andores, no vale dos condores tinha uma longa e
altíssima trilha, porém, ao chegar ao topo tinha um vale lindo com
um regato no cio serpenteando inocente e puro,
quem não subiu não viu.
Por quê é que será que quando a gente vê um caminhãozãozão
FENEMÊ desse tamaniquinho assim ó, o grande homem
fica tão aborrecido?
Só está faltando água fresca nesta minha sombra e
vem um bicho borboletear nas minhas costas.
É tudo uma questão de escolha, se você quiser,deve ter um
parque aberto por aí há esta hora, cheio dos seus tons de verdes,
sombras verde escuras, flores multicoloridas, assim como
aquele beija-flor ali.
Hi!, esse negócio de subir até o alto dos Andes cansa, sô!
Andes que ande que um dia chega, o pulo era seu uai!
Quem mandou botar o pé aí que escorrega cabra da peste.
Pedra Rolô! Isso que era uma pedra?
Ou vai me dizer que pedra não rola.
Quê que já estão botando arame farpado no meu pasto aí oh!
Saiu do trilho corta o pé mesmo.
Está com sede meu filho? Então dá de beber aos burros.
É mineiro sempre foi um povo muito filosófico.
Fica muito tempo parado aí que já vem um bichinho que morava ali.
Vem dizendo estas coisas baseado no quê?
Pode escrever que neste parque (Vaie Del condor)
você acaba achando a sua pedra verde azulada.
Não existe obra maior que a da natureza, que lindo!
Quem mandou não subirem também?
Fumando um "Gitanes", que me parece um luxo bem terráqueo.
Eu também fiquei com meus ouvidos bem cristalinos, daqui há
pouco falta o tal do condor vir me catar,
e toca subir para a pedra rolo, espelho cristalino que uma
baiana me mandou de Maceió.
É mui belo o som do vento nesta curva desta pedra.
Eu não estou dizendo?
Bonito é isto aí mesmo uai! Where is blue do presente azul do vale
encantado cheio de cores e andores, porém, sem condores,
apesar do nome do parque.
Oh mineiro! Está dando volta com o vento é?
Ogum e Oxossi manda descer para ver filho de Gandhi!
Depois, como é que vai dar para ver se a pedra era azul se,
quando mudou a luz, ficou marrom?
Se não deitar o queixo não bebe água, besta.
Essa é que é a cadeira de um rei.
E o laranja daquele musgo de me esconder do vento,
onde é que ficou? Quer saber quem é o trouxa afinal?
Quem sobe o morro de sandália havaiana solta as tiras sim senhor.
Melhor se mocozar numa toca que ficou tarde e fecharam a
passagem do parque. Vou tentar fazer uma fogueira de Cowboy
com a minha faca de caça para cortar uns galhos e gravetos,
dificilmente vou encontrar secos, mas estou parecendo andino
mesmo andando pelos Andes.
EU VIM FALAR-LHES EM NOME DAQUELE VELHO CARVALHO QUE
QUANTAS VEZES NÃO SE LHES ESTENDEU OS BRAÇOS
PARA QUE SE LHE COLOCASSEM SUAS GANGORRAS
Azuis, roxas, verde musgo, magenta....
(Conheço gente que se apaixonou por um par de olhos azuis lindos
e quase casou com a mulher inteira, Andes – 28/07/1979)
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Aliás Voadoras
Short StoryFazendo um breve preâmbulo; esta crônica é um dos capítulos de um livro que escrevo há mais de uma década intitulado "Aliás Voadoras". Aleá era o nome que os moradores de certo lugar do oriente, que foi dominado pelos portugueses, davam às fêmeas...